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UMBANDA EM GOIÂNIA - Faculdade de História - UFG

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manutenção <strong>de</strong> eleições, mesmo que controladas e viciadas, para os postos<br />

executivos municipais e cargos legislativos, havia a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma<br />

manipulação <strong>de</strong> massas populares; não havendo como encontrá-las junto aos<br />

sindicatos e partidos por ele reprimidos, o regime aproxima-se das religiões<br />

populares. Data <strong>de</strong> 64 a inclusão da Umbanda no Anuário Estatístico do IBGE,<br />

o que indica claramente seu reconhecimento oficial (NEGRÃO, 1996, p. 96).<br />

Tal aproximação do regime militar com a Umbanda, <strong>de</strong> certa forma, se dava<br />

pelos interesses citados por Negrão. Mas não era apenas isto, haja vista que as relações<br />

dos militares com as religiões afro antecediam ao regime militar. Po<strong>de</strong>-se perceber essas<br />

relações pela constante presença <strong>de</strong> militares na direção <strong>de</strong> importantes fe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>sta<br />

religião, tanto no Rio quanto em São Paulo, como o general reformado Mauro Rego<br />

Monteiro Porto, presi<strong>de</strong>nte da Confe<strong>de</strong>ração Nacional Espírita Umbandista e dos Cultos<br />

Afro-Brasileiros, sediada no Rio <strong>de</strong> Janeiro; e o tenente-coronel Nelson Braga Moreira,<br />

presi<strong>de</strong>nte da Congregação Umbandista do Estado <strong>de</strong> São Paulo e do I Congresso<br />

Paulista <strong>de</strong> Umbanda.<br />

O ano <strong>de</strong> 1968 é o ápice <strong>de</strong>ste regime, marcado pelo recru<strong>de</strong>scimento da<br />

violência e das perseguições aos suspeitos <strong>de</strong> serem comunistas por meio do Ato<br />

Institucional N° 5, ou simplesmente AI-5, consi<strong>de</strong>rado o mais abrangente e autoritário<br />

dos atos institucionais lançados pelos governos anteriores. Por outro lado, neste período<br />

a Igreja Católica cessava sua perseguição às religiões não-cristãs, como o Espiritismo e<br />

a Umbanda, <strong>de</strong>pois do Concílio Vaticano II, que termina em 1965 com uma proposta <strong>de</strong><br />

conciliação e aceitação por parte da Igreja. E é justamente neste contexto que surge a<br />

Fe<strong>de</strong>ração Umbandista do Estado <strong>de</strong> Goiás em 1969. Para uma melhor análise e<br />

entendimento <strong>de</strong> sua trajetória, dividimos sua atuação em três períodos, <strong>de</strong>nominados<br />

primeiro, segundo e terceiro períodos fe<strong>de</strong>rativos, que passaremos a explorar a partir <strong>de</strong><br />

agora.<br />

4.1. Primeiro Período Fe<strong>de</strong>rativo (1969 - 79)<br />

Em seus dois primeiros anos <strong>de</strong> existência, o trabalho da Fe<strong>de</strong>ração foi marcado<br />

pela busca por legitimida<strong>de</strong>, tanto perante os centros e terreiros existentes, quanto<br />

perante o Estado, em especial seus órgãos policiais; pelas dificulda<strong>de</strong>s financeiras; e<br />

pelas brigas internas. A primeira <strong>de</strong>las foi a propósito da aprovação <strong>de</strong> seu estatuto,<br />

elaborado pelo fundador e presi<strong>de</strong>nte Sr. Luís Fernan<strong>de</strong>s Salles. Após a análise e a<br />

discussão pelos membros da diretoria executiva do órgão, foram sugeridas algumas<br />

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