Ideias nº 20 - incaer

José Augusto Abreu de Moura
– os navios-aeródromos não poderiam fazer frente à aviação
baseada em terra;
– um forte Poder Aéreo era a única forma de enfrentar com
êxito tal situação.
4. O Desenvolvimento do Poder Aéreo
Como não poderia deixar de ser, além das visões dos pioneiros,
citadas no item anterior, o desenvolvimento do Poder Aéreo teve como
condicionante básico uma estratégia nacional dos países.
4.1 Na Alemanha, a Opção pela Quantidade
Segundo o historiador Marcio Scalércio, da PUC-RJ, Hitler tinha
os objetivos expansionistas definidos no Mein Kampf, e a consciência
de que eles tinham que ser atingidos durante sua gestão, pois
não acreditava que outro líder posterior aceitasse tais desafios. Assim,
o rearmamento alemão foi extremamente rápido, horrorizando o
Estado-Maior Geral (EMG), que contava com um exército adequadamente
equipado e organizado não antes de 1943.
Causa estranheza o fato de a Luftwaffe, que já era uma força
singular e comandada pelo segundo homem na hierarquia nazista,
não ter pleiteado um papel mais independente, tendo-se resignado a
prover, no esquema operacional da “blitzkrieg”, um apoio às forças
blindadas que era equivalente ao de uma artilharia móvel de muito
longo alcance.
O Führer, que interferia bastante na estrutura militar, além de
dispensar muita coisa considerada necessária pelo EMG, estava disposto
a gastar generosamente com carros de combate e aviões, que
via, do ponto de vista político, como armas de terror, além de serem
parte de um sistema de armas – a “blitzkrieg” – que prometia decisões
militares rápidas, o que era coerente sua orientação.
Havia um grande defensor do papel independente da Força, o
General Wever, mas ele morreu em 1936 e, nessa época, os pilotos
alemães estavam aprendendo importantes lições na Guerra Civil Espanhola:
era extremamente difícil localizar e atingir alvos com alguma
precisão, exceto os maiores; e o moral da população civil era menos
frágil do que supunham os defensores do bombardeio estratégico.
64 Id. em Dest., Rio de Janeiro, (20) : 59-71, jan./abr. 2006