?ROMOTOR MANDA DESENTERRAR CADÃYER Rumo à terra ...
?ROMOTOR MANDA DESENTERRAR CADÃYER Rumo à terra ...
?ROMOTOR MANDA DESENTERRAR CADÃYER Rumo à terra ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
- -<br />
-c<br />
o<br />
o.<br />
E<br />
1-•<br />
o<br />
o<br />
Z<br />
Nosso Tempo é uma<br />
publicação da Editora<br />
L íberação L tda.<br />
C.G.C. N' 76.261.76710001 - 36<br />
Redação e administração:<br />
Rua Edmundo de<br />
Barros, 830<br />
Fone: 72-1738<br />
Foz do Iguaçu - Pr.<br />
Diretor., proprietário.:<br />
J uvênclo MazzaroUo<br />
AluizIo Palmar<br />
J. Adelino de Souza<br />
Editores:<br />
Elion Faxina<br />
Noelmi Osna<br />
Cascavel:<br />
Rua Paraná<br />
Edif. D. Pedro, 2 0 andar, saia 212<br />
Fone: 23.6795<br />
Medianeira:<br />
Abel Filho, diretor da Sucursal<br />
Rua Paraguai, 2029, próximo<br />
ao Fórum - Fone: 64-2000<br />
Nossos representantes:<br />
SÃO PAULO<br />
Praça Osvaldo Cruz, 124 - 11°<br />
tel. 288-9944<br />
RIO DE JANEIRO<br />
Rua Senador Dantas, 117 - cj<br />
061607 - tel. 240-5400<br />
CURITIBA<br />
Praça Zacarias, 80 - 7°<br />
CI. 708 tel. 223-9524<br />
PORTO ALEGRE<br />
Av. Borges de Medeiros, 340<br />
Cj. 95 - 25-4774<br />
BRAS luA<br />
SBS - Edifklo Venëncio IV -<br />
sala 310 - 224-3183<br />
Distribuição em Curitiba.<br />
J P. Distribuidora, rua<br />
Lourenço, 174 - Fone: 232-2035<br />
CIO)D<br />
GRUPO BORDIN<br />
"POBRES SEMPRE OS TEREIS CONVOSCO`'<br />
Tudo bem, mas não precisava exagerar tanto<br />
"Havia um homem rico que se vestia<br />
de púrpura e linho finissimo, e que todos<br />
os dias se banqueteava e se regalava.<br />
Havia também um mendigo, por nome<br />
Lázaro, todo coberto de chagas, que estava<br />
sentado <strong>à</strong> porta do rico. Ele avidamente<br />
desejava matar a fome com as migalhas<br />
que caiam da mesa do rico. Até<br />
os cães iam lamber-lhe as chagas. Aconteceu<br />
morrer o mendigo e ser levado pelos<br />
anjos ao seio de Abraão. Morreu também<br />
o rico e foi sepultado.<br />
E estando ele nos tormentos do inferno,<br />
levantou os olhos e viu, ao longe,<br />
Abraão e Lázaro no seu seio. Gritou então:<br />
'Pai Abraão, compadere-tede mim e<br />
manda Lázaro que molhe em água a<br />
ponta de seu dedo, afim de me refrescar<br />
a língua, pois sou cruelmente atormentado<br />
nestas chamas'. Abraão, porém, replicou:<br />
'Filho, lembra-te de que recebeste<br />
teus bens em vida,mas Lázaro, males.<br />
Por isso ele agora aqui é consolado, mas<br />
tu estás em tormento. Além de tudo, há<br />
entre nós e vós um grande abismo, de<br />
maneira que, os que querem passar daqui<br />
para vós não o podem, nem os de lá<br />
passar para cá'. O rico disse: 'Rogo-te<br />
então, pai, que mandes Lázaro <strong>à</strong> casa de<br />
meu pai, pois tenho cinco irmãos, para<br />
lhes testemunhar e não aconteça virem<br />
também eles para este lugar de tormentos'.<br />
Abraão respondeu: 'Eles lá têm<br />
Moisés e os profetas. Que os ouçam!' O<br />
rico replicou: 'Não, pai Abraão. mas, se<br />
for a eles algum dos mortos, arrependerse-são'.<br />
Abraão respondeu-lhe: 'Se não<br />
ouvirem a Moisés e aos profetas, tão<br />
pouco acreditarão, ainda que ressuscite<br />
algum dos mortos"<br />
i0<br />
Essa passagem do Evangelho segundo<br />
São Lucas encerra uma lição que precisa<br />
ser aprendida mesmo por aqueles<br />
que não vêem o menor fundamento em<br />
acreditar que depois desta vida haverá<br />
outra e eterna, no céu ou no inferno. Na<br />
verdade, a inversão de situações narradas<br />
pela Bíblia para as figuras do rico e<br />
de Lázaro, na parábola criada por J esus<br />
Cristo, não é algo que só pode acontecer<br />
se o céu e o inferno existem de fato. Ir da<br />
miséria <strong>à</strong> riqueza ou da riqueza <strong>à</strong> miséria<br />
está nas possibilidades de qualquer ser<br />
humano, ainda nesta vida terrena. Qualquer<br />
um pode, de uma hora para outra,<br />
transformar-se num Lázaro ou num rico<br />
como o que contracenou com elena alegoria<br />
bíblica.<br />
Se há ou não há céu e inferno é dúvida<br />
que ainda vamos tirar, depois da morte.<br />
Por isso, não querendo exigir demais<br />
de quem não engole essa de vida eterna<br />
com Deus ou com o Diabo, é conveniente<br />
cuidar um pouco do que há de celestial<br />
e de infernal na face da Terra.<br />
Aqui também o abismo entre ricos e<br />
pobres é tão profundo quanto o que se-<br />
- J uvêncio Mazzarollo -<br />
m<br />
para Lázaro e o rico do Evangelho. Cada<br />
um por sua vez, ao estar na melhor não<br />
podia ou não queria socorrer o que estava<br />
na pior.<br />
Tantas vozes, tantos profetas já pas<br />
saram pelo mundo alertando sobre a necessidade<br />
de cooperação entre os homens,<br />
de modo que não prospere a opulência<br />
ao lado da miséria,mas a humanidade<br />
continua a mesma. Não aprende<br />
nunca, mesmo que os mortos comecem<br />
a ressuscitar e retornar pregando sustos<br />
aos que ainda não foram desta para a<br />
melhor nem para a pior.<br />
Deve ser erro de fabricação. Cristo<br />
- que, como filho de Deus, o criador do<br />
mundo dos homens, devia estar por dentro<br />
dos projetos que resultaram nesta obra<br />
da criação - disse que "pobres sempre<br />
os tereis convosco". Bem, se é assim,<br />
que se cumpra a palavra de Deus,<br />
mas não precisava a fatalidade ir tão longe<br />
quanto foi em nossos dias. É muito<br />
"lázaro" pra pouco rico - não acha,<br />
meu J esus?<br />
0<br />
Este tema vem a propósito da reportagem<br />
que este jornal publicou em sua<br />
edição anterior sobre mortandade infantil<br />
em I-ozdo lguaçi por conta da tome e<br />
da subnutrição. Ainda deve haver murta<br />
gente que se deixa comover por quadros<br />
com essa dramaticidade, mas em geral o<br />
gelo da indiferença cauterizou as consciências,<br />
de modo que as feridas da sociedade<br />
só doem no corpo de quem as<br />
carrega consigo.<br />
Começando nas favelas e na perife- -<br />
ria da cidade, aquela reportagem só podia<br />
mesmo terminar no cemitério. A experiência<br />
deveria ser feita por todos os<br />
cidadãos. 0- privilégio" não é exclusivamente<br />
do jornalista. Além do mais, ler e<br />
ver pelo jornal dói menos do que constatar<br />
na realidade, sem intermediários.<br />
Pergunta-se <strong>à</strong> grande massa de miseráveis<br />
o que comem em casa e, invariavelmente,<br />
as respostas são estas:<br />
"Quando tem o que comer, é feijão e arroz,<br />
ou só arroz, ou só feijão. Muitas vezes<br />
só tem mandioca. Outras vezes nem<br />
isso. Leite? Nunca. Carne? Nunca". É<br />
nessa base. Difícil acreditar. Parece ficção,<br />
mas trata-se da mais pungente realidade.<br />
Conviver com tal situaçãoé inacei- -<br />
tável.<br />
Ou não há como mofificar o quadro<br />
de desolação? Se não der, então o céu e<br />
o inferno tem mais é que existir, para que<br />
cada um assuma seu lugar segundo a<br />
distribuição de papéis dada pela parábola<br />
do Evangélho transcrita aí acima.<br />
lOS<br />
O que fazer para reduzir o número de<br />
covas abertas no cemitério para serem<br />
ocupadas por crianças cuja vida lhe foi<br />
negada logo nos primeiros dias por pura<br />
perversidade das formas de organização<br />
social, política, econômica e cultural?<br />
O drama é terrível. Suas dimensões<br />
são gigantescas - fogem, inclusive, <strong>à</strong><br />
capacidade de reversão do processo por<br />
parte de quem está fora desse mar de sofrimento.<br />
Tantos são os lázaros sentados<br />
<strong>à</strong> porta dos ricos esperando que umas<br />
migalhas caiam da mesa, que não há migalha<br />
que baste.<br />
O governo federal vai agora aplicar 7<br />
trilhões de cruzeiros em desafogo de<br />
consciência, ou seja, em deixar cair algumas<br />
migalhas da mesa para aplacar a fome<br />
- e a ira - dos pobres. 7 trilhões representam<br />
uma fortuna. Por mais lixo<br />
que seja o cruzeiro, é dinheiro. Mas<br />
quando seu destino se volta aos ditos<br />
programás sociais, com o objetivo de<br />
resgatar miseráveis, 7 trilhões não passam<br />
de migalha - o que dá bem a dimensão<br />
das mazelas da sociedade brasi- -<br />
leira.<br />
Do mais genial ao mais imbecil dos<br />
brasileiros, todos deveriam, ao pensar ou<br />
projetar qualquer rumo para o país, ter<br />
na mira a superação da calamidade da<br />
fome e dos males correlatos.<br />
Cada uma dessas crianças que diariamente<br />
vão habitar o cemitério por falta<br />
de alimento pode um dia se recusar,<br />
por impossibilidade, a molhar o dedo na<br />
água para refrescar a língua em chamas<br />
de quem não lhe matou a fome quando<br />
podia fazê-lo.<br />
C>MACO<br />
BORDIN MATE RIAIS DE CONS TR UÇÃO LTDA<br />
Exportadora Iguaçu de materiais de construção<br />
10 anos servindo Foz do Iguaçu, Paraguai e Argentina<br />
Aenida J uscelino Kubitschek, 1687 - Fones: PBX 73-3 —,33 - 73-3634 - 73-2285<br />
Telex 0432-304 -C a ix a Postall1 - 8.8H0 - Foi do Iguaçu - Paraná