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suas tentativas de emular os contos árabes. Entretanto, isso não significa<br />

que os textos de autoria tradutória indefinida serão deixados de lado,<br />

pois mesmo em sua condição de incerteza eles permitem inferências e o<br />

levantamento de questões sobre a relação de Borges como leitor,<br />

tradutor e criador das Noites.<br />

3.1.1 A tradução e a antologia como propostas de enriquecimento<br />

cultural<br />

Um traço comum a todas as traduções e pseudotraduções das<br />

Noites realizadas por Borges, bem como àquelas suspeitas de terem<br />

sido, é o de que a sua publicação, a não ser a de “Los dos reyes y los dos<br />

laberintos” em 1952, deu-se em espaços literários investidos de proposta<br />

antológica.<br />

No que diz respeito às suas origens, a palavra “antologia” deriva<br />

do grego ανθολογία (anthología), literalmente “flores escolhidas” ou<br />

“guirlanda”, e refere-se a uma coleção de textos representativos de uma<br />

literatura, ou de um conjunto de obra, selecionados segundo<br />

determinados critérios. Foi o poeta grego Meleagro de Gadara (c. séc. I)<br />

quem primeiro utilizou o termo, batizando com ele uma célebre<br />

compilação de epigramas e poemas breves de sua autoria e de outros<br />

poetas helênicos, a qual não deixou de receber acréscimos ao longo dos<br />

séculos após a sua morte.<br />

Com o tempo, à medida que os objetivos e os propósitos da<br />

reunião de textos literários se expandiram, as compilações também<br />

passaram a receber outros nomes como florilégios, coletâneas,<br />

crestomatias, analectos, parnasos, cancioneiros, romanceiros etc. Além

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