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Ideias nº 20 - incaer

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José Augusto Abreu de Moura<br />

seria o lançador de explosivos nos navios capitais inimigos, ou seja,<br />

substituiria o canhão naval de grande calibre, a principal arma no<br />

paradigma da linha de batalha, só que com um alcance muito maior.<br />

Como os canhões têm como especificações importantes não só<br />

o alcance, mas também a cadência de tiro e a capacidade de destruição<br />

dos projetis, os porta-aviões deveriam ter a capacidade de relançar<br />

os aviões armados com rapidez e estes deveriam ser capazes de<br />

portar armamento eficaz contra navios – bombas e torpedos.<br />

Além disso – e aqui vai a adesão sem preconceitos a outras<br />

opiniões de Mitchell – seria necessário, às forças navais, dispor de<br />

interceptadores para defesa aérea, além da defesa antiaérea, constituída<br />

pela artilharia de tiro rápido, isto porque, além de poderem operar<br />

dentro do raio de ação da Aviação de ataque baseada em terra,<br />

elas poderiam ter que enfrentar, no mar, uma marinha que houvesse<br />

tido a mesma idéia – e esse era exatamente o caso: a partir de 1932,<br />

uma guerra no Pacífico contra o Japão, cuja Marinha também desenvolvia<br />

semelhante conceito de Aviação Naval, passava a ser tema<br />

dos jogos de guerra na Escola de Guerra Naval americana. O Almirante<br />

Niemitz dirá mais tarde que, com exceção dos aviadores suicidas,<br />

todas as alternativas estratégicas empregadas pelos japoneses<br />

haviam sido jogadas antes da guerra.<br />

Assim, enquanto a Marinha inglesa, pioneira nas operações<br />

aeronavais, continuava com a concepção tradicional, a Marinha americana<br />

passou a explorar um novo campo de emprego do Poder Aéreo.<br />

Esta foi, segundo alguns autores, uma das principais revoluções<br />

dos assuntos militares evidenciadas no segundo conflito mundial.<br />

Embora os americanos não houvessem constituído uma Força<br />

Aérea independente – só viriam a fazê-lo após a Segunda Guerra<br />

Mundial – alguns estudiosos produziram pareceres aproximados aos<br />

princípios de Douhet sobre as vantagens da ofensiva aérea. Assim, a<br />

Força Aérea do Exército americano acabou desenvolvendo aviões<br />

que ultrapassavam as necessidades do apoio operacional às forças<br />

terrestres e tinham, claramente, capacidade de realizar o bombardeio<br />

estratégico, como foi o caso do B-17.<br />

4.4 No Japão, o Admirador de Mitchell<br />

O Japão tinha duas Forças Armadas que, além de possuírem forças<br />

aéreas próprias, faziam guerras separadas e disputavam prestígio,<br />

Id. em Dest., Rio de Janeiro, (<strong>20</strong>) : 59-71, jan./abr. <strong>20</strong>06<br />

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