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179<br />

com a crítica de Borges, que o nomeia de “travessuras” verbais e<br />

sintáticas, o que ocasiona um inglês não desprovido de beleza, mas<br />

ocasionalmente de difícil leitura, como dirá mais tarde em “Las mil y<br />

una noches”, 371 distraindo o curso “a veces abrumador” do livro. 372<br />

Conforme Borges, Burton inaugura um modo de trabalho cuja<br />

perfeição (ou cuja reductio ab absurdum) será bastante apreciado por<br />

Mardrus. 373 Essa aprovação é vista por Waisman 374 como o momento<br />

mais importante de “Los traductores de Las 1001 noches”, uma vez que<br />

ele conclui que a transgressão do texto de partida o torna melhor,<br />

implicando assim boa parte do mérito da tradução em suas infidelidades.<br />

Outrossim, a passagem no ensaio também representa para Waisman 375<br />

um salto nas teorias borgianas da tradução concernentes ao apreço de<br />

versões que ele rotula como “malas traducciones”. Isso se justificaria em<br />

razão de Burton tornar-se a síntese do tradutor que reescreve<br />

irreverentemente o original e cria uma versão capaz de suplantá-<br />

lo/deslocá-lo; e nessa posição o inglês assume a condição de precursor<br />

de Borges.<br />

2.2.4 O licencioso Dr. Mardrus<br />

A segunda parte de “Los traductores”, que corresponde à primeira<br />

publicada na imprensa, dedica-se à análise da versão francesa de Joseph<br />

371 Id. Siete noches, OC3, p. 240.<br />

372 Id. Historia de la Eternidad, OC1, p. 405.<br />

373 Id. Ibid., p. 406.<br />

374 WAISMAN. Op. cit., p. 79-80.<br />

375 Id. Ibid., p. 80.

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