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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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sobre as características relativas das regiões A<br />

e B, e <strong>de</strong> dados contextuais respeitantes à sua<br />

situação individual e grupal, se <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> pela<br />

permanência ou pela migração 124 .<br />

As cientistas sociais Elisa Massae Sasaki e Gláucia <strong>de</strong> Oliveira<br />

Assis 125 , ao realizarem igualmente um balanço sobre como os <strong>migrante</strong>s<br />

foram apreendidos pelos estudiosos, indicam que dos clássicos do século<br />

XIX também ganharia bastante a<strong>de</strong>rência a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> migração como<br />

efeito do processo <strong>de</strong> industrialização e <strong>de</strong> expansão urbana, sob impulso<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento do capitalismo.<br />

Contudo somente a partir do início do século XX a migração<br />

se torna problema sociológico específico. Notadamente nos Estados<br />

Unidos, tal autonomia temática emerge das polêmicas e preocupações<br />

em torno da constituição <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>s receptoras <strong>de</strong> diferentes grupos<br />

<strong>de</strong> i<strong>migrante</strong>s. As autoras chamam a atenção para o estudo pioneiro<br />

<strong>de</strong> Thomas e Znaniecki, The polish peasant in Europe and America,<br />

publicado em 1918. Conforme dizem,<br />

Esta obra é consi<strong>de</strong>rada importante porque,<br />

embora tratasse <strong>de</strong> um objeto específico – os cerca<br />

<strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> poloneses que migraram para a<br />

América entre 1880 e 1910 – também <strong>de</strong>monstrou<br />

como o processo <strong>de</strong> migração quebra os laços<br />

<strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>, particularmente o sistema<br />

familiar 126 .<br />

A partir <strong>de</strong> então, estudiosos da Escola <strong>de</strong> Chicago 127<br />

<strong>de</strong>senvolveriam reflexões focando, entre outros aspectos relacionados aos<br />

problemas que afligiam as gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s americanas, os “processos<br />

<strong>de</strong> adaptação, aculturação e assimilação dos grupos i<strong>migrante</strong>s”.<br />

Acreditavam que as socieda<strong>de</strong>s receptoras, estrutural e culturalmente,<br />

ten<strong>de</strong>riam a assimilar completamente os diferentes i<strong>migrante</strong>s.<br />

124 PEIXOTO, João. Op. cit. p. 5.<br />

125 ASSIS, Gláucia <strong>de</strong> Oliveira; SASAKI, Elisa Massae. Teorias das migrações internacionais. In:<br />

ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS: Brasil, 500 Anos – mudanças<br />

e continuida<strong>de</strong>s, 12. Caxambu: ABEP, 2000.<br />

126 Id. Ibid. p. 3.<br />

127 Sobre a história da Escola <strong>de</strong> Chicago, ver: BECKER, Howard. A Escola <strong>de</strong> Chicago.<br />

mana, v. 2, n. 2, 1996.

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