08.05.2013 Views

Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

Pelas tramas de uma cidade migrante (Joinville, 1980-2010)

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

125<br />

Segundo o jornalista Marco Aurélio Braga, o espaço da boate foi<br />

acirradamente disputado por jovens <strong>de</strong>smotivados com as apresentações<br />

musicais das bandinhas alemãs, e lamentava:<br />

Tudo o que um turista, ou mesmo um morador da<br />

região querem, é encontrar na Expoville as músicas<br />

típicas alemãs – mescladas, esporadicamente, com<br />

músicas da moda e não ao contrário –, o chucrute<br />

e o marreco e admirar <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> alemães<br />

arrastando os tamancos pelo chão. Se quisessem<br />

axé ou outro gênero musical, teriam procurado<br />

outro lugar. Quem sabe um Carnaval fora <strong>de</strong><br />

época na Bahia, por exemplo 237 .<br />

No penúltimo dia da festa, a jornalista Genara Rigotti apresentou<br />

no jornal A Notícia <strong>uma</strong> enquete. Intitulada “Miscelânea aprovada”,<br />

informava que tinha entrevistado 15 pessoas que circulavam pelo<br />

pavilhão da Fenachopp. Todos eram joinvilenses com ida<strong>de</strong> entre 16<br />

e 64 anos, e a maioria <strong>de</strong> ascendência germânica. A atenção sobre os<br />

joinvilenses e não sobre os turistas foi justificada por consi<strong>de</strong>rar que<br />

a Fenachopp, diferentemente da Oktoberfest, tinha por frequentadores<br />

majoritários os moradores da cida<strong>de</strong>. Obliquamente, discordava <strong>de</strong> seu<br />

colega que quatro dias antes havia feito críticas ao ecletismo da festa,<br />

pondo em evidência a opinião <strong>de</strong> seus entrevistados:<br />

237 BRAGA, Marco Aurélio. Op. cit.<br />

Raquel Bonique, 24 anos, e Clarice Soares, 51,<br />

afirmaram que a música alemã é muito cansativa<br />

e que misturar vários tipos <strong>de</strong> música torna a festa<br />

mais interessante. Evanil Faggiol, 35 anos, e José<br />

Klifss, 44 anos, só reclamaram que estava muito<br />

cheio, mas sobre a música foram incisivos: “Está<br />

bom assim”. Os adolescentes Fernando Reinert,<br />

18 anos, e Maria Gorete, 16, tem [sic] a mesma<br />

opinião: “Música alemã é pra velho, tem que<br />

misturar”. Os dois dizem que não participariam<br />

da festa se fosse só música típica. Fernando<br />

ainda reclama: “Está faltando rock, muito rock<br />

pra galera” 238 .<br />

238 RIGOTTI, Genara. Fenachopp registra recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> público no domingo. a notícia, <strong>Joinville</strong>,<br />

27 out. 1998.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!