Ideias nº 20 - incaer

José Augusto Abreu de Moura
Era contra o bombardeio indiscriminado de áreas residenciais, embora
admitisse o ataque a áreas industriais, ainda que em regiões urbanas.
Para ele, os bombardeios deveriam atingir o maior número possível de
fábricas e não necessariamente destruir umas poucas, pois assim, o
pânico se espalharia mais na população e induziria ao absenteísmo,
maximizando os efeitos estratégicos da ação.
3.3 William (Billy) Mitchell
Mitchell também aprendeu a voar como major, já com 38 anos,
e era observador americano na França quando os EUA entraram na
guerra em 1917, tendo lá estabelecido e comandado o Corpo Aéreo
do Exército Americano. Conheceu muito bem Hugh Trenchard, que
se tornou seu mentor.
Considerava importante o bombardeio estratégico, mas, ao contrário
de Douhet, dava grande valor às aeronaves de combate e, em
sua concepção, o enfrentamento entre as forças aéreas oponentes
ocupava lugar de destaque.
Mitchell era um estudioso de Estratégia e causava-lhe exasperação
a falta de atenção das autoridades com o desenvolvimento do
Poder Aéreo, segundo ele, a única forma de dar ao país a vitória na
guerra, que previa como inevitável. Dentre os choques que travou
com as estruturas, dois são dignos de menção.
Em 1921, sentindo-se ridicularizado pela Marinha por ter expressado
a opinião de que um encouraçado, que custava mil vezes mais que
um avião, podia ser afundado por um desses engenhos, desafiou a força
naval para um teste. O teste foi realizado e o resultado foi o afundamento
do encouraçado alemão Ostfriedland.
Em dezembro de 1925, foi submetido à Corte Marcial por ter
chamado de incompetentes os líderes da Marinha e do Exército. Essa
Corte Marcial, que durou sete semanas, se converteu na realidade
em um seminário sobre Estratégia e sua teoria do Poder Aéreo, na
qual ele predisse que:
– a próxima guerra seria global;
– os EUA enfrentariam o Japão;
– os acontecimentos da futura guerra contra o Japão, no Pacífico,
inclusive, o ataque a Pearl Harbour e às Filipinas;
Id. em Dest., Rio de Janeiro, (20) : 59-71, jan./abr. 2006
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