UMBANDA EM GOIÂNIA - Faculdade de História - UFG
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Entre 1980 e 1989 foi encontrado neste arquivo da Polícia Civil relativo à<br />
atuação da Delegacia <strong>de</strong> Costumes em Goiás, um total <strong>de</strong> 19 terreiros registrados em<br />
Goiânia e 17 terreiros em todo o Estado <strong>de</strong> Goiás, perfazendo um total <strong>de</strong> 36 terreiros<br />
registrados, todos na mesma situação <strong>de</strong> exercerem ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> “jogos lícitos <strong>de</strong><br />
carteado”.<br />
Ao que parece esta <strong>de</strong>legacia <strong>de</strong> costumes na verda<strong>de</strong> não fiscalizava templos<br />
religiosos, sua preocupação era estritamente com jogos e diversões públicas, tanto é que<br />
nos registros não há qualquer menção a registro <strong>de</strong> terreiros fora <strong>de</strong>stes casos. Os<br />
centros <strong>de</strong> Umbanda neste caso entram apenas para dar suporte aos jogos, mas a<br />
Umbanda não era o alvo central <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>legacia.<br />
Quanto às atas da Fe<strong>de</strong>ração, observamos que apenas quando o Sr. Luís estava<br />
na presidência da casa as atas eram registradas. Em 1972 quando o Sr. Edson Luís<br />
Nunes assumiu a presidência, as atas <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser registradas. Quando o Sr. Luís<br />
Fernan<strong>de</strong>s Salles voltou à presidência em 1991, as atas passaram novamente a ser<br />
registradas. Assim, parece que não eram todos os presi<strong>de</strong>ntes que tinham a preocupação<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar registradas as ações da FUEGO.<br />
Outro fato importante nesta época, conforme já citamos anteriormente, foi a<br />
mudança no nome da Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Umbanda <strong>de</strong> Goiás, que só agora passa a incorporar<br />
o Candomblé na <strong>de</strong>nominação da instituição:<br />
A partir <strong>de</strong> noventa, aí a Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Umbanda do<br />
Estado <strong>de</strong> Goiás e passou a ser Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Umbanda e Candomblé do Estado<br />
<strong>de</strong> Goiás. (...) O único terreiro que estava com a gente era o do seu João <strong>de</strong><br />
Abuk, que está lá ainda, ainda tem a ficha <strong>de</strong>le, da inscrição <strong>de</strong>le (...) a primeira<br />
filiação <strong>de</strong> Candomblé, a primeira casa que esteve na fe<strong>de</strong>ração 73 .<br />
Portanto, o final <strong>de</strong>ste período é marcado também pela mudança na orientação<br />
da Fe<strong>de</strong>ração, que passa a se chamar Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Umbanda e Candomblé do Estado <strong>de</strong><br />
Goiás, e não mais somente <strong>de</strong> Umbanda como anteriormente. Em agosto <strong>de</strong> 1989 é<br />
realizado o II Congresso <strong>de</strong> Umbanda e Candomblé do Estado <strong>de</strong> Goiás, quando os<br />
certificados emitidos já saem em nome da Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Umbanda e Candomblé do<br />
Estado <strong>de</strong> Goiás. O primeiro terreiro <strong>de</strong> Candomblé filiado teria sido o do Sr. João <strong>de</strong><br />
Abuk, já citado como primeiro terreiro <strong>de</strong> Candomblé da capital goiana.<br />
73 Entrevista com Sr. Luís Fernan<strong>de</strong>s Salles e Elmo Rocha, realizada em 16/11/06 por Eliesse Scaramal.<br />
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