Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho
Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho
Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Teologia Bíblica da Oração<br />
circunstâncias. As pessoas, algumas vezes, ficam tão ocupadas com<br />
suas circunstâncias que não po<strong>de</strong>m ver além <strong>de</strong>las. Se Jó pu<strong>de</strong>sse<br />
ter visto o fim <strong>de</strong> sua experiência, a sua atitu<strong>de</strong> teria mudado<br />
completamente. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, o glorioso propósito <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />
não seria legitimamente concretizado, e o próprio Jó nunca alcançaria<br />
o melhor <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> para ele. Aqueles que conhec<strong>em</strong> a <strong>Deus</strong><br />
também sab<strong>em</strong> que nas mãos dEle está um fim glorioso. Essa<br />
certeza gera confiança e paz. Ao enfrentar uma provação como a <strong>de</strong><br />
Jó, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os atentar para o dil<strong>em</strong>a presente, mas s<strong>em</strong> per<strong>de</strong>r a<br />
certeza <strong>de</strong> que seu fim foi <strong>de</strong>signado por um <strong>Deus</strong> amoroso.<br />
Pessoas <strong>de</strong>sesperadas oram para morrer, ou, no mínimo, para<br />
conseguir um escape ou fuga (cf. Sl 55.6). Mas o escapismo raramente<br />
produz uma solução digna. Pense no que Jó per<strong>de</strong>ria se esta<br />
sua oração fosse respondida: “Tomara que me escon<strong>de</strong>sses na<br />
sepultura, e me ocultasses até que a tua ira se <strong>de</strong>sviasse, e me<br />
pusesses um limite, e te l<strong>em</strong>brasses <strong>de</strong> mim! Morrendo o hom<strong>em</strong>,<br />
porventura, tornará a viver? Todos os dias <strong>de</strong> meu combate esperaria,<br />
até que viesse a minha mudança” (Jó 14.13,14).<br />
Embora existam el<strong>em</strong>entos contrastantes nessa oração, cujas palavras<br />
evi<strong>de</strong>nciam um justo <strong>de</strong>snorteio <strong>em</strong> função <strong>de</strong> sofrimentos<br />
intensos, <strong>Deus</strong> não se ofen<strong>de</strong> e n<strong>em</strong> se ira. Até parece que Jó estava<br />
lutando por causa do sentido pleno da vida e da morte. Ele pediu luz<br />
quanto ao futuro: “Morrendo o hom<strong>em</strong>, porventura, tornará a viver?”<br />
As tribulações profundas, b<strong>em</strong> como as lutas ferozes, levam-nos a<br />
enfrentar honestamente as questões. O cristão, contudo, t<strong>em</strong> uma<br />
gran<strong>de</strong> vantag<strong>em</strong>, pois nosso Salvador, Jesus Cristo, “aboliu a morte e<br />
trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho” (2 Tm 1.10).<br />
Em momentos assim, faz<strong>em</strong>os b<strong>em</strong> <strong>em</strong> rel<strong>em</strong>brar a admoestação<br />
<strong>de</strong> Salomão: “Confia no Senhor <strong>de</strong> todo o teu coração e não te<br />
estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5). No t<strong>em</strong>po certo, as<br />
nuvens <strong>de</strong>saparecerão, conforme suce<strong>de</strong>u a Jó, e <strong>Deus</strong> será visto<br />
como <strong>de</strong> fato é: gran<strong>de</strong> <strong>em</strong> sabedoria e misericórdia.<br />
Submissão à soberania <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />
Mas o tom mórbido e amargurado da oração <strong>de</strong> Jó <strong>de</strong> repente<br />
mudou. Algo precipitou uma meia-volta. O próprio Jó o explica: “Com<br />
o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vê<strong>em</strong> os meus olhos”<br />
(Jó 42.5). Toda a sua perspectiva <strong>de</strong> vida, e até <strong>de</strong> morte, foi drasticamente<br />
alterada quando ele cont<strong>em</strong>plou <strong>Deus</strong> conforme Ele é <strong>de</strong> fato:<br />
Então Jó respon<strong>de</strong>u ao Senhor e disse: Eis que sou vil; que te<br />
respon<strong>de</strong>ria eu? A minha mão ponho na minha boca. Uma vez<br />
tenho falado e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não<br />
prosseguirei (Jó 40.3-5).<br />
48