Ivan Fialho Para o Jornalista Oliveiros Ferreira, a defesa compete ao Estado, porque é o único grupo que pode reunir os meios necessários para a preservação do país que representa; já a segurança compete ao Estado e à sociedade. Acrescenta que “é necessário recuperar na sociedade brasileira, o sentido de ´Segurança Nacional´ ,que se confunde também, com a segurança dos cidadãos diante do avanço do crime sob todas as suas formas. Será mais fácil aproveitar a ´insegurança´ total em que vivemos, para mostrar aos cidadãos de boa vontade que cuidar do fortalecimento de Segurança, antes de tudo, significa incorporar as grandes massas à civilização, sob a direção de um pronto suporte, que tenha claro o que deseja para o País.Falar em defesa, no momento em que as Forças Armadas, cotidianamente, são postas à margem pelo governo e incompreendidas em sua missão, é malhar em ferro frio. Ao contrário, a idéia de segurança nacional permite congregar em torno dela, como se idéia-força fosse, aqueles que se desiludiram da política depois de vinte anos em que a palavra Democracia perdeu seu sentido e o Estado está se desfazendo aos poucos, induzido pelo próprio governo a que sustenta”. Não se pode esquecer, por outro lado, que a discussão da criação de uma mentalidade de defesa não pode ser separada do papel das Forças Armadas no Brasil e no mundo de hoje, além do consenso social sobre segurança e defesa. Em outras palavras, o problema envolve revisões estruturais, com a definição de preocupações, vulnerabilidades e prioridades – o que transcende o sistema de defesa e exige a contribuição política e, até mesmo, o de foros civis capazes de opinar além do aumento dos recursos orçamentários, provavelmente lento, por muitos anos. De qualquer forma, é preciso planejar e deslanchar a solução para que se inicie o resgate da segurança e da defesa do ostracismo que as vem caracterizando. Para o bem do País, é preciso interromper a lógica circular do desinteresse/desconhecimento/baixa prioridade/autonomia disfuncional/irrelevância/desinteresse/desconhecimento e por aí vai, num processo que fragiliza o preparo do sistema militar, seu potencial interno e, principalmente, seu papel de respaldo à inserção ativa da presença brasileira na ordem internacional (segundo o 84 Id. em Dest., Rio de Janeiro, (<strong>20</strong>) : 82-85, jan./abr. <strong>20</strong>06
Ivan Fialho Almirante-de-Esquadra Mário César Flores, citando o livro que prefaciou – “Política Externa e de Defesa: a Síntese Imperfeita”, do Diplomata João Paulo Soares Alsino). O autor é Coronel da reserva do Exército Brasileiro e membro do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra. Id. em Dest., Rio de Janeiro, (<strong>20</strong>) : 82-85, jan./abr. <strong>20</strong>06 85