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Ideias nº 20 - incaer

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José Augusto Abreu de Moura<br />

– as vantagens da velocidade e da elevação no cenário<br />

tridimensional da guerra aérea tornam impossível realizar qualquer<br />

medida defensiva contra uma estratégia aérea ofensiva;<br />

– por esses motivos, uma nação deve estar preparada desde o<br />

começo para lançar bombardeios em grande escala contra os centros<br />

populacionais, o governo e a indústria do inimigo. Atacar primeiro e<br />

atacar pesadamente para destruir o moral da população civil inimiga,<br />

deixando o governo inimigo sem outra opção além de pedir a paz;<br />

– para fazer isso é necessário, antes de tudo, possuir uma força<br />

aérea independente, dotada de aviões de bombardeio de longo alcance<br />

e mantida num permanente estado de prontidão.<br />

Tal linha de raciocínio pressupõe a possibilidade de dissuasão, o<br />

que foi considerado no período abordado por este ensaio e se popularizou<br />

durante a Guerra Fria, com a extensão nuclear dos conceitos de Douhet.<br />

3.2 Hugh Trenchard<br />

Trenchard não era um teórico; pode-se dizer que era um prático.<br />

Oficial do Exército Britânico, teve sua grande capacidade reconhecida<br />

e aproveitada. Aprendeu a voar já como major, quando se<br />

formou o Corpo Aéreo do Exército, e o comandou na França de 1915<br />

a 1918, quando foi escolhido para organizar e comandar a nova Arma,<br />

a Força Aérea Real (RAF), cargo que exerceu até 1929, tendo, portanto,<br />

oportunidade de moldá-la às suas idéias, construídas com a<br />

experiência de combate.<br />

Trenchard nunca advogou a tese de que os bombardeios podiam<br />

por si mesmos, sozinhos, ganhar a guerra; achava que o enfraquecimento<br />

do moral do inimigo era uma espécie de pré-requisito<br />

para que os exércitos pudessem avançar com uma oposição bem<br />

mais fraca. Na guerra, devido à insuficiência de interceptadores,<br />

argumentava que a primeira tarefa da Aviação era atacar os aeroportos<br />

alemães para mantê-los fora do ar e, assim, proporcionar<br />

continuidade às operações militares. Enfatizava o bombardeio estratégico<br />

em vários níveis – de depósitos de suprimentos e pontes<br />

até siderúrgicas e minas de carvão – e considerava que seus efeitos<br />

psicológicos eram superiores aos materiais na proporção de <strong>20</strong> para 1.<br />

62 Id. em Dest., Rio de Janeiro, (<strong>20</strong>) : 59-71, jan./abr. <strong>20</strong>06

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