UMBANDA EM GOIÂNIA - Faculdade de História - UFG
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invasões. Portanto, Goiânia era uma cida<strong>de</strong> que crescia a passos largos, e já começava a<br />
sofrer os problemas das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s: inchaço populacional, que levava às invasões e<br />
à falta <strong>de</strong> infra-estrutura nestes novos aglomerados urbanos que surgiam.<br />
3.2. O Espiritismo em Goiânia<br />
Segundo o primeiro plano diretor <strong>de</strong> Goiânia, elaborado por Atílio Correia Lima<br />
e Armando Godoy entre os anos <strong>de</strong> 1933 e 1935, <strong>de</strong>ntre os espaços religiosos só havia<br />
lugares <strong>de</strong>stinados a templos católicos, sendo a principal <strong>de</strong>las a Igreja Nossa Senhora<br />
Auxiliadora, na então cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas. Não havia qualquer outra menção a templos<br />
<strong>de</strong> religiões não-católicas, porém isto não significa que elas não existiam.<br />
O Espiritismo é um exemplo. A religião, que havia chegado ao Brasil no ano <strong>de</strong><br />
1865 no Rio <strong>de</strong> Janeiro, já era conhecida da camada média brasileira e já contava com<br />
gran<strong>de</strong>s expoentes como o médico e político Dr. Adolfo Bezerra <strong>de</strong> Menezes, e o<br />
professor Eurípe<strong>de</strong>s Barsanulfo. Em 1881 foi realizado o I Congresso Espírita<br />
Brasileiro, e em 1884 surgiu a FEB, Fe<strong>de</strong>ração Espírita Brasileira, fatos que vieram<br />
consolidar a nova religião em nosso país.<br />
Em Goiás a chegada do Espiritismo se <strong>de</strong>u ainda em meados do século XIX,<br />
com um grupo <strong>de</strong> senhoras da antiga capital que se reuniam junto a um Frei<br />
dominicano, D. Raimundo Maimoré, para as primeiras sessões experimentais<br />
em suas casas (GUILLARDUCCI, 2003). Já a primeira entida<strong>de</strong> espírita<br />
juridicamente regulamentada data <strong>de</strong> 1924, chamando-se Centro Espírita<br />
“Amigo dos Sofredores”, ainda em Goiás, a antiga capital do Estado, casa que<br />
enfrentou por diversas vezes a hostilida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong> vilaboense e outros<br />
segmentos religiosos da cida<strong>de</strong> (CASTRO, 1995 37 apud BRUZADELLI, 2008,<br />
p. 136).<br />
Ao mesmo tempo era fundado no interior do Estado <strong>de</strong> Goiás, numa região rural,<br />
o Centro Espírita “Luz da Verda<strong>de</strong>”, que daria origem à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Palmelo, sendo<br />
consi<strong>de</strong>rado como o primeiro município espírita do mundo (BRUZADELLI, 2008, p.<br />
136). Vê-se assim que havia já na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiás e em outros lugares do estado a<br />
presença da doutrina espírita <strong>de</strong> base kar<strong>de</strong>cista. Também a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia receberia<br />
a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong>sta religião, e não tardou para que o primeiro centro espírita fosse inaugurado<br />
na cida<strong>de</strong>. Em 1938 foi fundado na nova capital o Centro Espírita Estudantes do<br />
Evangelho, casa que se preocupava “em colocar em prática os estudos das bases<br />
37 CASTRO, Silvia Alessandri M. Irradiação Espírita Cristã – Memórias. Goiânia: Ed. Kelps, 1995.<br />
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