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por meio da associação de objetos aparentemente díspares em<br />

combinações inusuais, assumindo quase a conformação de um quebra-<br />

cabeça ou de trilhas de labirintos. 96 Em suma, a comparação de técnicas<br />

de uso da metáfora levada a cabo pela autora evidencia que o poema do<br />

escritor argentino é imbuído do estímulo à descoberta por meio da<br />

necessidade de se repensar associações, comparações e imagens.<br />

Propõe Silva que neste sentido<br />

73<br />

Borges trabalha a metáfora como mecanismo de<br />

linguagem de conexões íntimas entre imagem e<br />

conteúdo, também em combinatórias nem tão<br />

usuais. Num eixo horizontal X, estão os objetos<br />

concretos em si (rio, trama de tapete, sonho, mapa<br />

do Tempo), ali presentes, pura imagem visual,<br />

simultaneamente valorizados pela forma e pela<br />

sonoridade, expandindo-se como rede que abraça<br />

outros objetos. Num eixo vertical Y, multiplica-se<br />

por analogia, como conteúdo, na ausência do<br />

concreto, formando um cenário virtual. 97<br />

Cabe então aqui uma pergunta: aonde Borges quis chegar com<br />

suas metáforas no poema?<br />

Ao que parece, o processo metafórico singular de seu texto, que<br />

apesar de se tratar de uma composição lírica, está a serviço da<br />

construção de um caminho narrativo que tem as Noites e o Borges leitor<br />

da obra como personagens de uma ação desenvolvida pela citação<br />

exatamente de narrativas enredadas por fatos e símbolos que se espera<br />

representá-las. Desse modo, essa ação, movida em seu princípio pela<br />

96 SILVA. Op. cit., loc. cit.<br />

97 Id. Ibid., p. 51.

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