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UMBANDA EM GOIÂNIA - Faculdade de História - UFG

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existência, a instituição construiu várias creches, uma escola, um abrigo para cuidar <strong>de</strong><br />

pessoas idosas, entre outras instituições, que hoje são mantidas e administradas pela<br />

própria Irradiação, constituindo-se em um vasto trabalho social.<br />

Assim, em nome <strong>de</strong> uma divulgação da doutrina espírita e da realização do<br />

trabalho social, o grupo em questão optou por <strong>de</strong>ixar a Umbanda, enquanto que outro<br />

grupo que preferia manter as características iniciais dos trabalhos se <strong>de</strong>sligou, fundando<br />

um novo centro para a execução <strong>de</strong> seus trabalhos espirituais, on<strong>de</strong> continuaram a<br />

praticar a Umbanda.<br />

A partir da década <strong>de</strong> sessenta, inúmeras casas <strong>de</strong> Umbanda começaram a surgir<br />

na capital goiana. Em 1965 foi fundado o Centro Espírita São Sebastião, <strong>de</strong> Dª<br />

Geraldina Barbosa, no Setor Pedro Ludovico. Segundo estudo realizado por Raquel F.<br />

Ricardo,<br />

o Centro Espírita São Sebastião <strong>de</strong> Dona Geraldina Barbosa foi fundado em<br />

1965, tendo 43 anos <strong>de</strong> existência [até 2007], e é o templo mais antigo<br />

localizado até o momento [na região sul <strong>de</strong> Goiânia]. O Centro é <strong>de</strong>nominado<br />

como Umbanda Branca Esotérica da Comunhão do Pensamento, da linha <strong>de</strong><br />

Oxalá do Caboclo Pajé <strong>de</strong> Flexeiro, o guia que orienta a casa. Dona Geraldina<br />

passou por inúmeras dificulda<strong>de</strong>s antes <strong>de</strong> conseguir uma casa própria. Morava<br />

<strong>de</strong> aluguel no Setor Ferroviário até saber que no Setor Pedro Ludovico<br />

vendiam-se lotes invadidos por preços irrisórios. Comprou o seu e logo <strong>de</strong>pois<br />

houve uma intervenção da prefeitura para regularizar as invasões, foi quando<br />

<strong>de</strong>slocaram os moradores para o chamado “baixo Pedro Ludovico”, a parte do<br />

setor que se aproxima mais das margens do córrego Botafogo e do Jardim<br />

Botânico (RICARDO, 2007, p. 12).<br />

Apesar <strong>de</strong> adotar a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Centro Espírita, o trabalho no São Sebastião<br />

é na verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Umbanda. Os trabalhos apresentam como principais características a<br />

dança, os cantos (pontos cantados), os símbolos (pontos riscados), a farta <strong>de</strong>coração<br />

(utilização <strong>de</strong> estátuas e quadros que representam os Orixás e Guias – entida<strong>de</strong>s da<br />

Umbanda), a utilização por parte das entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> certos elementos <strong>de</strong>ntro do ritual,<br />

como bebidas alcoólicas, charutos, cigarros, velas, folhas <strong>de</strong> plantas consi<strong>de</strong>radas<br />

sagradas (arruda, guiné, etc.), entre outros.<br />

Dois anos <strong>de</strong>pois surgiu outra importante casa <strong>de</strong> Umbanda na cida<strong>de</strong>, o Centro<br />

Espírita Anjo Ismael, fundado pelo Sr. Luís Fernan<strong>de</strong>s Salles e que se localizava no<br />

Setor Ferroviário. É o próprio Sr. Luís quem nos conta como foi a fundação do centro:<br />

Em sessenta eu comecei a ter contato, né, aos catorze anos, com a Umbanda, e<br />

tinha uma senhora aqui que tinha um terreiro praticamente costa a costa<br />

comigo, que era o Centro Espírita Mãe Iemanjá, da senhora Marília, que é uma<br />

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