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Sergio Xavier Ferolla<br />
tem propiciado a preponderância de um vetor comercial/exportador<br />
com orientação norte-sul, com a redução do espaço até então ocupado<br />
pelas empresas locais, devido às importações resultantes do processo<br />
desigual de competição, bem como da diminuição da produção local de<br />
componentes, partes e peças para os produtos ofertados pelas empresas<br />
alienígenas que atuam em nosso mercado doméstico.<br />
Sob uma falsa ótica de modernidade, nosso país passa a não ter<br />
argumentos para proteger suas próprias empresas que, para prosseguirem<br />
atuando, também se valem das vantagens da importação sobre a<br />
produção local, impondo uma política industrial divergente dos reais<br />
interesses nacionais. Boa parcela das empresas brasileiras e de capital<br />
nacional, quando muito, investem na aquisição das informações<br />
tecnológicas ainda disponíveis no exterior, bem como na aquisição de<br />
máquinas e equipamentos para os novos processos que lhes são fornecidos,<br />
sobrevivendo assim por pequenos ciclos produtivos, já que adquirem<br />
fora do país o “know-how” (como fazer), mas sendo-lhes negado<br />
o “know-why” (por que fazer), quase sempre restrito aos laboratórios<br />
das grandes organizações transnacionais.<br />
Formatar um novo modelo de Mobilização Nacional é tarefa, a<br />
nosso ver prioritária, considerando-se o complexo cenário internacional<br />
e o momento de dificuldades e de transição política por que passa nosso<br />
País. Porém, no bojo de um projeto e para que resultem diretrizes<br />
balizadoras e passiveis de implementação, nos setores tecnológico e<br />
industrial, faz-se essencial um formal compromisso de apoio dos Organismos<br />
governamentais de fomento e financiamento, especialmente a<br />
FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e o BNDES (Banco<br />
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).<br />
Se a preocupação com os equipamentos e a qualificação profissional<br />
dos efetivos militares é condição essencial para o sucesso nas<br />
operações militares, a dependência de armamentos e acessórios produzidos<br />
no exterior pode inviabilizar a ação continuada das Forças Armadas,<br />
em conflitos de prolongada duração. Por essa razão, em especial,<br />
os Comandos militares sempre inseriram em seus planejamentos<br />
estratégicos a busca de uma auto-suficiência nacional, tanto para a<br />
manutenção do material e dos armamentos, como para a fabricação de<br />
partes e peças de interesse das Forças.<br />
Para tal, necessitam contar com instalações logísticas adequadas<br />
e, principalmente, com um parque industrial não sujeito aos mecanismos<br />
Id. em Dest., Rio de Janeiro, (<strong>20</strong>) : 86-90, jan./abr. <strong>20</strong>06<br />
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