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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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307<br />

Disse que nós tínhamos que sugerir um nome<br />

que representasse esse povo aqui; que representa<br />

esse povo pra gente fazer <strong>uma</strong> homenagem justa.<br />

E daí começou a surgir Nossa Senhora não sei<br />

das quantas e tal, e eu disse: “Que tal Nossa<br />

Senhora dos I<strong>migrante</strong>s?!” Que eu não tinha essa<br />

distinção <strong>de</strong> i<strong>migrante</strong>s, <strong>migrante</strong>s. Aí, o Osmari<br />

disse: “Não, tem que ser <strong>migrante</strong>s então”. E aí<br />

foi colocado na relação <strong>de</strong> nomes 117 .<br />

Na consulta popular a proposta venceu, mesmo que a maioria<br />

soubesse, continua ele, “que é <strong>uma</strong> santa que nem existe na verda<strong>de</strong>,<br />

né?!”. Em sua opinião, a nova igreja e a santa representavam <strong>uma</strong> espécie<br />

<strong>de</strong> citação, relativa à historicida<strong>de</strong> do território, pois “tava falando do<br />

i<strong>migrante</strong> [...] que <strong>de</strong>ixou a terra... familiares e passou a ser um i<strong>migrante</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Joinville</strong>. Então, o povo acabou a<strong>de</strong>rindo mais essa idéia e não por<br />

Nossa Senhora”.<br />

Nessa passagem, o Sr. Rosalino apresentou-me fotografias, cópias<br />

das atas das primeiras reuniões e <strong>uma</strong> síntese dos acontecimentos<br />

preparada por ele e por seu filho. Eu já havia lhe falado que o meu<br />

trabalho não estava voltado para a história da igreja. Mesmo assim, disseme<br />

que temia não se lembrar das pessoas (por ele consi<strong>de</strong>radas mais<br />

importantes), das datas e dos fatos principais <strong>de</strong>sse processo. A seguir<br />

estão duas fotografias, por ele legendadas, que selecionei do material<br />

cuidadosamente organizado num power point e a mim disponibilizado.<br />

Figura 9 – “As primeiras foiçadas serviram para iniciar a comunida<strong>de</strong> (antes era<br />

tudo assim)”<br />

Fonte: Acervo pessoal <strong>de</strong> Rosalino A. Santos, s.d.<br />

117 SANTOS, Rosalino A. Op. cit.

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