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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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passou a a<strong>de</strong>nsar cada vez mais ativida<strong>de</strong>s, não estaria preparado para<br />

“absorver” o gran<strong>de</strong> contingente da população trabalhadora da cida<strong>de</strong>.<br />

Diante <strong>de</strong>sse e <strong>de</strong> outros <strong>de</strong>sequilíbrios, incluindo o ambiental, seria<br />

mister a “conscientização ecológica”. Perseguindo a “solidarieda<strong>de</strong>”<br />

h<strong>uma</strong>na, tal conscientização, segundo Cadorin, teria “po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

reorganizar as cida<strong>de</strong>s e o mundo” 309 .<br />

O jornalista-historiador Apolinário Ternes, poucos dias <strong>de</strong>pois,<br />

exprimia também suas angústias, agora diante da cida<strong>de</strong> cujas vivências a<br />

haviam tornado célere <strong>de</strong>mais, global <strong>de</strong>mais. Fazendo alusões a internet,<br />

televisão a cabo, fax, celular como elementos do “altar do efêmero” que<br />

estaria nos empurrando para o “lugar-nenhum da contemporaneida<strong>de</strong>”,<br />

seria preciso “recuperar a esperança” pelo “conhecimento das lentidões<br />

<strong>de</strong> antigamente”. Consi<strong>de</strong>rando que “a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> e ruptura <strong>de</strong> hoje<br />

impõem um tal nível <strong>de</strong> incertezas, que as cida<strong>de</strong>s se transformaram<br />

em aglomerações urbanas <strong>de</strong> neuróticos e enlouquecidos”, seria preciso<br />

ainda o “reaprendizado dos valores que permitiram a nossa própria<br />

evolução” 310 .<br />

Suas i<strong>de</strong>ias sobre a cida<strong>de</strong> contemporânea, três anos após ter<br />

publicado “<strong>Joinville</strong>, a construção da cida<strong>de</strong>”, exprimem, sob o impulso<br />

das mesmas forças que <strong>de</strong>nuncia, <strong>de</strong>slizamentos um tanto acelerados.<br />

Inevitável foi para mim buscar nos seus escritos jornalísticos novos<br />

possíveis significados sobre a história, a migração e os <strong>migrante</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>Joinville</strong>.<br />

Assim, no acervo on-line disponibilizado por A Notícia aos<br />

internautas que abrange as edições diárias a partir <strong>de</strong> 1997, encontramse,<br />

ainda que fragmentados, artigos <strong>de</strong> sua autoria que dão a conhecer<br />

as suas novas interpretações e versões sobre o passado joinvilense 311 .<br />

Em 1999, sob o título “A pátria <strong>de</strong> tantas gentes”, Ternes parece<br />

remanejar a tese do “espírito pioneiro” enquanto referência imanente<br />

da evolução histórica da cida<strong>de</strong>, modificando os elementos que lhe<br />

309 CADORIN, Maria Andreis. O urbano no século 21. a notícia, <strong>Joinville</strong>, p. A2, 10 nov.<br />

1996.<br />

310 TERNES, Apolinário. Rupturas e continuida<strong>de</strong>s. a notícia, <strong>Joinville</strong>, p. A3, 29 <strong>de</strong>z.<br />

1996.<br />

311 Mais do que os artigos esparsos, as edições comemorativas ao aniversário da cida<strong>de</strong> são<br />

fontes valiosíssimas para acompanhar o movimento <strong>de</strong> recomposição do passado empreendido<br />

por Ternes. A esse respeito ver: TERNES, Apolinário. Resgatar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e reconstruir a<br />

esperança. Especial <strong>Joinville</strong> 146 Anos. a notícia, <strong>Joinville</strong>, 9 mar. 1997; ______. A pátria <strong>de</strong><br />

tantas gentes. Especial <strong>Joinville</strong> 148 Anos. a notícia, <strong>Joinville</strong>, 9 mar. 1999; ______. Especial<br />

<strong>Joinville</strong> 150 Anos. a notícia, <strong>Joinville</strong>, 9 mar. 2001.

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