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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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311<br />

do que o Jardim Paraíso. O Estevão <strong>de</strong> Mattos 123 ,<br />

o Jardim Edilene 124 está se mantendo com aquele<br />

nível <strong>de</strong> violência, e o Paraíso praticamente, eu<br />

não sei se zero, pelo menos reduziu 125 .<br />

Como se vê, embora os preconceitos e a rejeição ao Paraíso possam<br />

advir, segundo o Sr. Rosalino, daqueles que não o conhecem e estão<br />

longe, insinua-se aí também como as fronteiras territoriais urbanas, físicas<br />

ou simbólicas são manejadas, representadas e compartilhadas pelos que<br />

aparentemente estão <strong>de</strong>ntro e fora, longe e perto ou <strong>de</strong>sconectados.<br />

Entre categorias morais con<strong>de</strong>natórias ou vitimárias, o Sr. Rosalino<br />

constrói outra alternativa: reconstitui o passado e explica o presente<br />

<strong>migrante</strong> do Paraíso pelas vitórias alcançadas e pelas maneiras próprias<br />

<strong>de</strong> os moradores se fazerem. Se são vitoriosos ou não, se o bairro é bom<br />

ou não, a questão me parece não ser essa. O que aí está em jogo são<br />

os pertencimentos acionados para adjetivar positivamente o bairro como<br />

território próprio e singular, mas, ao mesmo tempo, território joinvilense.<br />

Trata-se <strong>de</strong> vivências da diferença urbana que expõem outras perspectivas<br />

para o olhar e para pertencer à cida<strong>de</strong>.<br />

Assim, em termos <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> pertencimentos urbanos,<br />

territórios ao serem reivindicados ou rejeitados po<strong>de</strong>m, então, ser tão<br />

móveis como são os espaços e tão instantâneos e fixos como são os<br />

lugares. Penso, por isso, que a historiografia muito contribui para a<br />

problematização <strong>de</strong> cartografias vigentes e mapas preconceituados. O<br />

Sr. Rosalino e também a Sra. Ana Rosa estão aí para não fazerem <strong>de</strong>ssa<br />

minha reflexão vazia transcendência.<br />

3.5 AINDA SOBRE DIFERENÇA E IDENTIDADE<br />

Durante o ano <strong>de</strong> 2009, a representação <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong> como<br />

cida<strong>de</strong> da diversida<strong>de</strong> ganhou <strong>uma</strong> ampla abrangência e matizes um<br />

123 O loteamento passou a integrar o perímetro urbano joinvilense a partir <strong>de</strong> 2001, quando a<br />

Lei Complementar n.º 11.717 o <strong>de</strong>smembrou do município <strong>de</strong> Araquari e o anexou ao bairro<br />

Paranaguamirim. PREFEITURA MUNICIPAL DE JOINVILLE. Op. cit. p. 69.<br />

124 Loteamento que também compõe o bairro Paranaguamirim, na zona su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong>.<br />

Id. Ibid.<br />

125 SANTOS, Rosalino A. Op. cit.

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