Ideias nº 20 - incaer

Araken Hipólito da Costa
Cabe ressaltar a importância da pintura desta época em registrar
os momentos históricos, religiosos e políticos, tornando-se um
meio imprescindível para a leitura do transcurso da História. A pintura
era também utilizada como reprodução da anatomia humana, sendo
motivo de estudos pelos alunos nas Escolas de Medicina.
Com a invenção do espelho em Florença, manifesta-se o
aparecimento de um novo gênero que ultrapassa a temática religiosa:
o auto-retrato. Os pintores renascentistas começaram por
se concentrar na possibilidade mais evidente de individualização,
ou seja, o rosto.
O termo homem da renascença veio a significar um indivíduo
de talentos múltiplos, que irradiava saber. Seu protótipo foi Leonardo
Da Vinci (1452-1519), que chegou mais perto deste ideal. Leonardo
fez mais que qualquer outro para criar o conceito de gênio-artista.
Aliás, o termo fama surge no Renascimento. Quando deu início ao
seu primeiro projeto, o artista era considerado um artesão servil. Ao
acentuar permanentemente os aspectos intelectuais da Arte e da
criatividade, Leonardo transformou o status do artista, segundo suas
palavras, em Senhor e Deus.
Leonardo da Vinci era pintor, escultor, arquiteto, engenheiro,
inventor, cientista. Homem de grandes idéias, nem sempre realizadas.
Há muitas obras suas inacabadas. Carreira de apenas trinta quadros.
O mais famoso quadro do pintor: Monalisa ou La Gioconda
(1503-1506) incorporava todas as descobertas renascentistas de perspectiva,
anatomia, composição e, sobretudo, a magia do sfumato, da
luz suave e atenuada, destituída de qualquer dureza, o que provoca
um sem-número de sentimentos do observador.
O autor é Coronel-Aviador da reserva da Força Aérea e artista plástico.
Id. em Dest., Rio de Janeiro, (20) : 79-81, jan./abr. 2006
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