UMBANDA EM GOIÂNIA - Faculdade de História - UFG
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Caboclo Ubirajara, o restante, todos votaram no Arcanjo Ismael, foi o que<br />
prevaleceu, o nome Anjo Ismael na nossa Casa 46 .<br />
Assim surgia o Centro Espírita Anjo Ismael, fundado por um grupo li<strong>de</strong>rado pelo<br />
Sr. Luís Fernan<strong>de</strong>s Salles. Neste período surgiram várias outras casas <strong>de</strong> Umbanda na<br />
capital goiana, e o Sr. Luís resolveu convidar vários representantes e presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>stas<br />
casas para discutirem a fundação <strong>de</strong> uma instituição que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>sse os interesses dos<br />
Umbandistas. Desse modo, no dia 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1968 aconteceu a I Reunião dos<br />
Presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Centros Umbandistas da Capital, como foi <strong>de</strong>scrita na ata <strong>de</strong>sta reunião,<br />
que aconteceu no Salão Nobre da Agremiação Espírita Dr. Adolfo Bezerra <strong>de</strong> Menezes,<br />
sito à rua Contorno, n° 93, Bairro Popular, em Goiânia. Nesse mesmo local, <strong>de</strong>zessete<br />
anos antes, havia surgido o núcleo da União Espírita Goiana, que mais tar<strong>de</strong> se<br />
transformaria na Fe<strong>de</strong>ração Espírita do Estado <strong>de</strong> Goiás (FEEGO).<br />
Participaram <strong>de</strong>sta primeira reunião os representantes <strong>de</strong> nove casas <strong>de</strong><br />
Umbanda, sendo elas: Centro Espírita Anjo Ismael, Agremiação Espírita Dr. Adolfo<br />
Bezerra <strong>de</strong> Menezes, Centro Espírita Mãe Iemanjá, Tenda Espírita Três Po<strong>de</strong>res, Tenda<br />
Humil<strong>de</strong> Camírio Castelo Branco, Tenda Espírita Pai Xangô, Socieda<strong>de</strong> Evangélica <strong>de</strong><br />
Umbanda, Centro Espírita Ogum Iemanjá e Centro Espírita Ogum Beira-Mar. Na<br />
ocasião foi eleita uma diretoria provisória para a instituição que viria a ser a Fe<strong>de</strong>ração<br />
<strong>de</strong> Umbanda do Estado <strong>de</strong> Goiás, cujo presi<strong>de</strong>nte ficou sendo o próprio Sr. Luís.<br />
A segunda reunião foi realizada no dia 26 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro do mesmo ano, e foi<br />
apresentado pelo Sr. Luís um estatuto para a nascente fe<strong>de</strong>ração. Entre outras coisas,<br />
havia uma preocupação geral, expressa pela <strong>de</strong>claração do Sr. Francisco Ferraz <strong>de</strong><br />
Lima, presi<strong>de</strong>nte da Agremiação Dr. Adolfo Bezerra <strong>de</strong> Menezes, com os Centros “que<br />
não agem <strong>de</strong>ntro do ritual, tendo alguns que cobram por intermédio <strong>de</strong> fichas, o passe<br />
recebido, e que uma atitu<strong>de</strong> benéfica da fe<strong>de</strong>ração consistirá justamente em evitar estas<br />
faltas” 47 . A Fe<strong>de</strong>ração, portanto, já nascia com uma incumbência fiscalizadora, que era<br />
<strong>de</strong> regular a conduta dos centros e terreiros da capital em relação àquilo que era<br />
consi<strong>de</strong>rado como “excessos”, como a cobrança pelos serviços espirituais prestados.<br />
Tais preocupações condiziam com uma tendência do movimento fe<strong>de</strong>rativo em<br />
todo o país. Por ser uma religião que não apresenta um código doutrinário e ritualístico<br />
rígido e fixo, os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> centros e chefes <strong>de</strong> terreiros acabam tendo bastante<br />
46 Entrevista com Sr. Luís Fernan<strong>de</strong>s Salles e Elmo Rocha, realizada em 16/11/06 por Eliesse Scaramal.<br />
47 Ata Extraordinária <strong>de</strong> Reuniões dos Presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Centros Umbandistas da Capital <strong>de</strong> 26/12/68. In: 1º<br />
Livro <strong>de</strong> Atas da Fe<strong>de</strong>ração Umbandista do Estado <strong>de</strong> Goiás, Goiânia, 15/12/68.<br />
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