Ideias nº 20 - incaer

José Augusto Abreu de Moura
A Evolução do Poder Aéreo entre
as Duas Guerras Mundiais
José Augusto Abreu de Moura
1. Introdução
Ao terminar o primeiro conflito mundial, o avião estava consagrado
como arma de guerra, desmentira a infeliz afirmação do Marechal
Foch, em 1910, de que não tinha valor militar, mas constituía,
para todos os países, uma solução em busca do problema, pois não se
sabia exatamente como ele poderia melhor fazer o que as armas
fazem, ou seja, contribuir para a solução de problemas militares. Assim,
as opiniões de alguns militares competentes que participaram do
conflito iriam originar as teorias que, pelos vinte anos seguintes,
condicionariam, em conjunto com as estratégias nacionais, o desenvolvimento
do Poder Aéreo.
Mas o avião não foi a única novidade do conflito a suscitar
elucubrações para descobrir seu emprego ótimo. Duas outras importantes,
que viriam a se relacionar em importantes sistemas, foram o
carro de combate e o rádio, a que se juntou o radar no fim dos anos
vinte do século passado.
Este trabalho procura abordar alguns aspectos considerados
interessantes e que cercaram a preparação dos poderes aéreos de
alguns países no período entre guerras e avaliar seus resultados na
Segunda Guerra Mundial.
2. A Arte da Guerra na Primeira Guerra Mundial
Após as guerras napoleônicas, a forma terrestre de lutar foi
sendo alterada a passos largos com a evolução tecnológica da Segunda
Revolução Industrial; apareceram: a ferrovia, o telégrafo, as
técnicas de administração, as armas portáteis de repetição, o canhão
de retrocarga, a metralhadora, o arame farpado, a trincheira etc. Após
as guerras de secessão americana e de unificação da Alemanha, o
novo paradigma parecia estabelecido e, até à Primeira Guerra Mundial,
só fez se firmar.
A mobilização nacional, segundo alguns, constituíra a verdadeira
Revolução nos Assuntos Militares observada na Revolução Francesa.
Id. em Dest., Rio de Janeiro, (20) : 59-71, jan./abr. 2006
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