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Ideias nº 20 - incaer

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José Augusto Abreu de Moura<br />

Além disso, os protótipos dos quadrimotores não foram bem sucedidos<br />

e verificou-se que os bimotores poderiam ser construídos a um<br />

custo mais baixo e mais rapidamente, o que acrescentava a vantagem<br />

de a taxa de crescimento do número de aeronaves causar maior<br />

impressão aos inimigos em potencial.<br />

Em conseqüência, decidiu-se investir no bombardeiro de mergulho,<br />

a partir de um conceito americano: abandonar a idéia da criação<br />

de uma força de bombardeiros pesados e investir na construção<br />

de bombardeiros bimotores.<br />

Havia também outras razões: na época (1937-1938), os inimigos<br />

prováveis da Alemanha eram a Tchecoslováquia e a França, que<br />

podiam ser alcançadas por bombardeios médios; além disso, a estratégia<br />

alemã incluía a conquista de outros países passo a passo, de<br />

modo a utilizar seus recursos, o que não era compatível com a destruição<br />

de suas indústrias e comunicações, o que ocorreria com a<br />

aplicação do conceito de bombardeio estratégico.<br />

Assim, a força de bombardeiros foi constituída de uma grande<br />

quantidade de bombardeiros médios – Heinkel e Dornier – e uma<br />

pequena quantidade de bombardeiros de mergulho – Stuka. Estes,<br />

ainda que proporcionassem alguma precisão, não permitiam o apoio<br />

aproximado, sendo empregados contra alvos a alguma distância por<br />

trás da linha de frente.<br />

Desta maneira, a Luftwaffe se considerava equipada para fazer<br />

a sua parte – cooperar com o Exército – desde que a força aérea<br />

inimiga fosse neutralizada ou destruída logo no início da campanha, o<br />

que fazia parte dos planos.<br />

4.2 Na Inglaterra, a Versão Trenchard dos Princípios de Douhet<br />

A criação da RAF em 1918, como a primeira força aérea independente<br />

no mundo, havia sido conseqüência de um estudo realizado<br />

ao calor dos ataques realizados contra Londres pelos Zepelins e pelos<br />

aviões alemães Gotta que, em 1917, haviam inaugurado a era do<br />

bombardeio estratégico. Na época do Armistício, os ingleses planejavam<br />

criar uma força de bombardeiros de longo raio de ação, cuja<br />

primeira missão seria destruir a região do Ruhr, em 1919.<br />

Essa propensão inglesa ao bombardeio estratégico foi corroborada<br />

nos anos 19<strong>20</strong> pelo livro de Douhet e, nos anos 1930, pela propaganda<br />

nazista que propalava a capacidade destruidora da Luftwaffe<br />

Id. em Dest., Rio de Janeiro, (<strong>20</strong>) : 59-71, jan./abr. <strong>20</strong>06<br />

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