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José Augusto Abreu de Moura<br />
número não foi suficiente para sustentar as operações após as grandes<br />
perdas aéreas sofridas até sua segunda ofensiva naval, na Batalha<br />
de Midway.<br />
5. Conclusão<br />
No geral, a Segunda Guerra Mundial parece ter aprovado as<br />
iniciativas que não se limitaram aos dogmas e que alijaram os preconceitos<br />
para, com base em análises sérias, estabelecer as estratégias<br />
mais convenientes às necessidades e possibilidades do país.<br />
Há casos emblemáticos como o da Inglaterra, que venceu a<br />
batalha contra os bombardeiros alemães devido à opinião de um civil<br />
– o representante do Tesouro no DRC e o da Marinha americana,<br />
que colocou de lado as diatribes de Mitchell e aproveitou suas idéias<br />
tirando grande proveito.<br />
As idéias de Douhet referentes ao aspecto absoluto do bombardeio<br />
estratégico não foram demonstradas na prática. O moral das<br />
populações não caiu a ponto de forçar governos à rendição e, no caso<br />
da Alemanha, apesar do importante efeito cumulativo de cinco anos<br />
de bombardeio sobre suas indústrias, o efeito do bombardeio estratégico<br />
que teve mais importância para a vitória aliada foi de natureza<br />
militar, ou mesmo operacional: a destruição da Luftwaffe, que possibilitou<br />
o desembarque na Normandia.<br />
Posteriormente, os princípios de Douhet voltaram à baila com o<br />
advento da arma nuclear e, dessa vez, felizmente, só serviram para<br />
dissuasão, pois as “armas feitas para não usar” nunca foram realmente<br />
usadas após Nagasaki. Mais recentemente, foram<br />
implementados sob nova roupagem – a do “Choque e Pavor”, na<br />
guerra do Iraque, num cenário em que a enorme disparidade de forças<br />
favoreceu o atacante.<br />
O autor é Capitão-de-Mar-e-Guerra da reserva da Marinha de Guerra<br />
e Mestre em História Militar pela UNIRIO, em parceria com<br />
o Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB).<br />
Id. em Dest., Rio de Janeiro, (<strong>20</strong>) : 59-71, jan./abr. <strong>20</strong>06<br />
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