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?ROMOTOR MANDA DESENTERRAR CADÃYER Rumo à terra ...

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E<br />

1-•<br />

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Z<br />

Nosso Tempo é uma<br />

publicação da Editora<br />

L íberação L tda.<br />

C.G.C. N' 76.261.76710001 - 36<br />

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Distribuição em Curitiba.<br />

J P. Distribuidora, rua<br />

Lourenço, 174 - Fone: 232-2035<br />

CIO)D<br />

GRUPO BORDIN<br />

"POBRES SEMPRE OS TEREIS CONVOSCO`'<br />

Tudo bem, mas não precisava exagerar tanto<br />

"Havia um homem rico que se vestia<br />

de púrpura e linho finissimo, e que todos<br />

os dias se banqueteava e se regalava.<br />

Havia também um mendigo, por nome<br />

Lázaro, todo coberto de chagas, que estava<br />

sentado <strong>à</strong> porta do rico. Ele avidamente<br />

desejava matar a fome com as migalhas<br />

que caiam da mesa do rico. Até<br />

os cães iam lamber-lhe as chagas. Aconteceu<br />

morrer o mendigo e ser levado pelos<br />

anjos ao seio de Abraão. Morreu também<br />

o rico e foi sepultado.<br />

E estando ele nos tormentos do inferno,<br />

levantou os olhos e viu, ao longe,<br />

Abraão e Lázaro no seu seio. Gritou então:<br />

'Pai Abraão, compadere-tede mim e<br />

manda Lázaro que molhe em água a<br />

ponta de seu dedo, afim de me refrescar<br />

a língua, pois sou cruelmente atormentado<br />

nestas chamas'. Abraão, porém, replicou:<br />

'Filho, lembra-te de que recebeste<br />

teus bens em vida,mas Lázaro, males.<br />

Por isso ele agora aqui é consolado, mas<br />

tu estás em tormento. Além de tudo, há<br />

entre nós e vós um grande abismo, de<br />

maneira que, os que querem passar daqui<br />

para vós não o podem, nem os de lá<br />

passar para cá'. O rico disse: 'Rogo-te<br />

então, pai, que mandes Lázaro <strong>à</strong> casa de<br />

meu pai, pois tenho cinco irmãos, para<br />

lhes testemunhar e não aconteça virem<br />

também eles para este lugar de tormentos'.<br />

Abraão respondeu: 'Eles lá têm<br />

Moisés e os profetas. Que os ouçam!' O<br />

rico replicou: 'Não, pai Abraão. mas, se<br />

for a eles algum dos mortos, arrependerse-são'.<br />

Abraão respondeu-lhe: 'Se não<br />

ouvirem a Moisés e aos profetas, tão<br />

pouco acreditarão, ainda que ressuscite<br />

algum dos mortos"<br />

i0<br />

Essa passagem do Evangelho segundo<br />

São Lucas encerra uma lição que precisa<br />

ser aprendida mesmo por aqueles<br />

que não vêem o menor fundamento em<br />

acreditar que depois desta vida haverá<br />

outra e eterna, no céu ou no inferno. Na<br />

verdade, a inversão de situações narradas<br />

pela Bíblia para as figuras do rico e<br />

de Lázaro, na parábola criada por J esus<br />

Cristo, não é algo que só pode acontecer<br />

se o céu e o inferno existem de fato. Ir da<br />

miséria <strong>à</strong> riqueza ou da riqueza <strong>à</strong> miséria<br />

está nas possibilidades de qualquer ser<br />

humano, ainda nesta vida terrena. Qualquer<br />

um pode, de uma hora para outra,<br />

transformar-se num Lázaro ou num rico<br />

como o que contracenou com elena alegoria<br />

bíblica.<br />

Se há ou não há céu e inferno é dúvida<br />

que ainda vamos tirar, depois da morte.<br />

Por isso, não querendo exigir demais<br />

de quem não engole essa de vida eterna<br />

com Deus ou com o Diabo, é conveniente<br />

cuidar um pouco do que há de celestial<br />

e de infernal na face da Terra.<br />

Aqui também o abismo entre ricos e<br />

pobres é tão profundo quanto o que se-<br />

- J uvêncio Mazzarollo -<br />

m<br />

para Lázaro e o rico do Evangelho. Cada<br />

um por sua vez, ao estar na melhor não<br />

podia ou não queria socorrer o que estava<br />

na pior.<br />

Tantas vozes, tantos profetas já pas<br />

saram pelo mundo alertando sobre a necessidade<br />

de cooperação entre os homens,<br />

de modo que não prospere a opulência<br />

ao lado da miséria,mas a humanidade<br />

continua a mesma. Não aprende<br />

nunca, mesmo que os mortos comecem<br />

a ressuscitar e retornar pregando sustos<br />

aos que ainda não foram desta para a<br />

melhor nem para a pior.<br />

Deve ser erro de fabricação. Cristo<br />

- que, como filho de Deus, o criador do<br />

mundo dos homens, devia estar por dentro<br />

dos projetos que resultaram nesta obra<br />

da criação - disse que "pobres sempre<br />

os tereis convosco". Bem, se é assim,<br />

que se cumpra a palavra de Deus,<br />

mas não precisava a fatalidade ir tão longe<br />

quanto foi em nossos dias. É muito<br />

"lázaro" pra pouco rico - não acha,<br />

meu J esus?<br />

0<br />

Este tema vem a propósito da reportagem<br />

que este jornal publicou em sua<br />

edição anterior sobre mortandade infantil<br />

em I-ozdo lguaçi por conta da tome e<br />

da subnutrição. Ainda deve haver murta<br />

gente que se deixa comover por quadros<br />

com essa dramaticidade, mas em geral o<br />

gelo da indiferença cauterizou as consciências,<br />

de modo que as feridas da sociedade<br />

só doem no corpo de quem as<br />

carrega consigo.<br />

Começando nas favelas e na perife- -<br />

ria da cidade, aquela reportagem só podia<br />

mesmo terminar no cemitério. A experiência<br />

deveria ser feita por todos os<br />

cidadãos. 0- privilégio" não é exclusivamente<br />

do jornalista. Além do mais, ler e<br />

ver pelo jornal dói menos do que constatar<br />

na realidade, sem intermediários.<br />

Pergunta-se <strong>à</strong> grande massa de miseráveis<br />

o que comem em casa e, invariavelmente,<br />

as respostas são estas:<br />

"Quando tem o que comer, é feijão e arroz,<br />

ou só arroz, ou só feijão. Muitas vezes<br />

só tem mandioca. Outras vezes nem<br />

isso. Leite? Nunca. Carne? Nunca". É<br />

nessa base. Difícil acreditar. Parece ficção,<br />

mas trata-se da mais pungente realidade.<br />

Conviver com tal situaçãoé inacei- -<br />

tável.<br />

Ou não há como mofificar o quadro<br />

de desolação? Se não der, então o céu e<br />

o inferno tem mais é que existir, para que<br />

cada um assuma seu lugar segundo a<br />

distribuição de papéis dada pela parábola<br />

do Evangélho transcrita aí acima.<br />

lOS<br />

O que fazer para reduzir o número de<br />

covas abertas no cemitério para serem<br />

ocupadas por crianças cuja vida lhe foi<br />

negada logo nos primeiros dias por pura<br />

perversidade das formas de organização<br />

social, política, econômica e cultural?<br />

O drama é terrível. Suas dimensões<br />

são gigantescas - fogem, inclusive, <strong>à</strong><br />

capacidade de reversão do processo por<br />

parte de quem está fora desse mar de sofrimento.<br />

Tantos são os lázaros sentados<br />

<strong>à</strong> porta dos ricos esperando que umas<br />

migalhas caiam da mesa, que não há migalha<br />

que baste.<br />

O governo federal vai agora aplicar 7<br />

trilhões de cruzeiros em desafogo de<br />

consciência, ou seja, em deixar cair algumas<br />

migalhas da mesa para aplacar a fome<br />

- e a ira - dos pobres. 7 trilhões representam<br />

uma fortuna. Por mais lixo<br />

que seja o cruzeiro, é dinheiro. Mas<br />

quando seu destino se volta aos ditos<br />

programás sociais, com o objetivo de<br />

resgatar miseráveis, 7 trilhões não passam<br />

de migalha - o que dá bem a dimensão<br />

das mazelas da sociedade brasi- -<br />

leira.<br />

Do mais genial ao mais imbecil dos<br />

brasileiros, todos deveriam, ao pensar ou<br />

projetar qualquer rumo para o país, ter<br />

na mira a superação da calamidade da<br />

fome e dos males correlatos.<br />

Cada uma dessas crianças que diariamente<br />

vão habitar o cemitério por falta<br />

de alimento pode um dia se recusar,<br />

por impossibilidade, a molhar o dedo na<br />

água para refrescar a língua em chamas<br />

de quem não lhe matou a fome quando<br />

podia fazê-lo.<br />

C>MACO<br />

BORDIN MATE RIAIS DE CONS TR UÇÃO LTDA<br />

Exportadora Iguaçu de materiais de construção<br />

10 anos servindo Foz do Iguaçu, Paraguai e Argentina<br />

Aenida J uscelino Kubitschek, 1687 - Fones: PBX 73-3 —,33 - 73-3634 - 73-2285<br />

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