Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho
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Teologia Bíblica da Oração apenas um servo de Deus. E Moisés acabou se tornando o alvo da ira deles: “Por que nos fizeste subir do Egito para nos matares de sede, a nós, e aos nossos filhos, e ao nosso gado?” (Êx 17.3). Como devem reagir aos líderes espirituais quando o povo se volta contra eles? O exemplo de Moisés é a melhor resposta. Ele poderia ter retrucado prontamente; poderia ter argumentado e arrazoado com eles, ou mesmo se deixado afundar num sentimento de autocomiseração e desespero. Em lugar disso, entretanto, ele fez o que toda liderança espiritual deveria fazer sempre: “E clamou Moisés ao Senhor, dizendo: Que farei a este povo? Daqui a pouco me apedrejarão” (Êx 17.4). A oração era a única alternativa que descartava o temor de estar fazendo algo errado. Fazer qualquer coisa que sua natureza humana pudesse insinuar não solucionaria o problema. Tal providência teria apenas agitado e inflamado ainda mais o povo; talvez Moisés até perdesse a vida. Porém, como ele preferiu orar, a resposta de Deus foi rápida. Deus sabe o curso de ação correto para toda situação. Assim, Ele instruiu Moisés quanto ao que fazer: Então, disse o Senhor a Moisés: Passa diante do povo e toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai. Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas, e o povo beberá. E Moisés assim o fez, diante dos olhos dos anciãos de Israel (Êx 17.5,6). Os seres humanos, por sua própria natureza, estão limitados aos cinco sentidos. Aquilo que as pessoas podem ver e segurar, nisso elas acreditam. Em consequência, muitas querem adorar apenas os deuses que podem ver. Elas têm problemas com o invisível. No entanto, enquanto não escaparem dessa servidão ao mundo material, não se relacionarão corretamente nem com Deus e nem com o sobrenatural. Paulo sintetizou essa verdade de maneira excelente: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Co 4.18). Talvez uma das características mais expressivas de Moisés fosse a sua capacidade de assimilar o Deus invisível e então se relacionar com Ele: “E o povo estava em pé de longe; Moisés, porém, se chegou à escuridade, onde Deus estava” (Êx 20.21). O povo, pois, manteve-se distante, ao passo que Moisés se aproximou. As trevas nem sempre representam o mal — neste caso, Deus estava nelas. Mas por que Deus se envolveria num manto de espessas trevas, se a Bíblia dá conta de que nEle não há treva nenhuma? (1 Jo 1.5) Ele pode estar num lugar escuro até por misericórdia, pois homem algum viu a glória de Deus e 58
As Orações de Moisés permaneceu vivo (cf. Êx 33.20). Das “trevas espessas”, portanto, Deus falava com Moisés, conferindo-lhe mandamentos para o povo, instruin- do-o acerca de como edificar um altar e prometendo-lhe suas bênçãos. Os próprios anjos cobrem o rosto perante o Senhor dos Exércitos, sentindo-se indignos de contemplar a perfeição divina. Mas onde aumenta o amor, diminui o medo. Portanto, que o amor cresça e se torne forte, resplandecendo em nossos corações como uma chama de fogo. Aos poucos o medo será mudado: de um receio pavoroso, transformar-se-á numa admiração profunda... O amor nos atrai a Deus mais do que o medo nos mantém afastados dEle. O amor se regozija em poder chegar “com ousadia ao trono da graça...” Moisés aproximou-se das trevas espessas onde Deus estava. A alma amorosa insiste em se chegar a Deus — para “vê-lo face a face” e “conhecê-lo tal e qual também é conhecida” ( The Pulpit Commentary, Grand Rapids; Wm. B. Eerdmans, Pub. Co., 1950, vol. 1 - Exodus, George Rawlinson, p. 163). Moisés, o Intercessor Uma das características mais destacadas nas orações de Moisés é seu altruísmo. Preocupava-se primariamente com as relações entre Israel e Deus. Essa preocupação por Israel é especialmente evidente em suas orações, no capítulo 32 do livro de Êxodo. Intercedendo pelos transgressores A primeira das orações de Moisés em favor de Israel ocorreu quando ele ainda estava no monte Sinai, com as tábuas da Lei na mão, recém-gravadas por Deus. Deus revelara a Moisés a grosseira idolatria do povo de Israel. O pedido de Deus a Moisés parece estranho, de nosso próprio ponto de vista: “Agora, pois, deixa-me, que o meu furor se acenda contra eles, e os consuma; e eu farei de ti uma grande nação” (Êx 32.10). Naquele momento, Moisés teve de enfrentar um dilema nada fácil. Era, ao mesmo tempo, o defensor de um povo que ofendera claramente a justiça divina e o representante de um Deus justo e íntegro. Devemos entender que Deus não o estava obrigando nem instruindo para que desse livre curso à justiça divina. Na verdade, Moisés estava sendo desafiado a uma intercessão que justificasse a preservação de Israel. A intercessão de Moisés acabou servindo para ressaltar o testemunho da integridade divina aos olhos dos egípcios. O verdadeiro intercessor, como todo bom advogado, é um instrumento que decididamente influencia o resultado final: “Então, o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo” (Êx 32.14). 59
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apenas um servo <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. E Moisés acabou se tornando o alvo da<br />
ira <strong>de</strong>les: “Por que nos fizeste subir do Egito para nos matares <strong>de</strong><br />
se<strong>de</strong>, a nós, e aos nossos filhos, e ao nosso gado?” (Êx 17.3).<br />
Como <strong>de</strong>v<strong>em</strong> reagir aos lí<strong>de</strong>res espirituais quando o povo se volta<br />
contra eles? O ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> Moisés é a melhor resposta. Ele po<strong>de</strong>ria ter<br />
retrucado prontamente; po<strong>de</strong>ria ter argumentado e arrazoado com<br />
eles, ou mesmo se <strong>de</strong>ixado afundar num sentimento <strong>de</strong> autocomiseração<br />
e <strong>de</strong>sespero. Em lugar disso, entretanto, ele fez o que toda li<strong>de</strong>rança<br />
espiritual <strong>de</strong>veria fazer s<strong>em</strong>pre: “E clamou Moisés ao Senhor, dizendo:<br />
Que farei a este povo? Daqui a pouco me apedrejarão” (Êx 17.4).<br />
A oração era a única alternativa que <strong>de</strong>scartava o t<strong>em</strong>or <strong>de</strong> estar<br />
fazendo algo errado. Fazer qualquer coisa que sua natureza humana<br />
pu<strong>de</strong>sse insinuar não solucionaria o probl<strong>em</strong>a. Tal providência teria<br />
apenas agitado e inflamado ainda mais o povo; talvez Moisés até<br />
per<strong>de</strong>sse a vida. Porém, como ele preferiu orar, a resposta <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />
foi rápida. <strong>Deus</strong> sabe o curso <strong>de</strong> ação correto para toda situação.<br />
Assim, Ele instruiu Moisés quanto ao que fazer:<br />
Então, disse o Senhor a Moisés: Passa diante do povo e toma<br />
contigo alguns dos anciãos <strong>de</strong> Israel; e toma na tua mão a tua<br />
vara, com que feriste o rio, e vai. Eis que eu estarei ali diante <strong>de</strong><br />
ti sobre a rocha, <strong>em</strong> Horebe, e tu ferirás a rocha, e <strong>de</strong>la sairão<br />
águas, e o povo beberá. E Moisés assim o fez, diante dos olhos<br />
dos anciãos <strong>de</strong> Israel (Êx 17.5,6).<br />
Os seres humanos, por sua própria natureza, estão limitados aos<br />
cinco sentidos. Aquilo que as pessoas po<strong>de</strong>m ver e segurar, nisso<br />
elas acreditam. Em consequência, muitas quer<strong>em</strong> adorar apenas os<br />
<strong>de</strong>uses que po<strong>de</strong>m ver. Elas têm probl<strong>em</strong>as com o invisível. No<br />
entanto, enquanto não escapar<strong>em</strong> <strong>de</strong>ssa servidão ao mundo material,<br />
não se relacionarão corretamente n<strong>em</strong> com <strong>Deus</strong> e n<strong>em</strong> com o<br />
sobrenatural. Paulo sintetizou essa verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira excelente:<br />
“Não atentando nós nas coisas que se vê<strong>em</strong>, mas nas que se não<br />
vê<strong>em</strong>; porque as que se vê<strong>em</strong> são t<strong>em</strong>porais, e as que se não vê<strong>em</strong><br />
são eternas” (2 Co 4.18).<br />
Talvez uma das características mais expressivas <strong>de</strong> Moisés fosse a<br />
sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assimilar o <strong>Deus</strong> invisível e então se relacionar com<br />
Ele: “E o povo estava <strong>em</strong> pé <strong>de</strong> longe; Moisés, porém, se chegou à<br />
escurida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> <strong>Deus</strong> estava” (Êx 20.21). O povo, pois, manteve-se<br />
distante, ao passo que Moisés se aproximou. As trevas n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre<br />
representam o mal — neste caso, <strong>Deus</strong> estava nelas. Mas por que <strong>Deus</strong><br />
se envolveria num manto <strong>de</strong> espessas trevas, se a Bíblia dá conta <strong>de</strong><br />
que nEle não há treva nenhuma? (1 Jo 1.5) Ele po<strong>de</strong> estar num lugar<br />
escuro até por misericórdia, pois hom<strong>em</strong> algum viu a glória <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> e<br />
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