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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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joinvilense po<strong>de</strong> ser genericamente abordada e categorizada 34 em<br />

dois grupos distintos: “abordagem local tradicional” ou “trabalhos<br />

temáticos”.<br />

O primeiro inclui as obras que têm por característica comum,<br />

conforme sua análise, “a exaltação à coragem dos pioneiros e <strong>de</strong> seus<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, verda<strong>de</strong>iros responsáveis pela pujança econômica <strong>de</strong><br />

<strong>Joinville</strong>”. No segundo grupo, sob influência dos cursos <strong>de</strong> graduação<br />

e pós-graduação em História, estão os trabalhos que apresentam<br />

“múltiplas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se ver e escrever a História”, fugindo<br />

assim dos “padrões ditos tradicionais” 35 .<br />

O esquema, segundo Mathyas, é válido não apenas para a<br />

classificação da historiografia recente, mas também para obras<br />

“emblemáticas” sobre <strong>Joinville</strong> escritas no século XIX. Assim, a<br />

autora faz constar em sua análise o relato do i<strong>migrante</strong> Rodowicz-<br />

Oswiecimsky, escrito no século XIX 36 . Atribuindo-lhe a autoria do<br />

“primeiro texto historiográfico local” 37 , o i<strong>migrante</strong> figura ao lado<br />

<strong>de</strong> Carlos Ficker 38 , Elly Herkenhoff 39 , Adolpho Bernardo Schnei<strong>de</strong>r 40 ,<br />

34 Wolff vislumbrou três principais grupos <strong>de</strong> obras classificáveis pelo “objeto <strong>de</strong> estudo” dos<br />

historiadores. No primeiro, po<strong>de</strong>riam ser enquadradas as obras <strong>de</strong> “âmbito estadual” e que, para<br />

a autora, “geralmente dão gran<strong>de</strong> importância a eventos políticos”. O segundo grupo englobaria<br />

as obras <strong>de</strong> “âmbito municipal, local” e, por fim, no terceiro po<strong>de</strong>riam ser situadas as obras<br />

“centradas” em “temas e questões-problemas”. A essa classificação, que penso oscilar entre a<br />

caracterização do “objeto <strong>de</strong> estudo” ora relacionado à abrangência espacial, ora relacionado<br />

aos campos <strong>de</strong> domínios e <strong>de</strong> interesses da pesquisa histórica, Wolff agregaria outro critério<br />

<strong>de</strong> classificação, agora <strong>de</strong> “cunho teórico-metodológico”. Assim, a historiografia catarinense<br />

po<strong>de</strong>ria ser classificável consi<strong>de</strong>rando-se o paradigma da “história tradicional” e o paradigma<br />

da “nova história”. A combinação <strong>de</strong>sses critérios <strong>de</strong> classificação culminou em três categorias:<br />

abordagem estadual tradicional, abordagem local tradicional e abordagem temática. Apesar <strong>de</strong><br />

ter chamado a atenção dos leitores para o “caráter provisório e experimental” da sua sínteseproposta,<br />

a centralida<strong>de</strong> que assume tal classificação no trabalho <strong>de</strong> Mathyas insinua que o seu<br />

esquema se mostrou com maior perenida<strong>de</strong> e mais instrumental do que o previsto em 1994.<br />

WOLFF, Cristina Scheibe. Op. cit.<br />

35 MATHYAS, Alessandra da Mota. Op. cit. p. 90.<br />

36 RODOWICZ-OSWIECIMSKY, Theodor. Op. cit.<br />

37 MATHYAS, Alessandra da Mota . Op. cit. p. 36.<br />

38 FICKER, Carlos. Op. cit.<br />

39 HERKENHOFF, Elly. Op. cit.<br />

40 SCHNEIDER, Adolpho Bernardo. nossa boa terra: contos e crônicas da Terra dos Príncipes.<br />

<strong>Joinville</strong>: Meyer, 1984.

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