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331<br />

Em “Laberintos”, Borges discorre sobre um assunto que sempre o<br />

fascinou, mas que ainda não tinha espaço em sua obra. A novidade<br />

temática pode ter sido uma das razões pela quais o escritor decidiu<br />

ocultar sob pseudônimo a autoria de seu texto. Do labirinto subterrâneo<br />

egípcio descrito por Heródoto ao labirinto de Creta, o artigo explicita<br />

uma erudição incomum e o desejo do autor em colocar a imagem<br />

labiríntica em primeiro plano em sua obra.<br />

Por certo, tomaria muito espaço e seria excessivamente<br />

digressivo apontar os textos de Borges em que o labirinto é um dos<br />

elementos narrativos mais importantes e também metáfora cósmica.<br />

Conforme assinala Monegal, 647 ele é um símbolo que não está presente<br />

na fase inicial da literatura de Borges, sendo empregado com recorrência<br />

em seus contos somente a partir do final da década de 30 e, na opinião<br />

do crítico, alcançando a sua melhor expressão possível em “El<br />

inmortal”, onde o labirinto conforma a cidade dos imortais e o destino<br />

do protagonista em seus múltiplos avatares.<br />

Ainda segundo Monegal, 648 atrás das ficções de Borges<br />

envolvendo o labirinto encontra-se uma convicção de que a realidade<br />

percebida pelos homens, em seu aspecto ambivalente de ordem e<br />

desordem, de razão e falta de razão, de prazer e dor, de alegria e terror,<br />

não é nada mais do que o pesadelo de uma busca por um centro<br />

escondido.<br />

647 RODRÍGUEZ MONEGAL, Emir. Borges por Borges [Borges por él mismo]. Trad. Ernani<br />

Ssó. Porto Alegre: L&PM, 1987. p. 92-93.<br />

648 Id. Ibid., p. 93.

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