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VOLTAR AO SUMÁRIO<br />
INFILTRAÇÃO PLEURAL POR LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA:<br />
RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA<br />
Carla de Cássia C<strong>as</strong>caes Batista 1 , Mariela Granero Fari<strong>as</strong> 2 , Leo Sekine 3 , Sandrine Comparsi Wagner 4<br />
Introdução: A leucemia linfocítica crônica (LLC) é uma linfoproliferação clonal composta<br />
caracteristicamente por linfócitos de imunofenótipo B com coexpressão aberrante de CD5.<br />
É preponderantemente uma doença de idosos e homens, com uma f<strong>as</strong>e pré-clínica por vezes<br />
prolongada. Objetivo: Descrever uma complicação rara da LLC. Relato do c<strong>as</strong>o: Paciente<br />
m<strong>as</strong>culino, 68 anos, ex-tabagista, portador de múltipl<strong>as</strong> comorbidades (doença pulmonar<br />
obstrutiva crônica e cor pulmonale, hipertensão arterial sistêmica, coloca fibrilação arterial,<br />
hiperpl<strong>as</strong>ia prostática benigna), recebe diagnóstico de LLC Rai 4. Apresentava linfocitose no<br />
sangue periférico, infiltração medular difusa e população linfóide clonal expressando CD22<br />
fraco, CD5, CD23, CD19, CD20 e HLA-DR sem expressão de FMC7 e IgM (escore de Matutes<br />
4) e cariótipo normal. Iniciou tratamento com clorambucil e prednisona entrando em remissão<br />
parcial. Evoluiu com erupção por HZV, sendo identificada hipogamaglobulinemia. Reiniciou<br />
tratamento quimioterápico com Fludarabina e após adicionou-se Ciclofosfamida por progressão<br />
de doença, entrou novamente em remissão parcial. Evoluiu sem necessidade de tratamento por<br />
cerca de 3 anos, quando iniciou quadro de dispnéia progressiva e dor torácica ventilatóriodependente<br />
à esquerda. A radiografia mostrou derrame pleural ipsilateral, que, puncionado,<br />
revelou-se um exsudato. Decidiu-se pela realização de biópsia de pleura que evidenciou<br />
infiltração difusa por linfócitos compatíveis com LLC. Paciente necessitou pleurodese por<br />
talcagem e, devido à nova progressão da doença, reiniciou esquema quimioterápico anterior,<br />
sem resposta favorável. Uma nova imunofenotipagem de medula óssea mostrou população<br />
linfóide clonal, com perda de CD5. Pela baixa performance apresentada naquele momento, o<br />
paciente foi encaminhado para tratamento de suporte. conclusão: Apresentamos um paciente<br />
que evoluiu com vári<strong>as</strong> complicações devido à LLC, apesar de uma citogenética de favorável a<br />
intermediária (111-114 meses de sobrevida). Desde <strong>as</strong> comuns, como <strong>as</strong> citopeni<strong>as</strong>, causad<strong>as</strong> por<br />
infiltração medular, e hipogamaglobulinemia, fruto do desordenamento do sistema imunológico,<br />
até complicações rar<strong>as</strong> como a infiltração pleural. É importante notar que o surgimento da<br />
infiltração pleural coincidiu à mudança no comportamento biológico da neopl<strong>as</strong>ia de b<strong>as</strong>e, com<br />
a perda de resposta ao tratamento e de marcadores típicos (CD5), ambos com uma conotação<br />
mais agressiva e implicando num pior prognóstico.<br />
Palavr<strong>as</strong>-chave: leucemia linfocítica crônica; derrame pleural; prognóstico.<br />
1 Acadêmica do Curso de Biomedicina do Centro Universitário <strong>Feevale</strong><br />
2 Bioquímica da Unidade de Hematologia do Serviço de Patologia Clínica do Hospital de Clínic<strong>as</strong> de Porto Alegre (HCPA)<br />
3 Médico Hematologista Contratado do HCPA<br />
4 Docente do Curso de Biomedicina do Centro Universitário <strong>Feevale</strong><br />
II Congresso Internacional de Bioanálises<br />
V Congresso Sul-Br<strong>as</strong>ileiro & IX Semana Gaúcha de Biomedicina<br />
Ano 2 | Volume 2 | Agosto de 2009<br />
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