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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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228<br />

elaboração <strong>de</strong> problemas e divulgação <strong>de</strong> seus “trabalhos temáticos” 246<br />

historiográficos 247 .<br />

Assim, a migração, a partir do início dos anos 1990, torna-se um<br />

fato/acontecimento histórico irrefutável, recorrente e instigante, mesmo<br />

que envolto nas abordagens e problematizações <strong>de</strong> diferentes assuntos,<br />

tais como movimento operário, políticas públicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, vivências<br />

das mulheres, educação, religiosida<strong>de</strong>s e práticas políticas 248 . O presente<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>migrante</strong> parece atravessar a discussão <strong>de</strong>sses assuntos, nos<br />

mais diferentes períodos.<br />

Como lembram Flores e Campos 249 , a cida<strong>de</strong>, enquanto foco <strong>de</strong><br />

estudo, é a instância on<strong>de</strong> a “vida acontece”. Porém é necessário referirse<br />

à historicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa instância tão antiga, mas ao mesmo tempo<br />

enigmática e inquietante, principalmente na contemporaneida<strong>de</strong>. Os<br />

autores <strong>de</strong>stacam que a partir do século XIX foi inventada “<strong>uma</strong> maneira<br />

própria <strong>de</strong> conhecer, abordar, olhar, dominar e construir a cida<strong>de</strong>”. A<br />

246 Conforme <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> MATHYAS, Alessandra da Mota. Op. cit.<br />

247 A título <strong>de</strong> ilustração, <strong>de</strong>staco das minhas próprias lembranças a série <strong>de</strong> encontros <strong>de</strong> que<br />

participei em 1997 com vistas a produzir <strong>uma</strong> obra que reunisse a produção dos historiadores<br />

que haviam concluído dissertações e teses sobre a cida<strong>de</strong>. Sob coor<strong>de</strong>nação da professora<br />

Sandra Paschoal Leite <strong>de</strong> Camargo Gue<strong>de</strong>s, as acaloradas discussões para <strong>de</strong>finir o título da<br />

obra chegaram a bom termo quando os envolvidos no trabalho concluíram que “Histórias <strong>de</strong><br />

(i)<strong>migrante</strong>s” explicitaria, <strong>de</strong> partida, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> oferecer ao diversificado e ampliado público<br />

leitor <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong> interpretações que contestavam a supremacia germânica sobre o passado e o<br />

presente da cida<strong>de</strong>. Ver GUEDES, Sandra P. L. <strong>de</strong> Camargo (Org.). Historias <strong>de</strong> (i)<strong>migrante</strong>s:<br />

o cotidiano <strong>de</strong> <strong>uma</strong> cida<strong>de</strong>. <strong>Joinville</strong>: Editora Univille, 2000. Em que pese o fato <strong>de</strong> todos os<br />

autores serem <strong>migrante</strong>s, parece-me que havia o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> que a cida<strong>de</strong><br />

<strong>migrante</strong> se encontrasse na obra.<br />

248 Além das obras que já foram analisadas, refiro-me, entre outros, aos trabalhos <strong>de</strong> COSTA,<br />

Iara Andra<strong>de</strong>. a cida<strong>de</strong> da or<strong>de</strong>m: tensões sociais e controle (<strong>Joinville</strong> 1917-1943). 1996.<br />

Dissertação (Mestrado em História) – Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em História, Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral do Paraná, Curitiba, 1996; GUEDES, Sandra P. L. <strong>de</strong> Camargo; FINDLAY, Elei<strong>de</strong> Abril<br />

Gordon. Hospital público é assim mesmo! <strong>Joinville</strong>: Editora Univille, 2003; GUEDES, Sandra<br />

P. L. <strong>de</strong> Camargo. instituição e socieda<strong>de</strong>: a trajetória do Hospital Municipal São José <strong>de</strong><br />

<strong>Joinville</strong> – 1852-1971. <strong>Joinville</strong>: Movimento & Arte, 1996; SILVA, Janine Gomes da. tempo<br />

<strong>de</strong> lembrar, tempo <strong>de</strong> esquecer... As vibrações do centenário e o período da nacionalização:<br />

histórias e memórias sobre a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong>. 2004. 307 p. Tese (Doutorado em História<br />

Cultural) – Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em História, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina,<br />

Florianópolis, 2004; SOUZA, Giane Maria <strong>de</strong>. educação para o trabalho: sindicatos amarelos<br />

e a pedagogia estadonovista. 2006. 136 p. Dissertação (Mestrado em História e Filosofia da<br />

Educação) – Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Educação, Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas,<br />

Campinas, 2006.<br />

249 CAMPOS, Emerson César <strong>de</strong>; FLORES, Maria Bernar<strong>de</strong>te Ramos. Carrosséis urbanos: da<br />

racionalida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna ao pluralismo temático (ou territorialida<strong>de</strong>s contemporâneas). revista<br />

Brasileira <strong>de</strong> História, v. 27, n. 53, p. 267-296, jan.-jun 2007.

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