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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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Mais <strong>uma</strong> vez, Ternes investe no ocultamento <strong>de</strong> suas fontes<br />

e no fim do trabalho referencia obras <strong>de</strong> outros autores apenas como<br />

“bibliografia <strong>de</strong> apoio”. Deixa claro o lugar <strong>de</strong> on<strong>de</strong> fala. A obra teria<br />

sido encomendada pelo Centro <strong>de</strong> Engenheiros e Arquitetos <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong><br />

(CEAJ), entida<strong>de</strong> que contava, em seus quadros, com profissionais<br />

preocupados em “reconquistar o domínio do crescimento urbano<br />

h<strong>uma</strong>nizando-o” 112 .<br />

Nessa nova empreitada, optou por organizar os capítulos em cinco<br />

gran<strong>de</strong>s unida<strong>de</strong>s. Na primeira – “Paisagem” – <strong>de</strong>screve as condições<br />

ambientais <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong> (relevo, hidrografia, clima, fauna, flora) e,<br />

curiosamente, inclui o “homem pré-histórico” (“do Sambaqui”), viajantes<br />

europeus e carijós contrapondo-se à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> “vazio <strong>de</strong>mográfico” no<br />

momento da chegada dos i<strong>migrante</strong>s germânicos no século XIX.<br />

Nas unida<strong>de</strong>s seguintes – “O povoamento” e “O urbanismo no século<br />

XIX” –, procura apresentar o nascimento do “espírito do lugar” a partir da<br />

“aventura”, imbuída pelo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> “h<strong>uma</strong>nizar espaços”, dos i<strong>migrante</strong>s<br />

germânicos. Na unida<strong>de</strong> “O urbanismo no século XX”, ao contrário,<br />

discute, segundo <strong>uma</strong> lógica cronológica, a perda do “espírito do lugar”.<br />

Nos primeiros 50 anos, a urbanização <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong> manteria ainda<br />

<strong>uma</strong> aura comunitária. Entretanto o período <strong>de</strong> 1950 a 1965 caracterizase,<br />

para o autor, como o momento em que <strong>Joinville</strong> “rompe suas amarras”<br />

e caminha n<strong>uma</strong> “nova direção”. Aparentemente com um “cotidiano<br />

‘típico <strong>de</strong> interior’”, mudanças emblemáticas anunciariam profundas<br />

transformações. A “multiplicação dos bairros” remete à “explosão<br />

<strong>de</strong>mográfica”, e a proliferação das indústrias expõe os “efeitos” <strong>de</strong><br />

“retomada do <strong>de</strong>senvolvimento do país” 113 . Exprimindo-se por meio<br />

<strong>de</strong> metáforas, explica que tais mudanças estariam “metabolicamente”<br />

associadas e passariam a influir na “anatomia da cida<strong>de</strong>” 114 .<br />

Em tom saudosista, lamenta que “a aventura da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />

cobra um preço a todos os que se lançam à sua conquista” 115 . Diz o<br />

autor que às vésperas da década <strong>de</strong> 1960<br />

112 TERNES, Apolinário, 1993. Op. cit. p. 12.<br />

113 Id. Ibid. p. 160<br />

114 Id. Ibid. p. 161.<br />

115 Id. Ibid. p. 166.<br />

[...] o Rio Cachoeira ainda está limpo. As tar<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> domingo são calmas. Os passeios são feitos<br />

<strong>de</strong> bicicleta, ou mesmo a pé. Não há qualquer

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