Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

adpaudalho.com.br
from adpaudalho.com.br More from this publisher
08.05.2013 Views

As Orações dos Patriarcas e seus Contemporâneos cumprimento do pacto abraâmico. Como consequência, Jacó orou e expressou sua gratidão a Deus na forma de um voto: E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus; e esta pedra que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo (Gn 28.20-22). Fazer um voto a Deus é, com frequência, parte de uma oração, e implica num sério compromisso: “Tu orarás a ele, e ele te ouvirá; e pagarás os teus votos” 0 ó 22.27; cf. Nm 30.2; Ec 5.4,5). A maior oração de Jacó ocorreu no momento de sua maior tensão, quando temia por sua vida. Embora tivesse recebido ordens divinas de retornar ao seu país e à sua parentela, após ter passado muitos anos longe de casa, ele se viu dominado de modo intenso pelo medo. Esaú lhe pouparia a vida? Quase vencido pelo medo e pela aflição, Jacó dividiu sua gente, seus rebanhos e seus camelos em dois grupos, a fim de que um deles pudesse escapar caso Esaú viesse contra o outro: Disse mais Jacó: Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó Senhor, que me disseste: Torna à tua terra e à tua parentela, e far-te-ei bem; menor sou eu que todas as beneficên- cias e que toda a fidelidade que tiveste com teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão e, agora, me tornei em dois bandos. Livra-me, peço-te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú, porque o temo, para que porventura não venha e me fira e a mãe com os filhos (Gn 32.9-11). Seu medo, porém, era legítimo. Seu irmão vinha na direção dele à frente de quatrocentos homens armados. Era o mesmo irmão de quem, por ludíbrio, ele furtara tanto o direito de primogenitura quanto a bênção paterna. O medo é algo terrível. Corrói a fundo uma pessoa. Espanta o sono e inflama o cérebro. O amado João assim escreveu acerca dele: “Ora, o medo produz tormento” (1 Jo 4.18 - ARA). E poderíamos acrescentar que seu único mérito é aumentar o problema. Que fazer diante de nossos temores? Façamos como Jacó — ele orou! E sua oração foi extremamente exemplar. Primeiramente, ele identificou seu Deus: “Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque”. Em seguida, ele identificou a promessa de Deus a ele: “Torna à tua terra e à tua parentela, e far-te-ei bem ”. Ato contínuo, ele identificou sua própria indignidade da bondade e das bênçãos de Deus: “Menor sou eu que todas as beneficências e que toda a 43

Teologia Bíblica da Oração fidelidade que tiveste com teu servo”. Finalmente, ele identificou sua petição e o motivo de seu temor: “Livra-me da mão de meu irmão, da mão de Esaú, porque o temo”. Jacó, porém, não se contentou apenas em orar. Ele fez tudo isso com o propósito de tapar a brecha existente entre ele e seu irmão. Mas, tendo feito tudo quanto podia para estabelecer a paz com Esaú, ainda assim sentia uma profunda incerteza e uma crescente consciência de que seu maior problema não era o irmão, mas ele próprio. Que agonizante experiência, quando temos de admitir a nossa própria condição! Tal percepção e a agonia só podem ser consertadas por Deus: “Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia” (Gn 32.24). Quem era o homem contra quem Jacó lutou? Jacó em breve o reconheceu: “E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva” (Gn 32.30). Relembrando a experiência de Jacó, anos mais tarde, Oséias chega à mesma conclusão: “Como príncipe lutou com o anjo e prevaleceu; chorou, e lhe suplicou; em Betei o achou, e ali falou conosco; sim, com o Senhor, o Deus dos Exércitos; o Senhor é o seu memorial” (Os 12.4,5). O fato simples foi que Jacó lutou com Deus. Não é difícil determinar a razão dessa luta. Jacó queria a bênção de Deus, mas ao mesmo tempo Jacó era a razão pela qual Deus não podia honrar seus apelos desesperados. A luta perdurou a noite inteira. A noite toda Jacó clamou: “Abençoa-me!” E durante todo esse tempo Deus respondeu: “Qual é o teu nome?” A carne é, ao mesmo tempo, fraca e forte. É fraca porque não pode prostrar-se diante de Deus e morrer, e forte porque insiste em viver. Nunca é fácil morrer, mormente para o próprio “eu” pecaminoso e carnal. “Qual é o teu nome?” Por que Deus seria tão insistente? Por que a luta se prolongou pela noite inteira? Porventura Deus não sabia o nome dele? De fato, sabia. Mas admitir o nome era expor o problema inteiro; significava desnudar o próprio Jacó: o mentiroso, o suplantador, o enganador — era este o significado do seu nome. Jacó podia admitir indignidade e necessidade (cf. Gn 32.10), mas quão humilhante era aparecer despido diante do Deus Todo-pode- roso, sem qualquer cobertura autofabricada, como as folhas de figueira do primeiro Adão. Somente depois que Deus tocou na resistência da carne (cf. Gn 32.25) é que ela se rendeu, e surgiu a confissão. Finalmente, o teimoso lutador admitiu: “Eu sou Jacó”. Isso era tudo quanto Deus requeria, e escancarou a porta da bênção divina. A confissão final de Jacó era a chave para ele tornar-se a pessoa que Deus desejava que fosse. Por isso, Deus disse: “Não se chamará mais o teu nome Jacó, 44

As Orações dos Patriarcas e seus Cont<strong>em</strong>porâneos<br />

cumprimento do pacto abraâmico. Como consequência, Jacó orou e<br />

expressou sua gratidão a <strong>Deus</strong> na forma <strong>de</strong> um voto:<br />

E Jacó fez um voto, dizendo: Se <strong>Deus</strong> for comigo, e me guardar<br />

nesta viag<strong>em</strong> que faço, e me <strong>de</strong>r pão para comer e vestes para<br />

vestir, e eu <strong>em</strong> paz tornar à casa <strong>de</strong> meu pai, o Senhor será o<br />

meu <strong>Deus</strong>; e esta pedra que tenho posto por coluna, será Casa<br />

<strong>de</strong> <strong>Deus</strong>; e, <strong>de</strong> tudo quanto me <strong>de</strong>res, certamente te darei o<br />

dízimo (Gn 28.20-22).<br />

Fazer um voto a <strong>Deus</strong> é, com frequência, parte <strong>de</strong> uma oração,<br />

e implica num sério compromisso: “Tu orarás a ele, e ele te ouvirá;<br />

e pagarás os teus votos” 0 ó 22.27; cf. Nm 30.2; Ec 5.4,5).<br />

A maior oração <strong>de</strong> Jacó ocorreu no momento <strong>de</strong> sua maior<br />

tensão, quando t<strong>em</strong>ia por sua vida. Embora tivesse recebido or<strong>de</strong>ns<br />

divinas <strong>de</strong> retornar ao seu país e à sua parentela, após ter passado<br />

muitos anos longe <strong>de</strong> casa, ele se viu dominado <strong>de</strong> modo intenso<br />

pelo medo. Esaú lhe pouparia a vida? Quase vencido pelo medo e<br />

pela aflição, Jacó dividiu sua gente, seus rebanhos e seus camelos<br />

<strong>em</strong> dois grupos, a fim <strong>de</strong> que um <strong>de</strong>les pu<strong>de</strong>sse escapar caso Esaú<br />

viesse contra o outro:<br />

Disse mais Jacó: <strong>Deus</strong> <strong>de</strong> meu pai Abraão e <strong>Deus</strong> <strong>de</strong> meu pai<br />

Isaque, ó Senhor, que me disseste: Torna à tua terra e à tua<br />

parentela, e far-te-ei b<strong>em</strong>; menor sou eu que todas as beneficên-<br />

cias e que toda a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> que tiveste com teu servo; porque<br />

com meu cajado passei este Jordão e, agora, me tornei <strong>em</strong> dois<br />

bandos. Livra-me, peço-te, da mão <strong>de</strong> meu irmão, da mão <strong>de</strong><br />

Esaú, porque o t<strong>em</strong>o, para que porventura não venha e me fira e<br />

a mãe com os filhos (Gn 32.9-11).<br />

Seu medo, porém, era legítimo. Seu irmão vinha na direção <strong>de</strong>le à<br />

frente <strong>de</strong> quatrocentos homens armados. Era o mesmo irmão <strong>de</strong> qu<strong>em</strong>,<br />

por ludíbrio, ele furtara tanto o direito <strong>de</strong> primogenitura quanto a<br />

bênção paterna. O medo é algo terrível. Corrói a fundo uma pessoa.<br />

Espanta o sono e inflama o cérebro. O amado João assim escreveu<br />

acerca <strong>de</strong>le: “Ora, o medo produz tormento” (1 Jo 4.18 - ARA). E<br />

po<strong>de</strong>ríamos acrescentar que seu único mérito é aumentar o probl<strong>em</strong>a.<br />

Que fazer diante <strong>de</strong> nossos t<strong>em</strong>ores? Façamos como Jacó — ele<br />

orou! E sua oração foi extr<strong>em</strong>amente ex<strong>em</strong>plar. Primeiramente, ele<br />

i<strong>de</strong>ntificou seu <strong>Deus</strong>: “<strong>Deus</strong> <strong>de</strong> meu pai Abraão e <strong>Deus</strong> <strong>de</strong> meu pai<br />

Isaque”. Em seguida, ele i<strong>de</strong>ntificou a promessa <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> a ele:<br />

“Torna à tua terra e à tua parentela, e far-te-ei b<strong>em</strong> ”. Ato contínuo,<br />

ele i<strong>de</strong>ntificou sua própria indignida<strong>de</strong> da bonda<strong>de</strong> e das bênçãos<br />

<strong>de</strong> <strong>Deus</strong>: “Menor sou eu que todas as beneficências e que toda a<br />

43

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!