Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

adpaudalho.com.br
from adpaudalho.com.br More from this publisher
08.05.2013 Views

Teologia Bíblica da Oração Não é para aqueles que se põem de pé, Ou para os que se prostram de joelhos. É para aqueles que inclinam o coração Que o Senhor há de mostrar sua graça. É a postura da alma que agrada ou ofende. Sem uma postura correta aos olhos de Deus, N ada que possa ser feito lograrã êxito! (Lockyer, All the Prayers, p. 82). Dentre as muitas lições extraídas dessa oração de Davi, pelo menos as seguintes devem ser destacadas: 1. A atitude de coração de quem ora deve caracterizar-se por uma profunda humildade (w . 18,19). 2. Aquele que ora precisa reconhecer que Deus sabe tudo sobre seus servos, devendo aproximar-se de Deus com essa consciência (v. 20). 3. Deus revela seus planos aos seus servos, àqueles “segundo o seu coração”. A plenitude de sua revelação se dá no seu particular campo de atuação — o coração de quem lhe é sujeito (v. 21). 4. Entre os benefícios de quem ora está o significativo estímulo à fé, quando se contempla e declara a grandeza de Deus (v. 22). 5. Dar o devido valor ao povo remido de Deus, aqueles que lhe pertencem para sempre, é igualmente importante (w . 23,24). 6. Nossas orações devem abranger tanto a casa de Deus como a casa dos servos de Deus (w . 25-29). Oração em Tempos de Fracasso Insensatez e temeridade são a sorte comum dos seres humanos. E, num certo sentido, ninguém está imune a elas, nem mesmo o devoto e poderoso rei Davi. Mas o coração de Davi, “homem conforme o meu coração” (At 13-22), era sua maior vantagem espiritual. Vindo o que quer que fosse à sua vida — fracasso, julgamento faltoso, pecado, tolice — seu coração, como uma bússola, sempre apontava para a saída porque, lá no fundo, o que ele realmente queria fazer era a vontade de Deus. Essa disposição interior sempre o levava à confissão, ao arrependimento e à dádiva do perdão. Não devemos pensar, entretanto, que seu coração fosse um meio de escape, pelo qual pudesse evitar as consequências de seus atos insensatos. A narrativa do seu relacionamento ilícito com Bate- Seba demonstra isso claramente. O bebê que nasceu do adultério adoeceu gravemente, impulsionando Davi a pôr-se de joelhos: “E buscou Davi a Deus pela criança; e jejuou Davi, e entrou, e passou a noite prostrado sobre a terra” (2 Sm 12.16). 94

As Orações de Davi e de outros Salmistas Mesmo diante de um fracasso total e devastador, os piedosos oram. Davi tinha estado literalmente “no lazer em Sião” (cf. 2 Sm 11.1,2), enquanto os exércitos de Israel guerreavam. É possível que suas vastas conquistas o tivessem levado, por algum tempo, a negligenciar sua relação com Deus no que era mais vital. Não sendo este o caso, fica- nos a lição de que, embora as pessoas orem, elas permanecem susce- tíveis às paixões e devem sempre manter-se em guarda contra momentos inesperados de tentação. Antes, porém, de orar pela questão específica — a vida do menino — Davi procurou tapar suas brechas espirituais, confessando seu terrível pecado (cf. 2 Sm 12.13). Recebeu, assim, a certeza de ter alcançado misericórdia e graça da parte de Deus. Sem essa contrição, sua própria oração teria sido um presunçoso pecado. Mas apesar da confissão prévia, Deus recusou o pedido, determinando que a criança deveria morrer (cf. 2 Sm 12.14). A oração de Davi não pôde apagar todo o dano causado por uma atitude carnal e egoísta; certas consequências precisavam ser suportadas, a despeito do completo perdão. Em outra oportunidade, depois que tola e orgulhosamente resolveu numerar o povo de Israel e Judá (cf. 2 Sm 24.1-15), atraindo contra si a ira divina, ele de imediato confessou seu pecado: “E, vendo Davi ao Anjo que feria o povo, falou ao Senhor e disse: Eis que eu sou o que iniquamente procedi; porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai” (2 Sm 24.17). Raramente quem peca afeta somente a si mesmo. Quando mais destacada a posição e maior a responsabilidade da pessoa, maior e mais amplo será o impacto causado pelo pecado. Há angústia em reconhecermos os nossos próprios pecados, mas dificilmente isso se compara à angústia de vermos seus efeitos sobre outras pessoas. Foi esse tipo de angústia que levou Davi a orar daquele jeito, o que lhe trouxe certa medida de alívio. O cronista (provavelmente Esdras) registra a comunhão restaurada: Então, Davi edificou ali um altar ao Senhor, e ofereceu nele holocaus- tos e sacrifícios pacíficos, e invocou o Senhor, o qual lhe respondeu com fogo do céu sobre o altar do holocausto (1 Cr 21.26). O fogo de Deus que consumiu as oferendas tornou-se a certeza e a evidência, para Davi, da aprovação e aceitação divinas. (O fogo, no Antigo Testamento, era um meio pelo qual Deus demonstrava sua aprovação — cf. Lv 9-24 e 2 Cr 7.1 — e foi, mui provavelmente, a maneira pela qual Deus demonstrou ter aceito a oferta de Abel, enquanto a de Caim foi rejeitada e permaneceu sem ser consumida — cf. Gn 4.4,5). Embora as chamas literais não sejam mais o meio usado por Deus para demonstrar sua aceitação, confirmando-a àquele que 95

As Orações <strong>de</strong> Davi e <strong>de</strong> outros Salmistas<br />

Mesmo diante <strong>de</strong> um fracasso total e <strong>de</strong>vastador, os piedosos oram.<br />

Davi tinha estado literalmente “no lazer <strong>em</strong> Sião” (cf. 2 Sm 11.1,2),<br />

enquanto os exércitos <strong>de</strong> Israel guerreavam. É possível que suas vastas<br />

conquistas o tivess<strong>em</strong> levado, por algum t<strong>em</strong>po, a negligenciar sua<br />

relação com <strong>Deus</strong> no que era mais vital. Não sendo este o caso, fica-<br />

nos a lição <strong>de</strong> que, <strong>em</strong>bora as pessoas or<strong>em</strong>, elas permanec<strong>em</strong> susce-<br />

tíveis às paixões e <strong>de</strong>v<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre manter-se <strong>em</strong> guarda contra momentos<br />

inesperados <strong>de</strong> tentação.<br />

Antes, porém, <strong>de</strong> orar pela questão específica — a vida do<br />

menino — Davi procurou tapar suas brechas espirituais, confessando<br />

seu terrível pecado (cf. 2 Sm 12.13). Recebeu, assim, a certeza <strong>de</strong> ter<br />

alcançado misericórdia e graça da parte <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. S<strong>em</strong> essa contrição,<br />

sua própria oração teria sido um presunçoso pecado. Mas apesar da<br />

confissão prévia, <strong>Deus</strong> recusou o pedido, <strong>de</strong>terminando que a criança<br />

<strong>de</strong>veria morrer (cf. 2 Sm 12.14). A oração <strong>de</strong> Davi não pô<strong>de</strong> apagar<br />

todo o dano causado por uma atitu<strong>de</strong> carnal e egoísta; certas consequências<br />

precisavam ser suportadas, a <strong>de</strong>speito do completo perdão.<br />

Em outra oportunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois que tola e orgulhosamente resolveu<br />

numerar o povo <strong>de</strong> Israel e Judá (cf. 2 Sm 24.1-15), atraindo contra<br />

si a ira divina, ele <strong>de</strong> imediato confessou seu pecado: “E, vendo Davi ao<br />

Anjo que feria o povo, falou ao Senhor e disse: Eis que eu sou o que<br />

iniquamente procedi; porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua<br />

mão contra mim e contra a casa <strong>de</strong> meu pai” (2 Sm 24.17).<br />

Raramente qu<strong>em</strong> peca afeta somente a si mesmo. Quando mais<br />

<strong>de</strong>stacada a posição e maior a responsabilida<strong>de</strong> da pessoa, maior e<br />

mais amplo será o impacto causado pelo pecado. Há angústia <strong>em</strong><br />

reconhecermos os nossos próprios pecados, mas dificilmente isso se<br />

compara à angústia <strong>de</strong> vermos seus efeitos sobre outras pessoas. Foi<br />

esse tipo <strong>de</strong> angústia que levou Davi a orar daquele jeito, o que lhe<br />

trouxe certa medida <strong>de</strong> alívio. O cronista (provavelmente Esdras)<br />

registra a comunhão restaurada:<br />

Então, Davi edificou ali um altar ao Senhor, e ofereceu nele holocaus-<br />

tos e sacrifícios pacíficos, e invocou o Senhor, o qual lhe respon<strong>de</strong>u<br />

com fogo do céu sobre o altar do holocausto (1 Cr 21.26).<br />

O fogo <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> que consumiu as oferendas tornou-se a certeza e a<br />

evidência, para Davi, da aprovação e aceitação divinas. (O fogo, no<br />

Antigo Testamento, era um meio pelo qual <strong>Deus</strong> <strong>de</strong>monstrava sua<br />

aprovação — cf. Lv 9-24 e 2 Cr 7.1 — e foi, mui provavelmente, a<br />

maneira pela qual <strong>Deus</strong> <strong>de</strong>monstrou ter aceito a oferta <strong>de</strong> Abel,<br />

enquanto a <strong>de</strong> Caim foi rejeitada e permaneceu s<strong>em</strong> ser consumida —<br />

cf. Gn 4.4,5). Embora as chamas literais não sejam mais o meio usado<br />

por <strong>Deus</strong> para <strong>de</strong>monstrar sua aceitação, confirmando-a àquele que<br />

95

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!