08.05.2013 Views

Ideias nº 20 - incaer

Ideias nº 20 - incaer

Ideias nº 20 - incaer

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Severino Cabral<br />

As cinco macrotendências apontadas desenham uma linha<br />

central que aproxima e faz convergir as estratégias dos grandes<br />

países do mundo emergente. Desse modo, pode observar-se que<br />

a Coréia (tanto quanto o Brasil) depende, mais do que nunca, para<br />

consolidar o seu processo de industrialização e ampliar sua participação<br />

no sistema internacional, de uma ordem mundial estável,<br />

equilibrada, respeitadora das soberanias e da autonomia dos países<br />

emergentes, assim como de um ambiente interno favorável ao<br />

seu desenvolvimento.<br />

No caso da Coréia, seu destino final neste processo depende,<br />

acima de tudo, da unificação do seu espaço territorial, para que se<br />

coloque à altura de poder ombrear-se com os grandes estados da<br />

região do leste da Ásia. No cenário em que se situa hoje, dividida por<br />

contingências impostas pela ocupação do seu território por forças<br />

estrangeiras, faz-se presente em seu entorno um quadrilátero de poder<br />

constituído pelos Estados Unidos, pela China, pelo Japão e pela<br />

Federação Russa. Não por acaso as maiores potências do mundo<br />

atual. Daí as dificuldades reais que apresenta e a complexidade que<br />

assume o processo de unificação coreana – e que analistas ocidentais<br />

como Samuel Huntington e Zbigniew Brzezinski tanto alardeiam.<br />

As dificuldades e complexidades explicam por que as iniciativas<br />

de reunificação, embora tenham revelado a disposição dos<br />

governantes de realizar os anseios mais caros à nação coreana, ainda<br />

não se efetivaram. Em plena Guerra Fria, 4 de julho de 1972, os<br />

líderes do Norte e do Sul, respectivamente Kim Il-Sung e Park Chung-<br />

Hee chegaram a estabelecer as bases de um primeiro acordo visando<br />

à reunificação da nação coreana. Contudo, as condições da época<br />

não favoreciam a reaproximação e, tão-somente em junho de <strong>20</strong>00, o<br />

histórico encontro de Kim Jong-Il e Kim Dae-Jung abriu caminho<br />

para o entendimento entre os dois lados, num esforço conjunto visando<br />

à reunificação pacífica da pátria coreana. Ambos os governos<br />

deviam, pois, aproximar-se e unir-se numa pauta comum em defesa<br />

do desenvolvimento, enfrentando as resistências e inércias do status<br />

quo mundial. Finalmente, a eleição de Roh Moo-Hyun fará emergir<br />

um segundo front de aproximação entre as duas partes da nação,<br />

com base na política de paz e prosperidade.<br />

É neste contexto que deve ser vista e avaliada a política brasileira<br />

para a região e muito especialmente para com a Coréia.<br />

40 Id. em Dest., Rio de Janeiro, (<strong>20</strong>) : 37-41, jan./abr. <strong>20</strong>06

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!