Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

adpaudalho.com.br
from adpaudalho.com.br More from this publisher
08.05.2013 Views

Teologia Bíblica da Oração Como mencionamos no capítulo anterior, outros servos de Deus foram vítimas da própria fragilidade humana, chegando a orar pedindo a morte: Elias (1 Rs 19.4), Jó 0ó 6.8), Jonas (Jn 4.3). Felizmente, Deus não atende a tais clamores, pois conhece o que está por trás das aparências e das palavras. Ele sabe das nossas fraquezas e “lembra-se de que somos pó” (Sl 103-14). Embora sejamos afligidos por frustrações, Ele não nos condena. Gentilmente, pois, solucionou o caso de Moisés, dizendo-lhe que tomaria do Espírito que estava sobre ele e o poria sobre setenta anciãos. Eles compartilhariam a carga com Moisés que, nem por isso, perderia algo do Espírito Santo. Moisés precisava saber que o Espírito Santo é poderoso o suficiente para cuidar de qualquer situação. Mesmo diante do fracasso humano, a misericórdia de Deus permanece firme. Mas tais hesitações não podiam ofuscar as qualidades que Deus infundira no seu servo. Moisés e Jesus são os únicos que as Escrituras identificam como mansos ou humildes (cf. Nm 12.3; Mt 11.29). O espírito manso e humilde brilha com mais fulgor quando os invejosos e ambiciosos atacam. Os orgulhosos e auto-suficientes querem retaliação; os presunçosos buscam vingança. Mas os humildes oram por seus adversários. Arão e Miriã tinham criticado seu irmão, Moisés, buscando usurpar-lhe a posição conferida por Deus. Agindo assim, eles provocaram Deus à ira. Miriã, como a principal ofensora (o verbo “falar”, em Nm 12.1, está na terceira pessoa do singular e aplica-se, no original, ao género feminino, mostrando que ela é quem falava e Arão consentia), foi punida com a tão temida lepra. Talvez algum presunçoso, alheio à sua própria fragilidade, dissesse: “Bem feito! Ela mereceu!” Mas Arão, que não ignorava suas fraquezas, confessou o pecado de ambos, rogando a Moisés por Miriã. “Clamou, pois, Moisés ao Senhor, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures” (Nm 12.13). Que exemplo de oração “pelos que vos perseguem”! (Mt 5.44) O bispo Hall, um clérigo inglês do século XVII, disse o seguinte a respeito de Miriã: A língua suja dela foi punida justamente com uma face feia, e sua tolice, ao pretender rivalizar com Moisés, tornou-se manifesta a todos. Moisés intercedeu por sua irmã ferida. Afetuosa e sinceramente, ele defendeu a causa dela. Moisés orou como alguém que, de todo o seu coração, perdoara plenamente a inveja de Miriã e Arão (Citado por Herbert Lockyer, All the Prayers o f the Bible, Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1959, p- 42). Note o apelo de Moisés: “Ó Deus, rogo-te que a cures”. Embora Deus tenha honrado o apelo em favor da cura, Ele não se agradou em concedê-la imediatamente. Aqueles que oram pelos enfermos e aflitos podem desejar tanto a cura que se esquecem dos motivos da 64

As Orações d e Moisés aflição. A lepra de Miriã resultava de uma ofensa séria. Sua cura precisou ser adiada, pois a falta de uma consequência imediata poderia fazê-la reincidir no pecado. Ela tinha de aprender uma lição. Quanto ao povo de Israel, eles nunca pareciam aprender com sua desobediência e os consequentes castigos. O compassivo e tenaz Moisés, porém, jamais desistiu. Apesar de ter chegado quase ao ponto de desesperar, ele conseguiu manter uma liderança cheia de força e fé. Sua preocupação não girava mais em torno de si mesmo, mas dizia respeito à reputação de Deus e do seu povo. Isso ficou muito claro quando Deus o testou, sugerindo que destruiria os israelitas e começaria uma nova nação a partir de Moisés. E disse Moisés ao Senhor Assim, os egípcios o ouvirão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio deles. E o dirão aos moradores desta terra, que ouviram que tu, ó Senhor, estás no meio deste povo, que face a face, ó Senhor, lhes apareces, que tua nuvem está sobre eles e que vais adiante deles numa coluna de nuvem de dia e numa coluna de fogo de noite. E, se matares este povo como a um só homem, as nações, pois, que ouviram a tua fama, falarão, dizendo: Porquanto o Senhor não podia pôr este povo na terra que lhes tinha jurado; por isso, os matou no deserto. Agora, pois, rogo- te que a força do meu Senhor se engrandeça, como tens falado, dizendo: O Senhor é longânimo e grande em beneficência, que perdoa a iniquidade e a transgressão, que o culpado não tem por inocente e visita a iniquidade dos pais sobre os filhos até à terceira e quarta geração. Perdoa, pois, a iniquidade deste povo, segundo a grandeza da tua benignidade e como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui. E disse o Senhor: Conforme a tua palavra, lhe perdoei (Nm 14.13-20). À semelhança de Miriã e Arão, também Corá, Data e Abirão desafiaram a liderança de Moisés. Eles instigaram um motim dissimulado, tentando implantar uma ordem sacerdotal à parte da estabelecida por Deus (cf. Nm 16.1-21). Em face desse desafio, Moisés percebeu a necessidade de: 1) confirmação dos líderes devidamente constituídos por Deus, ou seja, Moisés e Arão; e 2) julgamento dos usurpadores. Mas eles [Moisés e Arão] se prostraram sobre os seus rostos e disseram: Ó Deus, Deus dos espíritos de toda carne, pecará um só homem, e indignar-te-ás tu tanto contra toda esta congregação? (Nm 16.22). Com essa oração, Moisés e Arão organizaram uma intensa intercessão. Não obstante, a rebelião é tão perniciosa em seus efeitos que nenhum acúmulo de intercessão pode livrar os rebeldes do julgamento divino. A terra abriu-se e engoliu os amotinados, confirmando a 65

Teologia Bíblica da Oração<br />

Como mencionamos no capítulo anterior, outros servos <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

foram vítimas da própria fragilida<strong>de</strong> humana, chegando a orar pedindo a<br />

morte: Elias (1 Rs 19.4), Jó 0ó 6.8), Jonas (Jn 4.3). Felizmente, <strong>Deus</strong> não<br />

aten<strong>de</strong> a tais clamores, pois conhece o que está por trás das aparências<br />

e das palavras. Ele sabe das nossas fraquezas e “l<strong>em</strong>bra-se <strong>de</strong> que somos<br />

pó” (Sl 103-14). Embora sejamos afligidos por frustrações, Ele não nos<br />

con<strong>de</strong>na. Gentilmente, pois, solucionou o caso <strong>de</strong> Moisés, dizendo-lhe<br />

que tomaria do Espírito que estava sobre ele e o poria sobre setenta<br />

anciãos. Eles compartilhariam a carga com Moisés que, n<strong>em</strong> por isso,<br />

per<strong>de</strong>ria algo do Espírito Santo. Moisés precisava saber que o Espírito<br />

Santo é po<strong>de</strong>roso o suficiente para cuidar <strong>de</strong> qualquer situação. Mesmo<br />

diante do fracasso humano, a misericórdia <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> permanece firme.<br />

Mas tais hesitações não podiam ofuscar as qualida<strong>de</strong>s que <strong>Deus</strong><br />

infundira no seu servo. Moisés e Jesus são os únicos que as Escrituras<br />

i<strong>de</strong>ntificam como mansos ou humil<strong>de</strong>s (cf. Nm 12.3; Mt 11.29). O<br />

espírito manso e humil<strong>de</strong> brilha com mais fulgor quando os invejosos<br />

e ambiciosos atacam. Os orgulhosos e auto-suficientes quer<strong>em</strong> retaliação;<br />

os presunçosos buscam vingança. Mas os humil<strong>de</strong>s oram por<br />

seus adversários. Arão e Miriã tinham criticado seu irmão, Moisés,<br />

buscando usurpar-lhe a posição conferida por <strong>Deus</strong>. Agindo assim,<br />

eles provocaram <strong>Deus</strong> à ira. Miriã, como a principal ofensora (o verbo<br />

“falar”, <strong>em</strong> Nm 12.1, está na terceira pessoa do singular e aplica-se, no<br />

original, ao género f<strong>em</strong>inino, mostrando que ela é qu<strong>em</strong> falava e Arão<br />

consentia), foi punida com a tão t<strong>em</strong>ida lepra. Talvez algum presunçoso,<br />

alheio à sua própria fragilida<strong>de</strong>, dissesse: “B<strong>em</strong> feito! Ela<br />

mereceu!” Mas Arão, que não ignorava suas fraquezas, confessou o<br />

pecado <strong>de</strong> ambos, rogando a Moisés por Miriã. “Clamou, pois, Moisés<br />

ao Senhor, dizendo: Ó <strong>Deus</strong>, rogo-te que a cures” (Nm 12.13).<br />

Que ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> oração “pelos que vos persegu<strong>em</strong>”! (Mt 5.44)<br />

O bispo Hall, um clérigo inglês do século XVII, disse o seguinte a<br />

respeito <strong>de</strong> Miriã:<br />

A língua suja <strong>de</strong>la foi punida justamente com uma face feia, e sua<br />

tolice, ao preten<strong>de</strong>r rivalizar com Moisés, tornou-se manifesta a<br />

todos. Moisés interce<strong>de</strong>u por sua irmã ferida. Afetuosa e sinceramente,<br />

ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a causa <strong>de</strong>la. Moisés orou como alguém<br />

que, <strong>de</strong> todo o seu coração, perdoara plenamente a inveja <strong>de</strong><br />

Miriã e Arão (Citado por Herbert Lockyer, All the Prayers o f the<br />

Bible, Grand Rapids: Zon<strong>de</strong>rvan Publishing House, 1959, p- 42).<br />

Note o apelo <strong>de</strong> Moisés: “Ó <strong>Deus</strong>, rogo-te que a cures”. Embora<br />

<strong>Deus</strong> tenha honrado o apelo <strong>em</strong> favor da cura, Ele não se agradou <strong>em</strong><br />

concedê-la imediatamente. Aqueles que oram pelos enfermos e aflitos<br />

po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sejar tanto a cura que se esquec<strong>em</strong> dos motivos da<br />

64

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!