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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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O pragmatismo do trabalho insinua-se igualmente nos<br />

questionamentos que faz: “Por que afinal acabamos <strong>uma</strong> cida<strong>de</strong> industrial?<br />

[...] Quais as razões e conseqüências <strong>de</strong>sta industrialização?” 97 .<br />

Consi<strong>de</strong>rando os fatores econômicos como os mais “<strong>de</strong>cisivos”<br />

na história dos povos, qualifica o trabalho como audacioso, pois o<br />

enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> “causas e conseqüências, profundamente integradas<br />

e inter-relacionadas” 98 , teria lhe exigido um esforço concentrado <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>codificação e inúmeras interpretações para <strong>de</strong>monstrar os fundamentos<br />

do processo econômico joinvilense.<br />

Desse esforço, o autor apresenta alg<strong>uma</strong>s singularida<strong>de</strong>s<br />

interpretativas, retoma i<strong>de</strong>ias lançadas na obra anterior e repisa sua<br />

versão sobre a formação do “elemento joinvilense”, agora procurando<br />

i<strong>de</strong>ntificar nos empresários locais as características comportamentais<br />

primordiais, tais como visão <strong>de</strong> futuro, eficiência, comunitarismo e<br />

“espírito superiormente refinado e, por isto mesmo, culturalmente<br />

evoluídos”. Diz ele: “O que os analistas <strong>de</strong> empresas dos anos atuais<br />

exemplificam como condições básicas para o sucesso empresarial<br />

[...] isto os primeiros homens <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong> tinham em<br />

quantida<strong>de</strong>s generosas” 99 .<br />

A relação entre industrialização, crescimento populacional e<br />

expansão urbana é objeto <strong>de</strong> discussão original. Argumenta ele que, a<br />

partir da década <strong>de</strong> 1950, os empresários não se <strong>de</strong>ixaram levar pelas<br />

“ostentações mundanas” 100 que passaram a influir no “metabolismo da<br />

cida<strong>de</strong>” 101 , pois a “explosão <strong>de</strong>mográfica” teria trazido consigo <strong>uma</strong><br />

ameaça à “comunida<strong>de</strong>”, a <strong>de</strong> “poluir-se na promiscuida<strong>de</strong> do mo<strong>de</strong>rno e<br />

do cosmopolitismo” 102 . No entanto será nesse momento que a cida<strong>de</strong> terá<br />

“<strong>de</strong>finitivamente <strong>de</strong>flagrado o estágio <strong>de</strong> forte industrialização” 103 .<br />

Tratando a migração interna como fonte para o “estoque h<strong>uma</strong>no<br />

em abundância” 104 , a consolidação econômica joinvilense contou ainda<br />

97 TERNES, Apolinário, 1986. Op. cit.<br />

98 Id. Ibid. p. 7.<br />

99 Id. Ibid. p. 30.<br />

100 Id. Ibid. p. 91.<br />

101 Id. Ibid. p. 126.<br />

102 Id. Ibid.<br />

103 Id. Ibid. p. 137.<br />

104 Id. Ibid. p. 146.

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