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332<br />

Ivan Almeida 649 vê nos labirintos de Borges o antípoda do papel<br />

que os mapas assumem nos escritos do autor. Estes são orientação e<br />

aqueles, extravio. Ademais, o estudioso considera que o labirinto<br />

constitui a forma pessoal que o escritor adota para pensar o impensável<br />

infinito. E isso é visível em sua faceta de leitor pela predileção que ele<br />

demonstra por obras que considera labirintos verbais, como as Noites, o<br />

Quijote ou o Ulyses de Joyce.<br />

Não obstante “Los dos reyes” ser um texto mais antigo na ficção<br />

do argentino, a elaboração da imagem do labirinto que ele apresenta é<br />

tão apurada e profunda quanto os demais contos e poemas em que o<br />

símbolo aparece. Pode-se pensar que um dos motivos do<br />

encobrimento da autoria do conto, pelo menos nas suas primeiras<br />

publicações, são as prováveis insegurança e dúvidas do escritor a<br />

respeito do caminho narrativo e temático que ele almejava para a sua<br />

obra. Seja como for, o Borges maduro e universal já se encontra<br />

presente nessa tradução fictícia e a incorporação dela em um dos livros<br />

de contos que o consagraram não é destoante.<br />

Na pseudotradução ambientada no oriente, o tema do duplo não<br />

vai ser evocado apenas pelos dois reis que se enfrentam, mas também<br />

pelos dois tipos de labirintos que são próprios de cada monarca. Dessa<br />

feita, a figura convencional do labirinto, uma construção “de bronce con<br />

muchas escaleras, puertas y muro”, 650 será relacionada ao rei da<br />

Babilônia, ao passo que um labirinto menos comum, o deserto, “donde<br />

no hay escaleras que subir, ni puertas que forzar, ni fatigosas galerías<br />

649 ALMEIDA, Ivan. Borges, o los laberintos de la inmanencia. Borges Center, 2000. n.p.<br />

Disponível em: . Acessado em: 26 abr.<br />

2009.<br />

650 BORGES. El Aleph, OC1, p. 607.

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