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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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Dessa perspectiva, os aspectos que distinguem a narrativa<br />

literária da narrativa histórica são aqueles que explicitam esta última<br />

como ativida<strong>de</strong> h<strong>uma</strong>na motivada pelo exercício <strong>de</strong> reflexão diante dos<br />

“recortes” e “limites” da operação historiográfica. Empenhando-me<br />

nessa direção, discutirei o termo tradição, o qual foi aplicado como<br />

marca da Festa das Tradições.<br />

Na economia globalizada, a construção <strong>de</strong> <strong>uma</strong> marca é apenas<br />

<strong>uma</strong> fase no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um negócio. Segundo o especialista em<br />

marketing Philip Kotler, para obter sucesso e lucrativida<strong>de</strong> num mercado<br />

altamente competitivo, produtos e serviços têm <strong>de</strong> ser concebidos<br />

estrategicamente, tendo como foco o atendimento às necessida<strong>de</strong>s dos<br />

“clientes”. A marca <strong>de</strong>ve, assim, gerar relações e associações <strong>de</strong> elementos<br />

e i<strong>de</strong>ias que levem os consumidores a atribuir características positivas<br />

aos produtos ou serviços a ela agregados. A isso o autor <strong>de</strong>nomina<br />

“i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da marca”, que precisa, além <strong>de</strong> sugerir “benefícios” ao<br />

consumidor, exprimir “valores” <strong>de</strong> quem produz a “personalida<strong>de</strong>”<br />

(diferencial) do produto e do usuário 90 .<br />

N<strong>uma</strong> abordagem menos pragmática, a administradora Marcela<br />

<strong>de</strong> Castro Bastos Cimatti consi<strong>de</strong>ra a marca como um dispositivo <strong>de</strong><br />

mediação, um fenômeno <strong>de</strong> comunicação que sintetiza informações<br />

– <strong>de</strong> forma ágil e simplificada – que se <strong>de</strong>slocam entre produtores e<br />

consumidores. É capaz ainda <strong>de</strong> transformar aquilo que é produzido e<br />

consumido em “entida<strong>de</strong> dotada <strong>de</strong> ‘alma’”. Por isso, a marca con<strong>de</strong>nsa<br />

sentidos e cria significações 91 , inserindo os seus objetos num campo<br />

<strong>de</strong> referência bem mais vasto e complexo, mesclando o tangível e o<br />

intangível.<br />

A tradição como marca festiva po<strong>de</strong>ria, inicialmente, ser<br />

compreendida <strong>de</strong>ssa perspectiva, ou seja, como um dispositivo<br />

comunicacional que levaria o sucesso ao empreendimento à medida<br />

que dotasse objetos, atrações e produtos <strong>de</strong> essência tradicional que se<br />

pensava armazenada no passado e, principalmente, disponível para o<br />

consumo e benefício <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores e clientes.<br />

Pelo <strong>de</strong>poimento do Sr. Wilmar <strong>de</strong> Souza é possível consi<strong>de</strong>rar<br />

que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transformar a tradição em marca teria surgido no fim<br />

90 KOTLER, Philip. Marketing para o século XXi. Como criar, conquistar e dominar mercados.<br />

São Paulo: Futura, 1999. p. 88-89.<br />

91 CIMATTI, Marcela <strong>de</strong> Castro Bastos. semiótica da marca: análise da marca contemporânea<br />

como fenômeno <strong>de</strong> linguagem. Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2008.<br />

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