Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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08.05.2013 Views

Teologia Bíblica da Oração A segunda oração (cf. Êx 32.30-35) seguiu-se ao retorno de Moisés ao acampamento da congregação. Deus não pretendia destruir em massa o povo de Israel, conforme sua justiça parecia requerer; mas Ele passaria a congregação pelo crivo, requerendo que cada um declarasse publicamente sua lealdade: “Pôs-se em pé M oisés na porta do arraial e disse: Quem é do Senhor, venha a mim” (Êx 32.26). Os acontecimentos pareciam antever as consequências do julgamento divino. Uma vez mais, Moisés sentiu-se avassalado pelo evidente juízo que estava prestes a ser derramado. Ele se identificava tão profundamente com o povo que estava pronto a morrer com eles. Apesar de sua disposição para a intercessão, ele não demorou muito para aprender algo tremendo em relação ao destino terrível dos transgressores — ninguém pode se furtar para sempre da prestação de contas. Embora o líder se dispusesse a morrer por aquela multidão pecadora, cada um deles (e também cada um de nós), no fim, haveria de comparecer diante do Todo-poderoso: “Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro” (Êx 32.33). (A única exceção a esse princípio divino ocorreu no Calvário, quando Deus entregou seu Filho para morrer pelos pecados de toda a humanidade. E, mesmo agora, cada pessoa é responsável por receber ou rejeitar a graça e a misericórdia divinas.) Arão bem poderia ser grato pelo fato de ter um irmão dedicado à oração. Mas, enquanto Moisés estava no monte Sinai, recebendo os Dez Mandamentos, Arão sucumbiu aos desejos carnais do povo, fazendo-lhes um bezerro de ouro. Também o Senhor se irou muito contra Arão para o destruir; mas também orei por Arão ao mesmo tempo. E prostrei-me perante o Senhor aqueles quarenta dias e quarenta noites em que estava prostrado; porquanto o Senhor dissera que vos queria destruir. E eu orei ao Senhor, dizendo: Senhor Deus, não destruas o teu povo e a tua herança, que resgataste com a tua grandeza, que tiraste do Egito com mão forte. Lembra-te dos teus servos Abraão, Isaque e Jacó; não atentes para a dureza deste povo, nem para a sua impiedade, nem para o seu pecado, para que o povo da terra donde nos tiraste não diga: Porquanto o Senhor não os pôde introduzir na terra de que lhes tinha falado e porque os aborrecia, os tirou para os matar no deserto (Dt 9.20,25-28). Não fora Moisés um fiel intercessor, Arão poderia ter sido destruído com o restante dos israelitas. Arão era, portanto, um afortunado. Por aí se vê quão sagrada é a responsabilidade dos crentes espirituais atuarem como intercessores (cf. Gl 6.1 e Tg 5.16-20)! 60

As Orações de Moisés A intensidade da intercessão de Moisés em favor de Israel tem um significado muito especial. Não podia ser confundida com um simples “Senhor, poupa meu povo”, seguido por um “amém” seco. Foram quarenta dias e noites numa luta desesperada, agravada pelo juízo iminente: “Porquanto o Senhor dissera que vos queria destruir” (Dt 9.25). Estamos deveras percebendo que, ao nos aproximarmos do fim desta era, tempos difíceis nos esperam, quando os juízos de Deus serão derramados sobre o mundo? Quão imensa é a necessidade de intercessores incansáveis como Moisés! Outra intercessão de Moisés é a registrada em Êxodo 33.12-23, precipitada pela declaração de Deus, no versículo 3: “Eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo obstinado, para que te não consuma eu no caminho”. Moisés ficou arrasado diante desta assustadora revelação. Desde o dia de sua chamada, ele ansiara pela presença divina e contara com ela. Ouvira da boca de Deus: “Eu serei contigo” (Êx 3.12). Mas agora havia a possibilidade de estar sozinho, sem a presença do Deus que lhe confiara tão árdua missão: Então, disse-lhe: Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui. Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso, não é por andares tu conosco, e separados seremos, eu e o teu povo, de todo o povo que há sobre a face da terra? Então, disse o Senhor a Moisés: Farei também isto, que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos; e te conheço por nome (Êx 33.15-17). A triste verdade é que os seres humanos, em seus pecados, não podem suportar a “santa presença”, capaz de consumi-los totalmente. Os israelitas estavam num estado tão pecaminoso que a justiça divina, com toda razão, poderia requerer a condenação deles. Moisés percebeu que só havia um raio de esperança — a graça divina. E foi nisso que baseou seu apelo. Ele estava consciente de que não podia pleitear em favor de Israel com base na justiça da Lei. Mas lá dentro, bem no fundo do seu ser, ele começava a ter uma ligeira compreensão da graça e da compaixão divinas: Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti e apregoarei o nome do Senhor diante de ti; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem me compadecer (Êx 33.19). Muito antes que o autor da Epístola aos Hebreus se sentisse impulsionado pelo Espírito Santo a escrever essa verdade, Moisés achegara-se “com confiança” ao trono da graça, achando misericórdia e graça a fim de ser ajudado em tempo de necessidade (cf. Hb 4.16). 61

As Orações <strong>de</strong> Moisés<br />

A intensida<strong>de</strong> da intercessão <strong>de</strong> Moisés <strong>em</strong> favor <strong>de</strong> Israel t<strong>em</strong> um<br />

significado muito especial. Não podia ser confundida com um simples<br />

“Senhor, poupa meu povo”, seguido por um “amém” seco. Foram<br />

quarenta dias e noites numa luta <strong>de</strong>sesperada, agravada pelo juízo<br />

iminente: “Porquanto o Senhor dissera que vos queria <strong>de</strong>struir” (Dt 9.25).<br />

Estamos <strong>de</strong>veras percebendo que, ao nos aproximarmos do fim<br />

<strong>de</strong>sta era, t<strong>em</strong>pos difíceis nos esperam, quando os juízos <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

serão <strong>de</strong>rramados sobre o mundo? Quão imensa é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

intercessores incansáveis como Moisés!<br />

Outra intercessão <strong>de</strong> Moisés é a registrada <strong>em</strong> Êxodo 33.12-23,<br />

precipitada pela <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, no versículo 3: “Eu não subirei<br />

no meio <strong>de</strong> ti, porquanto és povo obstinado, para que te não<br />

consuma eu no caminho”. Moisés ficou arrasado diante <strong>de</strong>sta assustadora<br />

revelação. Des<strong>de</strong> o dia <strong>de</strong> sua chamada, ele ansiara pela<br />

presença divina e contara com ela. Ouvira da boca <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>: “Eu<br />

serei contigo” (Êx 3.12). Mas agora havia a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar<br />

sozinho, s<strong>em</strong> a presença do <strong>Deus</strong> que lhe confiara tão árdua missão:<br />

Então, disse-lhe: Se a tua presença não for conosco, não nos<br />

faças subir daqui. Como, pois, se saberá agora que tenho achado<br />

graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso, não é por andares<br />

tu conosco, e separados ser<strong>em</strong>os, eu e o teu povo, <strong>de</strong> todo o<br />

povo que há sobre a face da terra? Então, disse o Senhor a<br />

Moisés: Farei também isto, que tens dito; porquanto achaste<br />

graça aos meus olhos; e te conheço por nome (Êx 33.15-17).<br />

A triste verda<strong>de</strong> é que os seres humanos, <strong>em</strong> seus pecados, não<br />

po<strong>de</strong>m suportar a “santa presença”, capaz <strong>de</strong> consumi-los totalmente.<br />

Os israelitas estavam num estado tão pecaminoso que a justiça<br />

divina, com toda razão, po<strong>de</strong>ria requerer a con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>les.<br />

Moisés percebeu que só havia um raio <strong>de</strong> esperança — a graça<br />

divina. E foi nisso que baseou seu apelo. Ele estava consciente <strong>de</strong><br />

que não podia pleitear <strong>em</strong> favor <strong>de</strong> Israel com base na justiça da Lei.<br />

Mas lá <strong>de</strong>ntro, b<strong>em</strong> no fundo do seu ser, ele começava a ter uma<br />

ligeira compreensão da graça e da compaixão divinas:<br />

Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bonda<strong>de</strong> por diante<br />

<strong>de</strong> ti e apregoarei o nome do Senhor diante <strong>de</strong> ti; terei misericórdia<br />

<strong>de</strong> qu<strong>em</strong> eu tiver misericórdia e me compa<strong>de</strong>cerei <strong>de</strong> qu<strong>em</strong><br />

me compa<strong>de</strong>cer (Êx 33.19).<br />

Muito antes que o autor da Epístola aos Hebreus se sentisse<br />

impulsionado pelo Espírito Santo a escrever essa verda<strong>de</strong>, Moisés<br />

achegara-se “com confiança” ao trono da graça, achando misericórdia<br />

e graça a fim <strong>de</strong> ser ajudado <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> (cf. Hb 4.16).<br />

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