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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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do território urbano, por força da ação ou inação <strong>de</strong> agentes públicos e<br />

privados e <strong>de</strong> sujeitos sociais, não foi acompanhado pelo mesmo compasso<br />

em que se produziam as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> infraestrutura<br />

e <strong>de</strong> serviços à população.<br />

O anseio <strong>de</strong> recobrar o controle sobre a cida<strong>de</strong> e os cidadãos durante<br />

a década <strong>de</strong> <strong>1980</strong> até meados da década <strong>de</strong> 1990, embora tivesse se<br />

imposto como um <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> restabelecimento moral do po<strong>de</strong>r público ante<br />

a ação <strong>de</strong> aproveitadores <strong>de</strong> ocasião sobre a população migrada, revela,<br />

ao mesmo tempo, as sensações <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontrole dos reclamantes sobre os<br />

<strong>de</strong>stinos e os fluxos globais pelos quais o local foi aceleradamente instado<br />

a refazer fronteiras geográficas, econômicas e culturais.<br />

Diante do <strong>de</strong>scontrole, apropriar-se do meio ambiente, subjugandoo<br />

em favor do estabelecimento <strong>de</strong> limites físicos, imputando-lhe<br />

importância simbólica para o <strong>de</strong>senvolvimento da “consciência ambiental”<br />

da população, constituiu, ao lado <strong>de</strong> táticas <strong>de</strong> negociação, <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong><br />

repressão e <strong>de</strong> intimidação, mecanismos consi<strong>de</strong>rados eficientes e eficazes<br />

que marcaram as ações sobre <strong>migrante</strong>s caricaturizados como “violentos”,<br />

“sem muita cultura” e <strong>de</strong> procedência duvidosa.<br />

Diante do <strong>de</strong>scontrole, entendo também a iniciativa <strong>de</strong> criação do<br />

IPPUJ como órgão capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alizar e oferecer procedimentos científicos,<br />

referências racionais para o planejamento urbano e diretrizes para o<br />

a<strong>de</strong>quado controle sobre a cida<strong>de</strong>. Em pesquisa que realizei no acervo<br />

<strong>de</strong>ssa instituição, a pressão <strong>de</strong>mográfica sobre o processo <strong>de</strong> urbanização<br />

foi assim representada pelos seus técnicos:<br />

Figura 4 – Evolução urbana <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong>: 1937 a 2001<br />

Fonte: IPPUJ. Diretoria <strong>de</strong> Informações – Serviço <strong>de</strong> Geoprocessamento, 2003

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