UMBANDA EM GOIÂNIA - Faculdade de História - UFG
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A oposição era comandada, surpreen<strong>de</strong>ntemente, por outro Caiado: Mário<br />
Alencastro Caiado, que vinha <strong>de</strong> outro tronco familiar diferente do <strong>de</strong> Totó Caiado,<br />
tronco familiar que havia se unido à família Alencastro, dando origem à família<br />
Alencastro Caiado, que não eram consi<strong>de</strong>rados plenamente Caiados (RIBEIRO, 1998, p.<br />
231). A partir <strong>de</strong> 1927, os conflitos entre os dois grupos familiares se acirram, com o<br />
rompimento <strong>de</strong>finitivo entre Mário e Totó Caiado, e com a fundação pelo primeiro do<br />
jornal Voz do Povo, em torno do qual se aglutinavam os oposicionistas, entre eles o<br />
médico Pedro Ludovico Teixeira.<br />
Com a revolução <strong>de</strong> 1930 e a ascensão ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Getúlio Vargas, organizou-se<br />
a Aliança Liberal em Goiás, composta por Pedro Ludovico Teixeira, Mário Alencastro<br />
Caiado e Emílio Póvoa, que <strong>de</strong>rrotaram Totó Caiado e assumiram o po<strong>de</strong>r em Goiás,<br />
sendo Pedro Ludovico nomeado pelo presi<strong>de</strong>nte como interventor fe<strong>de</strong>ral no estado<br />
ainda naquele ano. Pedro Ludovico sabia que mesmo <strong>de</strong>rrotados, os Caiado tinham<br />
gran<strong>de</strong> influência política em Goiás, principalmente no interior. Entre 1930 e 1933, o<br />
então interventor iniciou uma campanha para construir uma nova capital no estado.<br />
O discurso da Marcha para o Oeste, “movimento <strong>de</strong>senvolvimentista, li<strong>de</strong>rado<br />
pelo Presi<strong>de</strong>nte Getúlio Vargas, que buscava conquistar e incorporar regiões brasileiras<br />
distantes dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos, as chamadas regiões fronteiriças” (SILVA, 2006,<br />
p. 18), foi incorporado por Pedro Ludovico na <strong>de</strong>fesa da construção <strong>de</strong> uma nova capital<br />
para o Estado nos <strong>de</strong>bates políticos entre mudancistas e antimudancistas. Entre os<br />
motivos apontados para a mudança, antigas críticas à Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiás foram resgatadas,<br />
consi<strong>de</strong>rada como uma cida<strong>de</strong> estancada no tempo:<br />
Sem o crescimento dos serviços urbanos citados, sem uma mentalida<strong>de</strong> que<br />
seguisse as transformações pelas quais passava o país, sem dar mostras <strong>de</strong> que<br />
o progresso <strong>de</strong> todo o Estado era uma preocupação e a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> uma meta.<br />
A capital <strong>de</strong> Goiás estava, enfim, distante do capital (CHAUL, 2001, p. 169 35<br />
apud SILVA, 2006, p. 19).<br />
À Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiás, portanto, foram associados e reforçados os conceitos <strong>de</strong><br />
atraso e arcaísmo. Várias administrações anteriores a 1930 já haviam alegado que<br />
haviam outras cida<strong>de</strong>s no estado em melhores condições <strong>de</strong> abrigar o po<strong>de</strong>r político:<br />
Em virtu<strong>de</strong> do homem que abrigava, das condições topográficas, do clima, da<br />
escassez <strong>de</strong> recursos naturais, em especial a água, Vila Boa não po<strong>de</strong>ria<br />
35 CHAUL, N. N. F. Goiás: I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, Paisagem e Tradição. 1 ed. V. 1.500. Goiânia: UCG, 2001. (268<br />
p.).<br />
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