UMBANDA EM GOIÂNIA - Faculdade de História - UFG
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No período seguinte a Fe<strong>de</strong>ração enfrentaria uma drástica diminuição em seus<br />
quadros e em sua atuação. O número <strong>de</strong> novas filiações entre os anos <strong>de</strong> 2000 a 2008 foi<br />
o menor <strong>de</strong> todos os períodos, apenas 64 novos terreiros filiados e uma completa<br />
<strong>de</strong>sestruturação da instituição, que tinha dificulda<strong>de</strong>s até mesmo para encontrar novas<br />
pessoas para compor sua diretoria, sempre tendo como referências o Sr. Luís Fernan<strong>de</strong>s<br />
Salles, i<strong>de</strong>alizador e primeiro presi<strong>de</strong>nte da mesma, e agora também o Sr. Elmo Rocha,<br />
sempre à frente do Conselho Sacerdotal.<br />
Ao mesmo tempo, há uma queda consi<strong>de</strong>rável no número <strong>de</strong> pessoas que se<br />
<strong>de</strong>claram como a<strong>de</strong>ptas da Umbanda no Brasil, e principalmente em Goiás. Uma<br />
possível explicação para este <strong>de</strong>créscimo seria o crescimento vertiginoso das religiões<br />
neo-pentecostais, das quais muitas <strong>de</strong>nominações proce<strong>de</strong>m a uma difamação e<br />
perseguição dos cultos afro-brasileiros em geral. Tal perseguição teve consequências<br />
diretas em Goiânia, em <strong>de</strong> um caso ocorrido em 2003 que ficou conhecido como<br />
“Episódio Vaca-Brava”, no qual centenas <strong>de</strong> evangélicos <strong>de</strong> várias <strong>de</strong>nominações<br />
protestaram <strong>de</strong> forma aberta contra uma exposição artística que ocorria em um<br />
importante parque da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia, exposição esta que apresentavam oito estátuas<br />
representando Orixás, divinda<strong>de</strong>s do panteão africano e afro-brasileiro.<br />
Tal manifestação <strong>de</strong> intolerância ficou registrada na memória dos a<strong>de</strong>ptos das<br />
religiões afro em Goiás, e mostrou uma nova face da perseguição e discriminação contra<br />
as religiões afro em nosso país, que após séculos <strong>de</strong> perseguições e repressões, voltam a<br />
ser alvo <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s intolerantes. Portanto, no próximo capítulo analisaremos<br />
como a Umbanda é afetada por este discurso neo-pentecostal abertamente contrário às<br />
suas práticas.<br />
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