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desenvolvimento de literaturas jovens ou distanciadas dos centros. Para<br />

ele, os escritores argentinos podem renovar e manobrar os cânones<br />

centrais em função de estarem produzindo em um contexto periférico.<br />

E apesar de não mencionada diretamente por Borges, a tradução é<br />

indispensável a escritores e a leitores no posicionamento que ele sugere<br />

perante o legado canônico internacional. De acordo com o autor, a<br />

tradição argentina seria toda a cultura ocidental e universal, e assim<br />

sendo, os escritores de seu país não deveriam temer inovar ou ensaiar<br />

todos os temas possíveis, deixando de lado as tentativas de ser<br />

argentinos através de uma pseudoargentinidade cômoda proporcionada<br />

pelo nacionalismo, porque “o ser argentino es una fatalidad y en ese<br />

caso lo seremos de cualquier modo, o ser argentino es una mera<br />

afectación, una máscara.” 431<br />

Entretanto, contrariando o que as reflexões de Borges sobre a<br />

tradução e a sua política de importação e reelaboração cultural podem<br />

sugerir em um primeiro momento, a figura do tradutor adquire status<br />

autoral pouco evidente em suas atividades de antologista. Na quase<br />

totalidade dos prólogos que ele redigiu para a apresentação de obras<br />

estrangeiras, por exemplo, não há preocupação alguma com as eventuais<br />

dificuldades que a transposição do texto representou a quem o verteu,<br />

inclusive quando o tradutor é o próprio Borges.<br />

Conforme foi visto na análise de seus textos sobre tradução,<br />

principalmente em “Las dos maneras de traducir” e em “Las versiones<br />

homéricas”, o escritor inclina-se a uma ideologia clássica do traduzir em<br />

que importa menos a autoria do que a obra. Nesse sentido, sua visão<br />

choca-se com algumas das concepções mais recentes defendidas dentro<br />

431 BORGES. Discusión, OC1, p. 324.

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