08.05.2013 Views

Q^fô/cwu/eátz no - Fundação Biblioteca Nacional

Q^fô/cwu/eátz no - Fundação Biblioteca Nacional

Q^fô/cwu/eátz no - Fundação Biblioteca Nacional

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

MINISTÉRIO<br />

Consulaat-Gentraal uan hft<br />

Koninkrijk derNederlanden<br />

SfCRf TAK1ADOMTMMÔMO,MUSIUSIAITHPLÁSTICAS<br />

JiíSSSSSSSSSi<br />

Jt-fv MINISTÉRIO DA CULTURA<br />

FUNDAÇIO BIBLIOTECA NACIONAL<br />

W~weâ&Mca <strong>Q^fô</strong>/<strong>cwu</strong>/<strong>eátz</strong> <strong>no</strong>- t /Òraáil<br />

o


Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes<br />

Presidente da República<br />

Luís Inácio Lula da Silva<br />

Ministro da Cultura<br />

Gilberto Passos Gil Moreira<br />

Secretário do Patrimônio Histórico, Museus e Artes Plásticas<br />

Márcio Meira<br />

Presidente do IPHAN<br />

Maria Elisa Costa<br />

Diretora do MNBA<br />

Heloisa Aleixo Lustosa


QC/ PPweâevuxi QjffoÁwwleMi <strong>no</strong> , /jraát/<br />

21 de março a 30 de abril de 2003<br />

Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes<br />

Sala Bernardelli


presença holandesa <strong>no</strong> Brasil<br />

AUTOR DESCONHECIDO escola holandesa<br />

Retrato de João Maurício de Nassau-Siegen<br />

óleo sobre tela<br />

iO A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil Mutwu <strong>Nacional</strong> de Belas Arte»<br />

É com muito prazer e alegria, e como torcedor entusiasta do Rio<br />

de Janeiro e do Brasil, que escrevo a abertura deste estimulante<br />

catálogo, que vem demonstrar o quanto são entrelaçadas a cultura<br />

e a história de Brasil e Holanda.<br />

Juntos, os dois países têm uma longa e interessante história, que<br />

é conhecida de todos nós, mas que na Europa, e mesmo na Holanda,<br />

nem sempre recebe a atenção e a estima que merece.<br />

A bagagem cultural e o espírito empreendedor e humanista de<br />

Maurício de Nassau e seus companheiros aqui criaram raízes e<br />

influenciaram positivamente o pensamento brasileiro. Percebo,<br />

com alegria, como os amigos brasileiros gostam sempre de apontar<br />

orgulhosos para a descendência holandesa.<br />

Existe uma grande afinidade entre <strong>no</strong>ssos povos, o que se reflete<br />

<strong>no</strong> grande número de holandeses <strong>no</strong> Brasil e de brasileiros na<br />

Holanda, e <strong>no</strong>s muitos casamentos e amizades que daí resultaram.<br />

Uma outra resultante é o intercâmbio, a troca, sempre estimulante<br />

entre <strong>no</strong>ssas civilizações. Quantos brasileiros têm contribuído<br />

para a manifestação do espírito artístico na Holanda, através<br />

do cinema, da música, das artes plásticas? Quantos holandeses<br />

- entre eles Frans Post, apresentado nesta exposição - têm<br />

contribuído nas áreas da pintura, fotografia e outras expressões<br />

artísticas da cultura brasileira?<br />

Espero que "A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil" contribua para o<br />

aprofundamento da amizade que une <strong>no</strong>ssos países, e para uma<br />

ainda maior apreciação de <strong>no</strong>ssa história comum. Que seja vista<br />

como uma prova da paixão, afinidade e entusiasmo que sentem os<br />

holandeses pelo Brasil.<br />

Ronald Brouwer<br />

Cônsul-geral dos Países Baixos <strong>no</strong> Rio de Janeiro


JAN PIETER BRUEGHEL<br />

Bruxelas, 1628 - Antuérpia, c.1670<br />

Flores<br />

óleo sobre tela<br />

Em comemoração à visita oficial ao Brasil de Sua Majestade, a<br />

rainha Beatrix, o Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes expõe parte de<br />

seu acervo de arte holandesa.<br />

São obras de uma importante coleção, pinturas e gravuras do<br />

século XVII, com destaque para as oito paisagens de Frans Post,<br />

primeiro artista europeu a registrar o aspecto paisagístico brasileiro<br />

e integrante da comitiva de Johannes Mauritius de Nassau.<br />

Algumas obras expostas foram especialmente restauradas com o<br />

apoio do Consulado-Geral dos Países Baixos, a quem deixamos<br />

registrado <strong>no</strong>ssos agradecimentos.<br />

Aberta para visitação a partir do dia 20 de março de 2003, convém<br />

registrar que, além de pinturas e gravuras que integram o acervo<br />

do Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes, a exposição "A presença<br />

holandesa <strong>no</strong> Brasil" também contará com a participação da<br />

<strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>, através do empréstimo de outras obras raras.<br />

No caldeirão das influências que recebemos e transformamos,<br />

os estilos artísticos europeus - em especial os desenvolvidos na<br />

Holanda - constituem uma parcela significativa da herança cultural<br />

brasileira.<br />

Heloísa Aleixo Lustosa<br />

Diretora do Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes<br />

Muaeu <strong>Nacional</strong> de Bela* Artea A presença holandesa <strong>no</strong> Hrasil \J


MELCHIOR HONDECOETER Utrecht, 1636 - Amsterdam, 1695<br />

Cisnes e pavões<br />

óleo sobre tela<br />

FRANS JANSZOON POST Leyden, 1612 - Haarlem, 1680<br />

Paisagem de Pernambuco<br />

óleo sobre madeira<br />

iO A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil Mutwu <strong>Nacional</strong> de Belas Arte»<br />

O passado e o presente holandês <strong>no</strong> Brasil<br />

Paulo Reis, Curador<br />

A mostra "A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil" apresenta uma leitura<br />

contextualizada de dois ricos acervos que aqui chegaram <strong>no</strong> século<br />

XIX, quando D. João VI transferiu a corte para o Brasil,<br />

trazendo consigo a Pinacoteca e a <strong>Biblioteca</strong> Real Portuguesa. Hoje,<br />

esses acervos estão separados, mas suas histórias marcam um<br />

dos muitos momentos significativos das relações culturais entre<br />

o Brasil e os Países Baixos (Nederlands). Aliás, convém o uso do<br />

termo neerlandês para designar pintores holandeses, flamengos,<br />

zelandeses, entre tantos outros habitantes das províncias que<br />

formam o Rei<strong>no</strong> Unido dos Países Baixos.<br />

Do rico acervo do Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes, <strong>no</strong> Rio de Janeiro,<br />

um conjunto de pinturas dos mestres do século XVII, incluindo<br />

oito paisagens de Frans Post. Já o acervo da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong><br />

<strong>Nacional</strong> é representado pelas gravuras aquareladas de Frans<br />

Post, que ilustram Rerum per Octennium in Brasília, de Gaspar<br />

Barléus. O livro narra a história do chamado Brasil holandês,<br />

período rico de realizações artísticas e científicas promovidas por<br />

Maurício de Nassau, em Pernambuco. "A presença holandesa <strong>no</strong><br />

Brasil" une o passado e o presente dos neerlandeses e brasileiros,<br />

sobre imagens, viagens, conquistas, domínios, migrações, culturas<br />

que se misturaram ao longo de quatro séculos.


No primeiro segmento da mostra, obras de Roeland Savery,<br />

Melchior Hondecoeter, Jan Pieter Brueghel, Michiel J. Mierevelt<br />

e David Beck, juntamente com gravuras de Rembrandt van Rijn,-<br />

Anton van Dyck, Adriaen van de Velde, Adriaen van Ostade,<br />

Cornelis de Visscher, Cornelis Pietersz Bega e Jan Edelinck, entre<br />

outros mestres, contextualizam os diversos estilos que compõem<br />

a pintura neerlandesa, seja de holandeses ou flamengos. No segundo<br />

momento, a pintura de paisagem de Frans Post faz a<br />

ligação com o núcleo posterior - as gravuras de Barléus. Sendo<br />

um paisagista da escola de Haarlem, cidade onde floresceu esse<br />

importante gênero, Post foi o artista escolhido por Maurício de<br />

Nassau para retratar a paisagem brasileira, e com ele trouxe<br />

os ensinamentos de um dos mais admirados gêneros de pintura<br />

daquele período.<br />

A ligação se estabelece naturalmente porque Frans Post pintou<br />

cenas brasileiras e seus desenhos se tornaram as gravuras<br />

aquareladas do livro de Barléus, que, impresso na tipografia de<br />

Joannis Blaeu, tem na folha de rosto retrato de Nassau assinado<br />

por Theodoro Matham. O livro é composto de 56 gravuras, das<br />

quais 31 são cenas da frota, combates navais, paisagens e<br />

vistas marinhas, sendo que 27 são assinadas por Frans Post. A<br />

edição apresentada nesta mostra, pertence ao acervo de obras<br />

raras da <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>; foi impressa em Amsterdam, em<br />

1647, e presenteada, na época do seu lançamento, a D. João IV<br />

pelo embaixador de Portugal na Holanda, Francisco de Souza<br />

Coutinho. O exemplar veio para o Brasil em 1808.<br />

MICHIEL JANSZOON VAN MIEREVELT Delft, 1567 - 1641<br />

Retrato de <strong>no</strong>bre holandês e Retrato de <strong>no</strong>bre holandesa<br />

óleo sobre tela<br />

No período do Brasil holandês (1638-1644), o conde Maurício de<br />

Nassau, que gover<strong>no</strong>u Recife, patrimônio mundial que extravasa<br />

fronteiras, promoveu grande florescimento científico e artístico,<br />

e obras de Frans Post e de Albert Eckhout, entre outros <strong>no</strong>mes,<br />

foram incorporadas aos acervos internacionais que revelam a<br />

importância desses artistas para a compreensão da história que<br />

une o Brasil à Holanda, desde o século XVII até os dias de hoje.<br />

As pinturas de Frans Post, feitas em Pernambuco <strong>no</strong> século XVII,<br />

estão acompanhadas das fotografias do holandês Bart Sorgedrager.<br />

O fotógrafo, nascido em Terborg, em 1959, viajou pelo Brasil<br />

<strong>no</strong> inicio dos a<strong>no</strong>s 90 para "documentar" o estabelecimento de<br />

comunidades holandesas em diversos estados brasileiros. As fotos,<br />

que revelam o modo de vida dos holandeses em ple<strong>no</strong> século<br />

XX, compõem o último módulo da mostra. Quatro séculos depois<br />

da missão nassoviana, Bart toma o lugar de Post e <strong>no</strong>s mostra retratos,<br />

paisagens e interiores de sua gente <strong>no</strong> mesmo lugar exótico<br />

que Post conheceu <strong>no</strong> passado. Os "documentaristas" Frans Post e<br />

Bart Sorgedrager <strong>no</strong>s revelam visões - pessoais - de dois momentos<br />

do Brasil.<br />

Nossa intenção foi, além de reunir <strong>no</strong>vamente os acervos holandeses<br />

do Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes e da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong><br />

<strong>Nacional</strong>, contextualizar o passado e o presente nas relações<br />

Brasil-Holanda. "A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil" fundamenta-se<br />

sobre o passado e o presente, reflexo dos laços huma<strong>no</strong>s, culturais<br />

e históricos que unem o Brasil, os Países Baixos e Portugal, por<br />

isso gostaríamos de render homenagens a duas figuras reais, o<br />

conde Maurício de Nassau e D. João VI que, com suas sensibilidades,<br />

<strong>no</strong>s legaram essas heranças.<br />

Muaeu <strong>Nacional</strong> de Bela* Artea A presença holandesa <strong>no</strong> Hrasil \J


Pinturas holandesas e flamengas<br />

<strong>no</strong> acervo do Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes<br />

Zuzana Pater<strong>no</strong>stro, Historiadora da Arte<br />

A coleção de pinturas holandesas e flamengas constitui uma<br />

parte valiosa do acervo do Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes do<br />

Rio de Janeiro. Reflete a importância histórico-social para a cultura<br />

e a arte do <strong>no</strong>sso país, tendo como destaque as oito extraordinárias<br />

paisagens brasileiras criadas por Frans Janszoon<br />

Post (1612-1680). Além delas, outras obras muito valiosas constituem<br />

exemplos magníficos da pintura holandesa e flamenga do<br />

século XVII, que abrange um leque de gêneros pictóricos dos mais<br />

característicos da época em questão.<br />

Ao lado das pinturas de Post, que retratam aspectos geográficos<br />

e étnicos do Brasil, <strong>no</strong> acervo do MNBA ainda se incluem outros<br />

exemplos do gênero. Entre elas, duas obras de Jacob de Heusch<br />

(1657-1701) que, assim como fizeram outros artistas dos Países<br />

Baixos, também empreendeu uma viagem à Itália, país onde<br />

conheceu a obra dos pintores Gaspar Dughet (1615-1675) e Salvator<br />

Rosa (1615-1673). As duas pinturas de Heusch que integram o<br />

acervo do MNBA: Castelo à beira-mar e, principalmente, Porto de<br />

mar representam o elevado grau de desenvolvimento alcançado<br />

pelo paisagismo holandês <strong>no</strong> cenário europeu.<br />

Um dos mais importantes quadros do acervo holandês do MNBA,<br />

que consegue conjugar paisagem, animais e plantas, é Paraíso<br />

terrestre de Roeland Savery. Esta obra pertence a uma série<br />

pintada na corte do imperador Rodolfo II em Praga (Boêmia), onde<br />

Savery desenvolveu cenas ricas em flora e fauna, dos diferentes<br />

continentes até então conhecidos.<br />

Em se tratando de pintura do gênero natureza-morta,.que vem a<br />

ser um substrato da paisagem, <strong>no</strong>tam-se as características individuais<br />

de diferentes escolas, surgidas <strong>no</strong> âmbito de famílias de<br />

artistas exercendo heranças pictóricas dos seus próprios antepassados.<br />

Estes artistas operaram verdadeiros registros da natureza<br />

resgatados em um instante do seu tempo cro<strong>no</strong>lógico, tão passageiro<br />

e fugaz.<br />

iO A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil Mutwu <strong>Nacional</strong> de Belas Arte»<br />

Entre estes últimos, destacam-se os quadros da família<br />

Hondecoeter, originária de Utrecht: a obra mais antiga deste<br />

acervo do MNBA é um quadro de aves domésticas pintado<br />

por Gysbert Hondecoeter (1604-1653), intitulado Basse-cour.<br />

Recentemente restaurado, apareceram suas cores brilhantes e<br />

profundas devolvendo-lhe a sua qualidade original. Já seu filho<br />

Melchior Hondecoeter (1636-1695), autor da pintura Cisnes e<br />

pavões, preferiu aves <strong>no</strong>bres muito apreciadas na época, que<br />

conferem ao quadro, já imponente pelo tamanho, um lugar de<br />

destaque e uma aparência elegante.<br />

As obras da família Brueghel, originária de Antuérpia, são<br />

representadas pela pintura de um delicado buquê de Flores, de<br />

Jan Pieter Brueghel (1628-c. 1670) - uma obra pintada após o<br />

a<strong>no</strong> de 1665, segundo pesquisas recentes. Outras duas naturezasmortas<br />

(a primeira com frutas e a segunda com flores) são de<br />

autoria de Abraham Brueghel (1631-1697), que, ainda jovem,<br />

viajou para a Itália, onde trabalhou para poderosas famílias<br />

romanas, como os Borghese e os Pamphili. Seus quadros estão<br />

bem afinados com as pinturas dos italia<strong>no</strong>s Ruoppolo (1629-1693)<br />

e Giuseppe Recco (1634-1695).<br />

Para concluir, é oportu<strong>no</strong> lembrar o quadro de Jean-Baptiste<br />

Bosschaert (1667-1746), Grande vaso com flores, uma pintura<br />

posterior a todas as outras já mencionadas, que impressiona pelo<br />

tamanho da composição, pela profundidade espacial e pela segurança<br />

na execução de todos os elementos, tanto das flores quanto<br />

dos detalhes arquitetônicos.<br />

No gênero retrato, o Museu possui três quadros que representam<br />

membros da família de Nassau: todos seguem a estética do retrato<br />

formal, que transmitia símbolos de poder e de virtude. O mais<br />

antigo deste acervo, Retrato do conde João de Nassau-Siegen, é<br />

da coleção de D. João VI. E uma cópia feita <strong>no</strong> século XVII da<br />

obra de Anton van Dyck (1599-1641), cujo original (coleção do<br />

príncipe de Lichtenstein) encontra-se, atualmente, na Gemalde<br />

Galerie, de Viena (Áustria). O mais conhecido, Retrato de Maurício<br />

de Nassau, é uma variante (1666) do original de Pieter Nason<br />

(1612-1688/90?), que está <strong>no</strong> Muzeu Narodowe de Varsóvia<br />

(Polônia).


ROELAND JACOBSZ SAVERY Courtrai, 1576 - Utrecht, 1639<br />

Paraíso terrestre<br />

óleo sobre madeira<br />

Ao lado deles o MNBA possui, ainda, alguns outros originais,<br />

tais como os retratos individuais de um casal, pintados pelo mestre<br />

Michiel Janszoon Mierevelt (1567-1641). Os retratos Nobre<br />

holandês e Nobre holandesa, assim como Busto de homem, de<br />

David Beck (1621-1656), constituem uma clara demonstração do<br />

poder da sociedade protestante dos Países Baixos, e são preciosos<br />

exemplos da famosa escola de retratística de Delft.<br />

Além disso, uma outra obra <strong>no</strong>s chama a atenção: o retrato O<br />

bêbado, atribuído a Matthias Stomer (c. 1600-c. 1650), artista<br />

holandês ativo na Itália. Sua pintura foi influenciada pelo realismo<br />

de Gerrit van Honthorst (1590-1656) e, ainda, pelo naturalismo<br />

de Giuseppe Ribera (1588-1656), sendo característico para<br />

Stomer o "tenebrismo" patente em toda a sua obra.<br />

Cenas de gênero, retratando aspectos do cotidia<strong>no</strong> da sociedade<br />

dos Países Baixos e de Flandres do século XVII, são registros fiéis<br />

do comportamento e do modus vivendi daquele tempo. São, em<br />

parte, resultado de encomendas; muitas delas, porém, também<br />

foram concebidas a partir do interesse do artista pelo seu meio<br />

social - e, portanto, constituem exemplos preciosos de percepção<br />

psicológica da dinâmica de funcionamento da sociedade de então.<br />

Entre os quadros com cenas de costumes deste acervo do MNBA<br />

incluem-se Uma festa campestre, de Egidius van Gillis Tilborgh<br />

(1625-1678), e Cena de aldeia, de David Teniers (1610-1696): ambos<br />

assinados e de excepcional qualidade, O primeiro, provavelmente<br />

pago, e o outro, surgido <strong>no</strong> rastro do interesse individual<br />

do pintor.<br />

A popularidade desses quadros refletindo os costumes era grande,<br />

o que fez surgir diversas réplicas e cópias ao longo dos tempos.<br />

Uma é a cópia Festa de Reis - pintada <strong>no</strong> século XVIII, segundo<br />

o original (1670-72) Soo de oude songe, soo pypen de jongen (Enquanto<br />

os velhos cantam, os jovens chilreiam), de Jan van Steen<br />

(1626-1679). Trata-se de um tema várias vezes pintado por Steen<br />

e reproduzido em diversas cópias, na mesma época do original.<br />

Outra obra, A fiandeira, de Gerard Ter Borch (1617-1681), é, do<br />

mesmo modo, uma cópia do século XVIII que retrata a sua irmã<br />

Gesina, (1652/53) e cujo original encontra-se <strong>no</strong> Museum W. Van<br />

der Vorm, em Roterdam.<br />

Nas pinturas holandesas e flamengas do século XVII, os temas religiosos<br />

e mitológicos eram representados em me<strong>no</strong>r grau. O acervo<br />

do MNBA tem poucos quadros com essa temática. Entre eles,<br />

destaca-se a pintura Ester perante Assuero, de Frans Francken<br />

(1581-1642), um pintor de cenas religiosas por excelência. O<br />

quadro do MNBA, inspirado <strong>no</strong> Livro de Ester do Velho Testamento,<br />

faz parte de uma série cujos exemplos encontram-se em<br />

outros museus (Louvre, Paris; e Szépmuveszeti múzeum, Budapeste).<br />

Outra obra, Pégaso, de Jan Boeckhorst (1604-1668), é uma<br />

composição, criada <strong>no</strong> ateliê de Pieter P. Rubens (1577-1640),<br />

transmitindo com maestria a beleza e a pujança da pintura barroca<br />

praticada <strong>no</strong> Flandres daquele tempo.<br />

Para finalizar convém, ainda, mencionar que, através dessas<br />

observações sobre as obras do acervo holandês do MNBA que tão<br />

bem exibem a época de esplendor que corresponde ao "século de<br />

ouro", como costuma ser chamado, em relação à pintura, o século<br />

XVII <strong>no</strong>s Países Baixos, podemos constatar que a coleção do Museu<br />

apresenta um valioso conjunto que oferece ao público interessado<br />

- e não apenas aos leigos - uma boa oportunidade de estudo<br />

e de considerável fruição estética.<br />

MUaeU <strong>Nacional</strong> de Bela* Artea A presença holandesa <strong>no</strong> Hrasil \J


REMBRANDT HARMENSZ VAN RIJN<br />

Leyden, 1606 - Amsterdam, 1669<br />

O Pai de Rembrandt, 1630<br />

água-forte<br />

iO A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil Mutwu <strong>Nacional</strong> de Belas Arte»<br />

Gravuras holandesas e flamengas<br />

<strong>no</strong> acervo do Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes<br />

Laura Abreu, Gabinete de gravura do MNBA<br />

O segmento de gravura estrangeira, com aproximadamente 1.800<br />

peças, possui um valor inestimável, traçando um breve pa<strong>no</strong>rama<br />

da gravura ocidental. Nesse universo, as obras de gravadores flamengos<br />

e holandeses, ou neerlandeses, são uma parcela significativa<br />

da coleção. Sua origem está na incorporação de obras ao<br />

acervo por meio de algumas compras (décadas de 1940 e 1950),<br />

doações (1940 e 1960) e transferências da Escola <strong>Nacional</strong> de Belas<br />

Artes para o museu, em 1937.<br />

A obra de Cornelis Cort (1533/36-1662) representa o Martírio<br />

de Santo Estevão, judeu convertido e primeiro diáco<strong>no</strong> da igreja<br />

cristã. O artista nasceu em Hoorn, em 1533, transferiu-se para<br />

Veneza, onde foi alu<strong>no</strong> de Ticia<strong>no</strong> (1485-1576). Seu reconhecido<br />

talento proporcio<strong>no</strong>u-lhe tão boa acolhida na Itália, que fundou<br />

em Roma um ateliê; sua gravura influenciou muitos artistas italia<strong>no</strong>s,<br />

alemães e flamengos.<br />

Willem Jacobsz Delff (1580-1638) foi gravador do rei da Inglaterra.<br />

Desenhista, pintor e gravador, trabalhou muitos a<strong>no</strong>s com<br />

Michiel Mierevelt, recebendo, em 1622, a permissão para publicar<br />

todos os seus trabalhos. Dele, o MNBA possui vinte e um retratos,<br />

cujo selecionado para a mostra foi Jan Mauritz von Nassau,<br />

príncipe de Orange.<br />

O museu possui cinco gravuras das mais importantes de um<br />

dos maiores artistas de todos os tempos, Rembrandt van Rijn<br />

(1606-1638). As três cruzes (1643) exibe a força das linhas que constroem<br />

a cena. Em O pai de Rembrandt, a maestria na utilização<br />

da água-forte é marca do talento do artista. A matriz foi gravada<br />

a partir do desenho original. Antes de Rembrandt, que escolheu e<br />

adotou a técnica da água-forte como uma das formas de expressão<br />

de sua arte, a gravura <strong>no</strong>s Países Baixos era feita basicamente<br />

por meio de buril da escola de Goltzius.<br />

Adriaen van Ostade (1610-1685), pintor de gênero e gravador, ingressou,<br />

em 1627, <strong>no</strong> ateliê de Frans Hals (1582/3-1666), teve seu<br />

trabalho tocado pela arte de Rembrandt. Seus temas preferidos<br />

eram paisagens, cenas de interior, a vida camponesa, como a obra<br />

desta mostra: flagrante de uma cena familiar, em que duas mulheres<br />

estão com uma criança na janela de casa.


Cornelis de Visscher (1619/29-1662), desenhista, gravador a buril,<br />

cuja técnica dominava com perfeição, destacado retratista, realizou<br />

suas gravuras a partir dos desenhos que traçava. A gravura<br />

Frederico V, eleitor palatiiio e rei da Boêmia e Gabriel Bethlen,<br />

príncipe da Transilvânia e Rei da Hungria retrata a aliança feita<br />

entre os dois <strong>no</strong>bres na conquista da Hungria e a cidade de Bratislava,<br />

que aparece na parte inferior da obra.<br />

Cornelis Pietersz Bega (1620-1664) foi alu<strong>no</strong> de Adriaen van Ostade,<br />

sendo desenhista, pintor e gravador, teve inúmeros seguidores<br />

e sua especialidade era retratar cenas da paisagem e do cotidia<strong>no</strong><br />

holandês. Cena de taberna é a obra que integra esta mostra.<br />

Anton van Dyck (1599-1641), o ilustre representante de Antuérpia,<br />

estudou <strong>no</strong> ateliê de Pieter Paul Rubens (1577-1640). Van<br />

Dyck colaborou em grandes trabalhos do mestre; considerados<br />

gênios da pintura, realizaram, através da técnica da água-forte,<br />

inúmeros retratos que lhe asseguraram re<strong>no</strong>me internacional.<br />

Cristo com coroa de espinhos é considerada uma das obras-primas<br />

do artista, bem como o retrato Joanes Breugel é um exemplar<br />

desse famoso conjunto de obras.<br />

Gerard Edelinck (1640-1707) estudou em Anvers e, em 1665, pelo<br />

seu e<strong>no</strong>rme talento, foi chamado a Paris para trabalhar sob a<br />

direção de Nanteuil, um dos mais importantes retratistas franceses.<br />

Seu irmão, Jan Edelinck (1643-1680), também se <strong>no</strong>tabilizou<br />

na arte do retrato. De Gerard, mostramos Retrato do genealogista<br />

Charles d'Hozier e de Jan, Jean André, conde de Morstin e (...).<br />

A gravura em metal, surgida em inícios do século XVI, passou<br />

a ser a técnica escolhida por uma série de autores e atingiu a<br />

perfeição <strong>no</strong> século XVII, em especial <strong>no</strong>s Países Baixos, através<br />

do trabalho de importantes artistas que escolheram-na como meio<br />

de expressão de sua arte. Alguns podemos apreciar nesta mostra,<br />

uma oportunidade ímpar de trazer ao público uma parcela importante<br />

do acervo de arte estrangeira do MNBA, em especial a da<br />

gravura neerlandesa.<br />

ANTON VAN DYCK Antuérpia, 1599 - Blackfriars, 1641<br />

Joanes Breugel<br />

água-forte<br />

Muaeu <strong>Nacional</strong> de Bela* Artea A presença holandesa <strong>no</strong> Hrasil \J


A paisagem de Frans Post<br />

Paulo Reis, Curador<br />

Frans Post (1612-1680), para a história da arte brasileira, é o<br />

começo da pintura <strong>no</strong> país. Nascido em Haarlem, cidade-berço da<br />

pintura de paisagem <strong>no</strong>s Países Baixos, para historiadores que<br />

se debruçaram sobre sua pintura, como Joaquim de Souza-Leão<br />

e Pedro Corrêa do Lago, o artista inaugura a tradição abaixo da<br />

linha do Equador. No exterior, a obra de Frans Post está associada<br />

aos estudos dos historiadores Charles Boxer, P. J. Whitehead<br />

e M. Boeseman sobre a colonização holandesa <strong>no</strong> século XVII. Os<br />

trabalhos desses pesquisadores sobre as obras desaparecidas do<br />

pintor orientam, de certa forma, os estudos atuais de Corrêa do<br />

Lago sobre a autenticidade e procedência das pinturas feitas pelo<br />

artista <strong>no</strong> chamado "período brasileiro".<br />

Os historiadores não se cansaram de apontar Frans Post como o<br />

primeiro pintor erudito a retratar a paisagem do Novo Mundo.<br />

O pioneiro nessa afirmação foi Souza-Leão que sistematizou sua<br />

descoberta na mo<strong>no</strong>grafia Frans Post - seus quadros brasileiros,<br />

publicada em 1937 pelo Gover<strong>no</strong> do Estado de Pernambuco. Muito<br />

mais que afirmar o pioneirismo do artista, Souza-Leão reconhece<br />

e cataloga as obras feitas na sua estada <strong>no</strong> país e as que foram<br />

feitas na sua volta à Holanda natal. As pesquisas do historiador<br />

confirmaram a existência de duas obras pintadas pelo artista <strong>no</strong><br />

Brasil, datadas e assinadas entre 1638 e 1640, levantando suspeitas<br />

sobre outras cinco reconhecidas como feitas por Post <strong>no</strong> mesmo<br />

período.<br />

/v A presvnv» holaiitlf.su <strong>no</strong> Brasil Mu—• Nm mn.il tio Bolas Artes<br />

FRANS JANSZOON POST Leyden, 1612 - Haarlem, 1680<br />

Siara<br />

gravura em cobre<br />

Hoje o historiador Pedro Corrêa do Lago desdobrou a perspectiva<br />

de Souza-Leão, afirmando que o artista pintou muito mais que<br />

os oito quadros inicialmente localizados. Corrêa do Lago reconhece<br />

que Post talvez tenha produzido dezoito obras pintadas<br />

<strong>no</strong> Nordeste brasileiro, enumerando as sete pinturas conhecidas,<br />

acrescentando mais três como prováveis, e oito como possíveis,<br />

configurando um estudo comparativo com obras gravadas e cópias<br />

de suas pinturas. A assertiva do historiador se deu graças aos<br />

estudos promovidos em cinco a<strong>no</strong>s de busca de informações, agora<br />

condensadas num catalogue raisonné, a ser lançado brevemente.<br />

Se o Frans Post que assombra os estudiosos é aquele da paisagem<br />

americana inaugural, deveria ser também o paisagista de uma<br />

das mais importantes escolas neerlandesas, a da paisagem da<br />

Guilda de São Lukas de Haarlem, que possibilitou obras-primas<br />

do século XVII, que acabaria por fundar o realismo, escola que teria<br />

imenso impacto na arte do século XIX. Apesar de a história de<br />

Frans Post conter muitas incertezas, como convém a um artista<br />

do século XVII, bastaria, <strong>no</strong> entanto, observar suas obras para se<br />

reconhecer o real valor do pintor <strong>no</strong> contexto da pintura do período<br />

chamado Século de Ouro da Pintura Hotóndesa, desligando-o<br />

da pecha de documentarista, exótico, pré-Rousseau e uaif, como<br />

querem alguns maledicentes. Estudos comparados de suas sete<br />

obras brasileiras com as dos seus contemporâneos revelam que o<br />

artista foi um seguidor dos postulados de sua escola, ou seja, da<br />

Guilda de São Lukas, introduzindo referências aos mestres em<br />

suas paisagens.


FRANS JANSZOON POST Leyden, 1612 - Haarlem, 1680<br />

Vista de um engenho de cana de açúcar<br />

óleo sobre madeira<br />

A pintura de paisagem de Frans Post deixa transparecer a<br />

discussão que se travava na Europa entre os pintores de tradição<br />

realista, praticada pelos países calvinistas, em detrimento da busca<br />

pela perfeição na pintura italianizante da Europa católica. O<br />

jovem Frans Post, ao chegar ao Brasil, trazia consigo os câ<strong>no</strong>nes<br />

de uma das escolas mais conceituadas e respeitadas <strong>no</strong>s Países<br />

Baixos, cujos ensinamentos determinavam que todo artista deveria<br />

representar a natureza livre da necessidade de prejulgamento,<br />

das representações antecipadas, visto que a natureza não<br />

sofresse a deformação do olhar preconcebido; em outras palavras,<br />

uma natureza virginal.<br />

Alijado da herança e da tradição artística que portou consigo para<br />

o Brasil, Frans Post foi chamado de documentarista em função<br />

do seu papel na corte de Nassau. Essa prerrogativa é mais que<br />

válida. Porém, se tomarmos as conclusões de E. M. Gombrich e<br />

Sey<strong>no</strong>ur Slive sobre a natureza realista da pintura holandesa <strong>no</strong><br />

século XVII, podemos constatar que Frans Post manteve-se fiel<br />

a sua herança, realizando obras consciente da natureza de sua<br />

representação. Erroneamente tachado de exótico pelos que se debruçaram<br />

sobre sua obra, entendemos que a pintura de Frans<br />

Post carrega elementos formais da pintura praticada <strong>no</strong>s Países<br />

Baixos, aproximando suas paisagens dos mesmos ensinamentos<br />

perpetrados pelos mestres de sua guilda: Salomon van Ruysdael,<br />

Jan van Goyen e Pieter de Molijun, influenciados por Esaias van<br />

de Velde, que lhes legou a composição como principal elemento da<br />

boa pintura de paisagem.<br />

Mesmo, não sendo obras do chamado período brasileiro, Paisagem<br />

de Pernambuco, Paisagem da Paraíba, Mocambos, Olinda, Engenho<br />

de cana, Igreja de São Cosme e São Damião em Igarassú,<br />

Paisagem de várzea e Vista de um engenho de cana de açúcar, integrantes<br />

do acervo de pintura estrangeira do MNBA, têm grande<br />

importância para a <strong>no</strong>ssa história, pois constituem valiosas obras<br />

do começo da arte brasileira.<br />

É preciso fazer um exame dessas representações sob o prisma<br />

da pintura de paisagem neerlandesa, observando os câ<strong>no</strong>nes e<br />

conteúdos e, sobretudo, entender as razões de sua própria natureza,<br />

por que e para que foram feitas. Queremos reconstruir<br />

o imaginário da paisagem brasileira, <strong>no</strong>s princípios da pintura<br />

neerlandesa, origem de Frans Post, para podermos dimensionar<br />

seu verdadeiro valor.<br />

Muaeu <strong>Nacional</strong> de Bela* Artea A presença holandesa <strong>no</strong> Hrasil \J


ABRAHAM BRUEGHEL Antuérpia, 1631 - Nápoles, 1697<br />

i Natureza-morta com frutas<br />

óleo sobre tela, 72 x 97cm<br />

Coleção D. Joãò VI, 1821<br />

2 Natureza-morta com flores<br />

óleo sobre tela, 72 x 97cm<br />

Coleção D. João VI, 1821<br />

AUTOR DESCONHECIDO escola holandesa<br />

3 Festa de reis<br />

óleo sobre tela, 81 x 91,5cm, sem assinatura<br />

Cópia do séc. XVIII do original de Jan Van Steen (Leyde, 1626 - 1679)<br />

Doação Salvador de Mendonça, 1890<br />

i A fiandeira<br />

óleo sobre madeira, 31 x 28cm, assinada: GTB<br />

Cópia do séc. XVIII do original de Gerard Terborch<br />

(Zwolle, 1617 - Deventer, 1681), Compra Jurg Aanschen,1952<br />

r> Retrato de João Maurício de Nassau-Siegen ver página 6<br />

óleo sobre tela, 125 x 96cm, sem assinatura<br />

Cópia do séc. XVIII segundo de Piet Nason (Haarlem, 1612- 11689)<br />

Doação J.A. Gerken, 1922<br />

DAVID BECK Delft, 1621 - Haya, 1656<br />

i; Busto de homem<br />

óleo sobre tela, 71 x 56cm, sem assinatura<br />

Doação Barões de S. Joaquim, 1922<br />

iO A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil Mutwu <strong>Nacional</strong> de Belas Arte»<br />

DAVID TENIERS Antuérpia, 1610 - Bruxelas, 1696<br />

7 Cena de aldeia<br />

19 20<br />

óleo sobre madeira, 40 x 60cm, assinada: D. Teniers<br />

Permuta Palácio do Catete, 1948<br />

EGIDIUS VAN GILLIS TILBORGH Bruxelas, 1625 - 1678<br />

8 Uma festa campestre<br />

óleo sobre tela, 110 x 50cm, assinada: G. Tilborgh<br />

Compra Ângelo Antonio Rosea, 1874<br />

FRANS FRANCKEN, O JOVEM Antuérpia, 1581 -1642<br />

9 Ester perante Assuero<br />

óleo sobre madeira, 56 x 86cm, assinada: (ilegível)<br />

Doação Mosteiro de São Bento, 1956<br />

FRANS JANSZOON POST Leyden, 1612 - Haarlem, 1680<br />

io Paisagem de várzea<br />

óleo sobre madeira, 38 x 57,2cm, sem assinatura<br />

Doação Gover<strong>no</strong> Real da Holanda, 1922<br />

n Paisagem de Pernambuco ver página 8<br />

óleo sobre madeira, 34,3 x 47,3cm, sem assinatura<br />

Permuta Palácio Guanabara, 1941<br />

12 Paisagem da Paraíba<br />

óleo sobre madeira, 45,4 x 53,7cm, assinada: F. Post<br />

Permuta Palácio Guanabara, 1941<br />

13 Mocambos<br />

óleo sobre madeira, 34 x 51cm, assinada: F. Post 1659<br />

Permuta Palácio Guanabara, 1941


14 Olinda<br />

óleo sobre tela, 79 x lll,5cm, assinada: F. Post<br />

Permuta Palácio Guanabara, 1941<br />

15 Engenho de cana<br />

óleo sobre tela, 90,8 x 115,5cm, sem assinatura<br />

Permuta Palácio Guanabara, 1941<br />

16 Igreja de São Cosme e São Damião em Igarassú<br />

óleo sobre madeira, 33,4 x 41,4cm, assinada: F. Post<br />

Compra Afrânio de Mello Franco,1942.<br />

17 Vista de um engenho de cana de aÇUCar ver página 15<br />

óleo sobre madeira, 25,7 x 41,4cm, assinada: F. Post<br />

Compra Mendel Wolf Einhorn,1949<br />

GYSBERT-GILLISZ HONDECOETER Utrecht, 1604 - Amsterdam, 1653<br />

ir Basse-cour (O galinheiro)<br />

óleo sobre tela, 114 x lOOcm, assinada: Hondecoeter<br />

Compra Willen Lendert van Dish, 1952 (em restauração)<br />

JACOB DE HEUSCH Utrecht, 1657 - Amsterdam, 1701<br />

19 Castelo à beira-mar<br />

óleo sobre tela, 35,5 x 60,5cm, sem assinatura<br />

Compra Jerônimo Silva<strong>no</strong>, 1888<br />

ao Porto de mar<br />

óleo sobre tela, 36 x 60cm, sem assinatura<br />

Compra Jerônimo Silva<strong>no</strong>, 1888<br />

JAN BOECKHORST Münster, 1604 - Antuérpia, 1668<br />

2i Pégaso<br />

óleo sobre tela, 133 x 168cm, sem assinatura<br />

Coleção D. João VI, 1821<br />

JEAN-BAPTISTE BOSSCHAERT Antuérpia, 1667 - 1746<br />

22 Grande vaso com flores<br />

óleo sobre tela, 147 x 214cm, assinada: Bosschaert<br />

Compra Joaquim Lebreton, 1815<br />

JAN PIETER BRUEGHEL Bruxelas, 1628 - Antuérpia, c.1670<br />

23 Flores ver página 7<br />

óleo sobre tela, 80 x 60cm, assinada: Jan de Brueghel<br />

Doação Salvador de Mendonça, 1890<br />

MATTHIAS STOMER Amersfoort, c. 1600 - Sicília, Itália, c. 1650<br />

2i O bêbado<br />

óleo sobre tela, 77 x 57cm, sem assinatura<br />

Doação Barões de S. Joaquim, 1922<br />

MELCHIOR HONDECOETER Utrecht, 1636 - Amsterdam, 1695<br />

25 Cisnes e pavões ver página 8<br />

óleo sobre tela, 145 x 211,5cm, assinada: M. Hondecoeter<br />

Permuta Palácio Laranjeiras, 1957<br />

MICHIEL JANSZOON VAN MIEREVELT Delft, 1567 - 1641<br />

Retrato de <strong>no</strong>bre holandês ver página 9<br />

óleo sobre tela, 110 x 80cm, sem assinatura<br />

Doação Cláudio de S. Vincenzi, 1891 (em restauração)<br />

27 Retrato de <strong>no</strong>bre holandesa ver página 9<br />

óleo sobre tela, 110 x 80cm, sem assinatura<br />

Doação Cláudio de S. Vincenzi, 1891<br />

ROELAND JACOBSZ SAVERY Courtrai, 1576 - Utrecht, 1639<br />

28 O paraíso terrestre \< . página n<br />

óleo sobre madeira, 55 x 91cm, assinada: Roeland Savery<br />

Doação Barões de S. Joaquim, 1922<br />

Museu <strong>Nacional</strong> de Itelas Artes A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil i 7


Gravuras<br />

Acervo Museu <strong>Nacional</strong> de Belas Artes<br />

ADRIAEN VAN OSTADE Haarlem, 1610 - 1685<br />

1 Duas mulheres com criança na janela<br />

água-forte, 9 x 7cm, assinada<br />

Compra, Anita Orientar, 1942<br />

ANTON VAN DYCK Antuérpia, 1599 - Blackfriars, 1641<br />

2 Joanes Breugel ver página 13<br />

água-forte, 24,7 x 17,7cm, assinada<br />

Transferência, Escola <strong>Nacional</strong> de Belas Artes, 1937<br />

i Jesus coroado de espinhos<br />

água-forte, 24,7 x 17,7cm, assinada<br />

Doação, Pedro Martins Caldas Xéxeo<br />

AUTOR DESCONHECIDO escola holandesa<br />

I Retrato de Martinus Van Velde, 14001/1500<br />

buril e água-forte, 28,5 x 37cm, sem assinatura.<br />

Transferência, Escola <strong>Nacional</strong> de Belas Artes, 1937 (em restauração)<br />

CORNELIS CORT Hoom, 1533/36 - Roma, 1578<br />

.Martírio de Santo Estevão, 1576<br />

cópia da obra original de Marcelus<br />

buril, 58,6 x 43,2cm, assinada<br />

Transferência, Escola <strong>Nacional</strong> de Belas Artes, 1937<br />

CORNELIS DE VISSCHER Haarlem, 1619/29 - 1662<br />

e Frederico V, eleitor e rei da Boêmia, 1641/1660 buril e água-forte,<br />

20,8 x 16,3cm, assinada<br />

Transferência, Escola <strong>Nacional</strong> de Belas Artes, 1937<br />

iO A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil Mutwu <strong>Nacional</strong> de Belas Arte»<br />

CORNELIS PIETERSZ BEGA Holanda, 1620 - 1664<br />

7 Cena de Taberna, c. 1635/1664<br />

água-forte, 10,2 x 10,4cm, sem assinatura<br />

Doação, José Paulo Morteira da Fonseca, 1964<br />

GERARD EDELINCK Antuérpia, 1640 - Paris, 1707<br />

8 Retrato do genealogista Charles d*Hozier, 1691 cópia da obra<br />

original de Hyacinttie Rigaud, dito Rigau Y Ros, buril,<br />

46,9 x 35cm, assinada<br />

Compra, Maria dos Anjos Leon da Silveira, 1944<br />

JAN EDELINCK Antuérpia, c.1643 - Paris, 1680<br />

a Jean André, Conde de Morstin e (...)<br />

buril e água-forte, 34,1 x 25,4cm<br />

Procedência desconhecida (em restauração)<br />

REMBRANDT HARMENSZ VAN RIJN Leyden, 1606 - Amsterdam, 1669<br />

ío O Pai de Rembrandt, 1630 ver página 12<br />

água-forte, 10,3 x 8,4cm, assinada<br />

Compra, Anita Orientar, 1942<br />

11 As três cruzes<br />

ponta-seca e buril, 33,4 x 39,lcm, assinada<br />

Compra, Auke Anne Tédma, 1950<br />

WILLEM JACOBSZ DELFF Delft, 1580-1638<br />

12 Príncipe Maurício, 1625<br />

buril, 41,2 x 29,lcm, sem assinatura<br />

Transferência, Escola <strong>Nacional</strong> de Belas Artes, 1937


FRANS JANSZOON POST Leyden, 1612 - Haarlem, 1680<br />

Livro Rerum per Octennium in Brasília, de Gaspar Barléus,<br />

gravura em cobre, pintado a mão, 42,5 X 55,5cm, Amsterdam, 1647<br />

i Mauritiopolis<br />

•2 Portus Calvi<br />

.] I. Tamaraca<br />

iParayba<br />

. Alagoa ad Austrum<br />

e Caput S. Augustin<br />

7 Olinda<br />

8Marag<strong>no</strong>n<br />

9 Serinheim<br />

10 Siara ver página 14<br />

11 Ostium Fluminis Parayba<br />

i2Friburgum<br />

ia Boa Vista<br />

14 Fluvius grandis<br />

Muaeu <strong>Nacional</strong> de Bela* Artea A presença holandesa <strong>no</strong> Hrasil \J


i Retrato de Jaap Struyving. Carambeí, Paraná, 40 x 50cm<br />

Cooperativa Batavo. Carambeí, Paraná, 40 x 50cm<br />

Amilton Los, Daniel e Matheus Gottlieb. Carambeí,<br />

Paraná, 50 x 70cm<br />

i Sepultura de Luis Aldeto de Geus, Carambeí, Paraná, 40 x 50cm<br />

Entrada do silos de Hendrik Barkema. Carambeí,<br />

Paraná, 40 x 50cm<br />

Retrato de Guilherme Noite, Carambeí, Paraná, 40 x 50cm<br />

T Sala de estar da família Timmermans, Carambeí,<br />

Paraná, 40 x 50cm<br />

« Retrato de Wennie Dijkstra, Carambeí, Paraná, 50 x 70cm<br />

9 Cozinha de Graat van Engelen. Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

Retrato de Toon van Aken de Keijenborg. Holambra,<br />

São Paulo, 40 x 50cm<br />

n Retrato de Frans Elting, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

i- Sala de estar da família Kors. Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

i Arquitetura holandesa. Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

14 Retrato de Robson van Dijk, Holambra, São Paulo, 50 x 70cm<br />

iO A presença holandesa <strong>no</strong> Brasil Mutwu <strong>Nacional</strong> de Belas Arte»<br />

ir> "Mini Praia". Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

Hi Cena de bar. Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

17 Restaurante El Rancho, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

ís Flores, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

ia Casa de Geral van Engelen, Holambra, São Paulo, 50 x 70cm<br />

20 Retrato de Dirk Bruins, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

21 Retrato de Nico Berger, Não Me Toque, Rio Grande do Sul. 40 x 50cm<br />

Escritório da diretoria da fábrica Stara, Não Me Toque,<br />

Rio Grande do Sul, 40 x 50cm<br />

Casa de Lies Sandrers, Não Me Toque, Rio Grande do Sul, 40 x 50cm<br />

JI Retrato de Bart van Vught, Não Me Toque,<br />

Rio Grande do Sul, 40 x 50cm<br />

25 Retrato de Geert e Jan Tinus van der Scheer, Castrolanda,<br />

Paraná, 40 x 50cm<br />

2G Igreja, Castrolanda, Paraná, 40 x 50cm<br />

2? Interior da casa de Albert Wolters. Castrolanda, Paraná, 40 x 50cm<br />

28 Festa do Dia da Rainha. Castrolanda, Paraná, 40 x 50cm<br />

Escola Média de Agricultura e Doméstica, Castrolanda,


Paraná, 40 x 50cm<br />

30 Retrato de Hendrik e Wim Salomons, Castrolanda,<br />

Paraná, 50 x 70cm<br />

31 Igreja, Arapoti, São Paulo, 40 x 50cm<br />

32 Cooperativa de Arapoti, São Paulo, 40 x 50cm<br />

33 Escola em Arapoti, São Paulo, 40 x 50cm<br />

34 Retrato de Johan Koopman, Arapoti, São Paulo, 40 x 50cm<br />

35 Interior da casa da família Deen, Arapoti, São Paulo, 40 x 50cm<br />

ae Missa de Sexta-feira Santa, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

37 Guus Serrarens <strong>no</strong> trabalho, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

3» Plantio de Flores, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

39 Retrato de Timo van Dijk, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

40 Interior da casa de André Hin, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

41A família Eltink: Annie, Rosa, Tinie, José e Trees,<br />

Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

42 A implantação de pasto por bóias-frias, Holambra,<br />

São Paulo, 40 x 50cm<br />

43 Cena de Pasto, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

44 Retrato de Piet Heezen, Holambra, São Paulo, 40 x 50cm<br />

46 Retrato de Marianne de Réus, Maracajú,<br />

Mato Grosso do Sul, 40 x 50cm<br />

46 Fazenda da família Kees Huismans,Maracajú,<br />

Mato Grosso do Sul, 40 x 50cm<br />

47 Empresa de Tim Beukhof, Maracajú,<br />

Mato Grosso do Sul, 50 x 70cm<br />

18 Bar em Maracajú, Mato Grosso do Sul, 40 x 50cm<br />

49 Jan Glas colhendo ce<strong>no</strong>uras, Unaí, Minas Gerais, 40 x 50cm<br />

50 O casal Dirk Deuzeman e Tinie C<strong>no</strong>ssen com filhos. Unaí,<br />

Minas Gerais, 40 x 50cm<br />

5> Interior da casa da família Deuzeman, Unaí,<br />

Minas Gerais, 40 x 50cm<br />

•wHermana e seu pai Roel vendendo porcos, Unaí,<br />

Minas Gerais, 40 x 50cm<br />

53 Saída da Igreja, Unaí, Minas Gerais, 50 x 70cm<br />

54 Paisagem, Unaí, Minas Gerais, 40 x 50cm<br />

55 Retrato de Luuk Salomons, 50 x 70cm<br />

Muaeu <strong>Nacional</strong> de Bela* Artea A presença holandesa <strong>no</strong> Hrasil \J


SiCRf TAR1A DO PATRIMÔNIO, MUSIUS E ARTIS PLÁSTICAS -íX MINISTÉRIO DA CULTU<br />

, . . KSim.1000pubmú<strong>no</strong>«rouco iuiístico-acxm II <strong>Fundação</strong> BIBLIOTECA NACIONAL<br />

Consulnat-Gtnrraal van h«<br />

Koninkrijk der Nederlanden MUSIU NACIONAL DÍ BELAS ARTES<br />

A Presença Holandesa Holandesa <strong>no</strong> Brasil<br />

Produção executiva<br />

Entreposto das Artes Consultoria e Projetos<br />

Coordenação geral<br />

Anton Henri Berden<br />

Curadoria<br />

Paulo Reis<br />

Design de montagem<br />

Paulo Reis e Carla Marins<br />

Museologia<br />

Yara de Senna Amado, Jane Lúcia Viera Ritter,<br />

Laura Abreu e Zuzana Pater<strong>no</strong>stro<br />

Moldura<br />

Isonete Porto Molduras<br />

Design de luz<br />

Milton Giglio, Adilson da Silveira, José Carlos Rosa dos Santos<br />

e José Roberto Rosa dos Santos<br />

Montagem<br />

William Galdi<strong>no</strong> e Alexandre Amorim<br />

Pintura<br />

Elias e Ezequias Felipe da Silva<br />

M m<br />

p de X<br />

Coordenação editorial<br />

Paulo Reis<br />

Projeto gráfico e de sinalização<br />

Carla Marins<br />

Fotografias<br />

Leonardo Aversa (páginas 16 e 17 números 3, 4, 5, 6, 7, 8, 12, 15, 17, 18, 19, 20,<br />

23, 24, 26 e página 18 números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12)<br />

Antonio Caeta<strong>no</strong> (páginas 16 e 17 números 7, 9, 21, 28)<br />

Vicente de Mello (página 8, canto inferior)<br />

Pedro Oswaldo Cruz (página 16 número 10)<br />

Textos<br />

Laura Abreu, Paulo Reis, Zuzana Pater<strong>no</strong>stro<br />

Versão do holandês<br />

Anton Henri Berden<br />

Revisão<br />

Rosalina Gouveia<br />

Agradecimentos especiais<br />

Anelise Pacheco e Ana Cristina Evres, Museu da República<br />

Bart Sorgedrager<br />

Daniella Riet, Editora Sextante<br />

Maria Clara Rodrigues, Imago Escritório de Arte<br />

Agradecimentos<br />

Heloisa Amaral Peixoto, Carla Samarti<strong>no</strong>, Denise Soares,<br />

Hector Villalon, Jan e Maria Berden, Janda Praia,<br />

José Peixoto Guimarães Neto, Junia van Overbeek, Laerte Rimuli,<br />

Lilian Barreto, Rinaldo Guedes Rapassi, Sabrina Viegas,<br />

Suzy Muniz, Pedro e Mônica Xexéo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!