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José Augusto Abreu de Moura<br />
prioridades e verbas com algum açodamento, normalmente com predominância<br />
do Exército.<br />
A Marinha japonesa, de orientação nitidamente mahaniana,<br />
foi a única, além da americana, a vislumbrar a substituição do<br />
encouraçado pelo porta-aviões. Sua força aeronaval teve como um<br />
dos principais organizadores (para alguns, seu verdadeiro fundador)<br />
o futuro Almirante Yamamoto que, no início dos anos vinte,<br />
serviu por dois anos nos EUA, onde foi auxiliar do adido naval,<br />
estudou em Harvard e se tornou grande admirador de Mitchell, cujas<br />
idéias procurou implementar em sua Marinha. Assim, a esquadra<br />
japonesa que, nos anos trinta do século XX, também considerava a<br />
US Navy uma possível adversária no futuro, procurou preparar-se<br />
à sua imagem e semelhança, com as limitações impostas pela menor<br />
capacidade do Japão e tomando medidas em várias áreas para<br />
compensar, ainda que em parte, o “gap” de poder que as separava.<br />
Dentre essas medidas constou a de despertar o interesse pela Aviação<br />
Naval, a fim de formar o maior número possível de pilotos,<br />
aspecto avaliado como crítico.<br />
5. Os Resultados<br />
Como seria de se esperar, o grande exame vestibular ocorrido<br />
entre 1939 e 1945 refletiu os efeitos das incorreções da preparação dos<br />
poderes aéreos diante da sorte da guerra.<br />
Para os alemães, tudo funcionou bem até à queda da França,<br />
mas a Batalha da Inglaterra dizimou sua força de bombardeiros. A<br />
crença inicial, de que a operação a partir das bases na França ocupada<br />
compensaria o curto raio de ação de seus debilmente armados<br />
bombardeiros bimotores e dos interceptadores que os escoltavam,<br />
não se verificou, evidenciando a falta que fazia uma Aviação estratégica<br />
constituída de bombardeiros com maior capacidade de carga,<br />
maior raio de ação e, principalmente, maior capacidade defensiva.<br />
A essa altura, a Alemanha não podia fazer muita coisa, e desistiu<br />
da invasão da Inglaterra – que, afinal, não constava do projeto<br />
político original – antes que sua força aérea se debilitasse tanto que<br />
comprometesse as operações seguintes – estas sim, que constavam<br />
do Mein Kampf, e onde seria empregada a “blitzkrieg” já testada,<br />
melhorada com novos carros de combate e a experiência adquirida.<br />
68 Id. em Dest., Rio de Janeiro, (<strong>20</strong>) : 59-71, jan./abr. <strong>20</strong>06