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Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

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eventos, Festival <strong>de</strong> Dança e Fenachopp, representavam momentos<br />

importantes para a alavancagem do setor, e o seu êxito resultava da<br />

iniciativa privada em parceria com o po<strong>de</strong>r público.<br />

No diagnóstico econômico final, o empresário afirmava:<br />

“<strong>Joinville</strong> significa bem mais que indústrias. O setor terciário <strong>de</strong>sponta<br />

para o futuro. [...] Ainda que subsidiarimente, a economia <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong><br />

<strong>de</strong>sperta para o turismo” 243 . Além do potencial do turismo <strong>de</strong> negócios<br />

e <strong>de</strong> cultura, o Sr. Moacir G. Thomazi sugeria a integração <strong>de</strong> esforços<br />

com cida<strong>de</strong>s vizinhas para <strong>de</strong>senvolver o turismo <strong>de</strong> natureza. Para<br />

tanto, além <strong>de</strong> rever conceitos e apren<strong>de</strong>r a competir globalmente,<br />

ele relembrava as “lúcidas” palavras do prefeito Luiz Henrique da<br />

Silveira quando <strong>de</strong> seu discurso em cerimônia comemorativa da<br />

Associação Comercial e Industrial <strong>de</strong> <strong>Joinville</strong>. Consi<strong>de</strong>rando que<br />

“já não se requisitam mais administradores que saibam gerir bem as<br />

estruturas existentes, mas gestores capazes <strong>de</strong> mudar essas estruturas,<br />

a<strong>de</strong>quando-as aos espantosos eventos que alteram, a cada instante, a<br />

fisionomia mundial”, aos empreen<strong>de</strong>dores joinvilenses cabia lembrar<br />

que na contemporaneida<strong>de</strong> “não se exigem administradores que sejam<br />

capazes apenas <strong>de</strong> se moldar às transformações, mas <strong>de</strong> antecipar-se<br />

a elas” 244 .<br />

A inserção do turismo na recomposição do quadro econômico <strong>de</strong><br />

<strong>Joinville</strong> foi um processo marcado por rejeições empresariais até pelo<br />

menos a década <strong>de</strong> <strong>1980</strong>. Anedótico ou não, relembro o caso narrado<br />

pelo Sr. Wilmar <strong>de</strong> Souza sobre a ocasião em que um empresário com<br />

gran<strong>de</strong> influência política local propôs a contratação <strong>de</strong> um porteiro<br />

na entrada da cida<strong>de</strong> para fazer <strong>uma</strong> triagem dos interessados em<br />

a<strong>de</strong>ntrá-la. O visto <strong>de</strong> entrada e permanência seria dado àqueles que<br />

quisessem fazer negócios ou trabalho, pois fazer turismo era encarado<br />

como vagabundagem.<br />

Pela pesquisa que realizei na imprensa, pu<strong>de</strong> constatar ainda que<br />

as ativida<strong>de</strong>s voltadas ao turismo não partiram <strong>de</strong> <strong>uma</strong> política que<br />

esquadrinhava o setor a fim <strong>de</strong> incluí-lo no arranjo econômico para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento municipal e regional. O turismo, recorrentemente, foi<br />

citado e visibilizado como alternativa, porém <strong>de</strong> maneira pontual ou<br />

ilustrativa, especialmente quando da realização <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s eventos. Pela<br />

fala dos prefeitos, problemas mais urgentes pareciam excluir quaisquer<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimentos públicos nessa área. Vejamos como foi<br />

243 THOMAZI, Moacir G. Op. cit. p. 95.<br />

244 Id. Ibid.

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