08.05.2013 Views

PDF(3.4 MB) - PGET - UFSC

PDF(3.4 MB) - PGET - UFSC

PDF(3.4 MB) - PGET - UFSC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

152<br />

sua reprovação por tais títulos é reprovação por excesso de franqueza.<br />

Quem sabe, uma franqueza que guarda mais lealdade para com a arte do<br />

que para com o público.<br />

Segundo Maria Esther Maciel, 296 a linhagem moderna de<br />

escritores adeptos do que ela denomina de “estética do artifício”, que<br />

como Borges apreciam iludir os seus leitores com informações falsas ou<br />

deslocadas, tem sua origem no Romantismo, especificamente no Círculo<br />

de Jena, que nessa cidade congregou, por volta de 1800, alguns dos<br />

primeiros românticos da Alemanha. Em tal linhagem podem ser<br />

incluídos outros autores importantes da literatura dos séculos XIX e XX,<br />

como o filósofo e teólogo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855),<br />

o poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) ou o escritor francês<br />

Valéry Larbaud (1881-1957).<br />

2.2.1 Galland, o último confabulador<br />

O primeiro tradutor de quem Borges trata em “Los traductores de<br />

Las 1001 noches” é Galland e não Burton, apesar de este dar nome à<br />

primeira parte do ensaio. Ao que se sabe, o orientalista responsável pela<br />

introdução das Noites na Europa viajou pela primeira vez ao Oriente<br />

como funcionário da embaixada francesa em Constantinopla, na<br />

Turquia, em função de seu excelente domínio do grego, permanecendo<br />

296 MACIEL, Maria Esther. Poéticas do artifício: Borges, Kierkegaard e Pessoa. In: ______;<br />

MARQUES, Reinaldo (Orgs.). Borges em dez textos. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1998, p.<br />

129.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!