UMBANDA EM GOIÂNIA - Faculdade de História - UFG
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contou com o registro <strong>de</strong> 175 terreiros em Goiânia, <strong>de</strong> 58 bairros diferentes; 125<br />
registros em todo o estado <strong>de</strong> Goiás, <strong>de</strong> 87 cida<strong>de</strong>s diferentes; e 26 registros <strong>de</strong> locais<br />
não <strong>de</strong>finidos, perfazendo um total <strong>de</strong> 326 registros. Nos anos seguintes esses números<br />
seriam reduzidos drasticamente, como veremos a seguir.<br />
4.2. Segundo Período Fe<strong>de</strong>rativo (1980 – 89)<br />
A década <strong>de</strong> 1980 foi marcada por um <strong>de</strong>créscimo consi<strong>de</strong>rável no número <strong>de</strong><br />
novos registros <strong>de</strong> centros e terreiros na FUEGO. Apenas oitenta e duas novas casas em<br />
todo o estado <strong>de</strong> Goiás. Infelizmente não temos como precisar o número <strong>de</strong> centros e<br />
terreiros que continuavam filiados na Fe<strong>de</strong>ração na época, pois ela não mantinha um<br />
controle do número <strong>de</strong> terreiros que fechavam ou <strong>de</strong>ixavam <strong>de</strong> atuar na capital. Portanto<br />
o único dado que temos sobre isto é o número <strong>de</strong> novos registros, que <strong>de</strong>monstram que<br />
nesta década a religião não continua a crescer na mesma proporção do período anterior,<br />
com um número <strong>de</strong> novas filiações muito inferior. Este período é também o que menos<br />
<strong>de</strong>ixou registros por parte da Fe<strong>de</strong>ração. Não encontramos uma ata <strong>de</strong> reunião sequer<br />
relativa a este período, dificultando assim obtermos informações sobre quais ativida<strong>de</strong>s<br />
estavam sendo realizadas no período.<br />
Em contrapartida encontramos muitos documentos no arquivo histórico da<br />
Polícia Civil <strong>de</strong> Goiás, relativos ao registro <strong>de</strong> casas espíritas e umbandistas na então<br />
existente Delegacia Estadual <strong>de</strong> Crimes contra os Costumes, Jogos e Diversões<br />
Públicas. Curiosamente, tais registros não se referem à prática umbandista, mas sim ao<br />
exercício <strong>de</strong> “jogos lícitos <strong>de</strong> carteado” vinculados a estes centros. Entre os documentos<br />
estão relatórios <strong>de</strong> vistorias, alvarás <strong>de</strong> funcionamento e outros documentos conferidos<br />
aos centros, que comprovavam serem alguns <strong>de</strong>les <strong>de</strong> reputação reconhecida, como<br />
certificados <strong>de</strong> filiações a importantes fe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Umbanda <strong>de</strong> Goiás e do país.<br />
Não sabemos precisar se tais centros eram na verda<strong>de</strong> uma fachada para casas <strong>de</strong><br />
carteados, ou se ambas as ativida<strong>de</strong>s eram exercidas pelas casas, mas po<strong>de</strong>mos afirmar<br />
que as ativida<strong>de</strong>s dos chamados “jogos lícitos <strong>de</strong> carteado” tinham um papel <strong>de</strong>stacado<br />
na atuação <strong>de</strong>stes “centros”. Em um dos documentos, por exemplo, que se refere a um<br />
“centro espírita” localizado na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Silvânia-GO chamado Centro Espírita Vozes<br />
do Bem, há uma carta do diretor do centro, Sr. Sebastião Olímpio Sanches ao diretor da<br />
<strong>de</strong>legacia <strong>de</strong> Costumes alegando que fez todos os procedimentos para conseguir o alvará<br />
<strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong> sua casa <strong>de</strong> jogos, inclusive tendo efetuado <strong>de</strong>spesas para isto, e<br />
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