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Sala de Leitura<br />
<strong>Química</strong> <strong>Orgânica</strong><br />
Vocês já devem ter visto em rótulos de alguns alimentos a seguinte frase: contém ω-3 (essa letra grega a<br />
gente chama de “ômega”). Essa é uma nomenclatura que se usa apenas para ácidos graxos insaturados,<br />
onde o no que aparece depois do ômega se refere à posição da ligação dupla mais afastada da carbonila,<br />
mas numerando a cadeia de trás para a frente, isto é, começando a numerar a cadeia pelo extremo do<br />
CH3 e não da COOH:<br />
O<br />
1 2<br />
HO<br />
18 16 14 12<br />
7 6<br />
9<br />
4 3 1<br />
17 15 13 11 10 8 5 2<br />
3 4 5 6 7<br />
8 9 10 11 1213 14 15 16 18 Numeração IUPAC<br />
17<br />
ÁCIDO α-LINOLEICO<br />
Numeração omega<br />
Figura 163<br />
E para que mais essa complicação? Essa numeração tem importância por questões biológicas,<br />
principalmente para os nutricionistas. O corpo humano (aliás, os mamíferos em geral) pode sintetizar<br />
quase todos os ácidos graxos de que precisa a partir dos açúcares e outras fontes alimentares. No<br />
entanto, não conseguimos fazer os ácidos do tipo ω-3 e nem ω-6. Acontece que precisamos deles para<br />
muitas finalidades: precisamos ingeri-los em nossa alimentação porque não somos capazes de fazê-los e<br />
nossa saúde depende deles em grau apreciável. Por conta disso, são chamados de ácidos graxos<br />
essenciais (em bioquímica, “essencial” significa uma molécula fundamental para a vida, mas que temos<br />
de adquirir a partir de alimentos, porque não sintetizamos).<br />
Ceras são ésteres de ácidos graxos com alcoóis mono-hidroxílicos (não vem do glicerol) de cadeia longa<br />
ou com vários anéis. Na figura abaixo está a estrutura do palmitato de miricila (o no entre parênteses<br />
significa quantas vezes o CH2 se repete), o componente principal da cera de abelhas:<br />
ω-3<br />
O<br />
14 29<br />
O<br />
PALMITATO DE MIRICILA<br />
Figura 164