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UMBANDA EM GOIÂNIA - Faculdade de História - UFG

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Ibomin é reconhecido como o mais antigo templo <strong>de</strong> Candomblé da cida<strong>de</strong>. Há uma<br />

ligeira discordância, nas fontes consultadas, em relação ao ano e local <strong>de</strong> fundação <strong>de</strong>ste<br />

terreiro. Para Raquel Fabeni Ricardo, o ano seria o <strong>de</strong> 1973, e ele seria localizado no<br />

“baixo Pedro Ludovico”:<br />

O Ilê Axé Iba Ibomin, assentado em Oxossi, é conhecido como “casa <strong>de</strong> João<br />

<strong>de</strong> Abuk”. Em 1973, Pai João <strong>de</strong> Abuk abriu o seu terreiro no “baixo Pedro<br />

Ludovico”, on<strong>de</strong> está localizada até hoje. Como afirmam várias li<strong>de</strong>ranças que<br />

entrevistei, João <strong>de</strong> Abuk comprou um lote com o dinheiro do jogo <strong>de</strong> búzios e<br />

outros trabalhos e lá construiu uma casa, quando ainda não havia iluminação<br />

nem asfalto no bairro. João <strong>de</strong> Abuk gostava <strong>de</strong> contar que os três primeiros<br />

postes das imediações foram comprados por ele. João <strong>de</strong> Abuk, filho <strong>de</strong> Oxossi<br />

e Iemanjá, foi iniciado primeiramente na nação angola, nação na qual iniciou<br />

muitos dos seus filhos. Posteriormente, iniciou-se na nação kêtu [sic] com Pai<br />

Júlio <strong>de</strong> Oxum, em São Paulo. Assim continuou com algumas práticas do culto<br />

angola e incorporou a tradição ritual da nação kêtu [sic], passando a <strong>de</strong>nominar<br />

a sua casa como kêtu-angola [sic] (RICARDO, 2007, p. 13).<br />

Segundo o relato do Sr. Luís Fernan<strong>de</strong>s Salles, a FUEGO teve contato com o pai<br />

João <strong>de</strong> Abuk no ano <strong>de</strong> 1971, e segundo ele sua casa ficava localizada não no Pedro<br />

Ludovico, mas na Alameda Botafogo, Setor Norte Ferroviário. De qualquer forma, esta<br />

foi a primeira aparição <strong>de</strong> um terreiro <strong>de</strong> Candomblé na cida<strong>de</strong>. Em outro trecho da<br />

entrevista o Sr. Luís <strong>de</strong>screve a surpresa que foi para ele e os membros da Fe<strong>de</strong>ração<br />

visitar este primeiro terreiro <strong>de</strong> Candomblé:<br />

Isso é... <strong>de</strong>ntro da década <strong>de</strong> sessenta a setenta, né?! Bom, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste período<br />

começou a... nós tivemos uma surpresa porque o Candomblé não era aqui, no<br />

Estado <strong>de</strong> Goiás, aqui <strong>de</strong>ntro, principalmente na capital, a gente não tinha esse<br />

conhecimento. E chegou o senhor, né, que é o seu João <strong>de</strong> Abuk, que instalou o<br />

seu terreiro <strong>de</strong> Angola no Estado <strong>de</strong> Goiás. Foi o primeiro contato que nós<br />

tivemos com a matriz africana. Ele chegou e ele pôs o terreiro <strong>de</strong>le lá na<br />

Alameda do Botafogo, no setor Norte Ferroviário, isso aí já na década <strong>de</strong> 70<br />

pra 71. Esse foi o primeiro contato que nós temos aqui <strong>de</strong> contato mesmo <strong>de</strong><br />

Candomblé, né?! Mas <strong>de</strong> Angola, Angola, que ele era angolano. E nós fomos<br />

uma vez, fomos a diretoria da Fe<strong>de</strong>ração toda, né, fomos lá e ficamos<br />

surpresos, que lá tinha uma saída <strong>de</strong> santo, que era o primeiro filho <strong>de</strong>le, né, e<br />

tinha a quitanda dos iaô, não é?! Então a gente assustou, porque ali [tinham]<br />

bastante coisas, né, bastante doces, bastante é... coisas mesmo 66 .<br />

Apesar <strong>de</strong> encontrar este primeiro terreiro <strong>de</strong> Candomblé na cida<strong>de</strong>, a FUEGO<br />

seria somente Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Umbanda até os anos noventa, quando então há a<br />

modificação do nome da instituição para Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Umbanda e Candomblé do<br />

Estado <strong>de</strong> Goiás. Neste primeiro período fe<strong>de</strong>rativo foi o momento em que a Fe<strong>de</strong>ração<br />

teve mais a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> terreiros <strong>de</strong> sua história. Entre os anos <strong>de</strong> 1970 e 1979, a FUEGO<br />

66 Entrevista com Sr. Luís Fernan<strong>de</strong>s Salles e Elmo Rocha, realizada em 16/11/06 por Eliesse Scaramal.<br />

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